Bendito
seja o nome do Senhor para sempre.
«Esta geração pede um sinal»
S. Lucas 11,29-32.
Naquele
tempo, aglomerava-se uma grande multidão à volta de Jesus e Ele começou a
dizer: «Esta geração é uma geração perversa; pede um sinal, mas não lhe será
dado sinal algum, a não ser o de Jonas.
Pois, assim como Jonas foi um
sinal para os ninivitas, assim o será também o Filho do Homem para esta
geração.
A rainha do Sul há-de levantar-se, na altura do juízo, contra
os homens desta geração e há-de condená-los, porque veio dos confins da terra
para ouvir a sabedoria de Salomão; ora, aqui está quem é maior do que Salomão!
Os ninivitas hão-de levantar-se, na altura do juízo, contra esta geração
e hão-de condená-la, porque fizeram penitência ao ouvir a pregação de Jonas;
ora, aqui está quem é maior do que Jonas.»
Comentário :
«Esta geração pede um sinal»
Sermão 3; PL 52, 303-306
É o próprio Jonas que pede que o atirem para fora do barco: «Pegai em mim e
lançai-me ao mar», disse (Jn 1,12) — o que designa a Paixão voluntária do
Senhor. [...] Mas eis que surge um monstro das profundezas, eis que se
aproxima um grande peixe que vai realizar e manifestar plenamente a
ressurreição do Senhor, ou melhor, engendrar esse mistério. Eis o monstro,
imagem terrível do inferno, que, quando abre a garganta faminta para o
profeta, prova e assimila o poder do seu Criador e, ao devorá-lo, se
compromete na verdade a nunca mais devorar ninguém. A temível morada das suas
entranhas prepara a morada para o Visitante que virá do alto; de tal maneira
que aquilo que fora causa de desgraça se torna a barca impensável para uma
travessia necessária, retendo o passageiro e expulsando-o três dias depois na
margem. Assim era dado aos pagãos o que tinha sido arrancado aos inimigos de
Cristo. E aos que pediram um sinal, o Senhor achou por bem dar-lhes apenas
esse símbolo, pelo qual compreenderiam que a glória que esperavam receber de
Cristo devia ser também dada aos pagãos. [...]
Pela malícia dos Seus inimigos, Cristo foi mergulhado nas profundezas do caos
da morada dos mortos; durante três dias, percorreu todos os recantos desta
morada (1Pe 3,19). E quando ressuscitou, ao mesmo tempo que destruiu a maldade
dos Seus inimigos, fez brilhar a Sua própria grandeza e o Seu triunfo sobre a
morte.
É portanto justo que os habitantes de Nínive se elevem no dia do juízo para
condenar esta geração, pois eles converteram-se pela proclamação de um só
profeta naufragado, estrangeiro, desconhecido; enquanto as pessoas desta
geração, depois de tantas obras admiráveis e de tantos milagres, com todo o
brilho da ressurreição, não se tornaram crentes nem se converteram.
São Pedro Crisólogo (c. 406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja
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