O Senhor
anuncia a paz ao seu povo.
S. Lucas 12,35-38.
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Estejam apertados os vossos cintos e
acesas as vossas lâmpadas.
Sede semelhantes aos homens que esperam o seu
senhor ao voltar da boda, para lhe abrirem a porta quando ele chegar e bater.
Felizes aqueles servos a quem o senhor, quando vier, encontrar
vigilantes! Em verdade vos digo: Vai cingir-se, mandará que se ponham à mesa e
há-de servi-los.
E, se vier pela meia-noite ou de madrugada, e assim os
encontrar, felizes serão eles.
Comentário :
Vigiar no Espírito Santo
Temos de estar vigilantes e atentos à obra da salvação que se realiza em nós,
porque é com admirável subtileza e com a delicadeza de uma arte divina que o
Espírito Santo realiza continuamente esta obra no mais íntimo do nosso ser.
Que esta unção que tudo nos ensina não nos seja retirada sem que tenhamos
consciência disso, e que a sua vinda não nos apanhe desprevenidos. Pelo
contrário, convém-nos estar permanentemente atentos, com o coração totalmente
aberto, para recebermos esta bênção generosa do Senhor. Em que disposições
quer o Espírito encontrar-nos? «Sede como os servos que esperam o seu senhor,
quando ele regressa das núpcias.» Ele nunca regressa de mãos vazias da mesa
celeste, com todas as alegrias que esta prodigaliza.
Temos, pois, de velar, e de velar em todo o momento, porque nunca sabemos a
que horas virá o Espírito, nem a que horas voltará a partir. O Espírito vai e
vem (Jo 3, 8); se, graças à Sua presença, nos mantemos de pé, quando Ele Se
retira caímos inevitavelmente, mas sem nos magoarmos, porque o Senhor nos
sustenta com a Sua mão. E o Espírito não cessa de comunicar esta alternância
de presença e ausência aos que são espirituais, ou antes, àqueles que têm a
intenção de se tornar espirituais. É por isso que os visita de madrugada,
pondo-os em seguida subitamente à prova.
São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense, doutor da Igreja
Sermão sobre o Cântico dos Cânticos, nº 17, 2
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