Todos temos uma mesma origem: a Trindade que nos criou por amor. E um destino comum: o céu, a vida eterna. A cruz nos ensina qual é nossa real identidade.
Recorda-nos o Amor Divino
"Pois Deus amou tanto ao mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna". (Jo 3, 16). Mas como o entregou? Acaso não foi na cruz? A cruz é a lembrança de quanto amor o Pai tem por nós e do amor maior de Cristo, que deu a vida por seus amigos (Jo 15, 13).
O demônio odeia a cruz, porque nos recorda o amor infinito de Jesus. (Leia: Gálatas 2, 20).
Sinal de nossa reconciliação
A cruz é sinal de reconciliação com Deus, conosco mesmos, com os humanos e com toda a ordem da criação em meio a um mundo marcado pela ruptura e pela falta de comunhão.
O sinal do cristão
Cristo tem muitos falsos seguidores que o buscam só por seus milagres. Mas Ele não se deixa enganar, (Jo 6, 64); por isso advertiu: "Aquele que não toma sua cruz e me segue não é digno de mim" (Mt 10, 38).
Contemplar a cruz com fé nos salva
Jesus disse: "Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que seja levantado o Filho do Homem, para que todo aquele que crer tenha nele vida eterna" (Jo 3, 14-15). Ao ver a serpente, os feridos de veneno mortal ficavam curados.
Ao ver o crucificado, o centurião pagão tornou-se crente; João, o apóstolo que presenciou o fato, converteu-se em testemunha. (Leia: João 19, 35-37).
Força de Deus
"Com efeito, a linguagem da cruz é loucura para aqueles que se perdem, mas para aqueles que se salvam, para nós, é poder de Deus" (1Cor 1, 18), como foi para o centurião, que reconheceu o poder de Cristo crucificado. Ele vê a cruz e confessa um trono; vê uma coroa de espinhos e reconhece um rei; vê um homem com os pés e mãos cravados e invoca um salvador. Por isso o Senhor ressuscitado não apagou de seu corpo as chagas da cruz, mas mostrou-as como sinal de sua vitória. (Leia: João 20, 24-29).
Síntese do Evangelho
São Paulo resumia o Evangelho como a pregação da cruz (1Cor 1,17-18). Por isso o Santo Padre e os grandes missionários pregaram o Evangelho com o crucifixo na mão: "Os judeus pedem sinais e os gregos andam em busca de sabedoria; nós, porém anunciamos Cristo crucificado, que para os judeus é escândalo (porque para eles era um símbolo maldito), para os gentios é loucura (porque para eles era sinal de fracasso), mas para aqueles que são chamados, é Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus" (1Cor1, 23-24).
Hoje há muitos católicos que, como os discípulos de Emaús, vão-se da Igreja porque acreditam que a cruz é derrota. Jesus sai ao encontro de todos eles e lhes diz: "Não era preciso que o Cristo sofresse tudo isso e entrasse na sua glória?" Leia: Lucas 24, 25-26. A cruz é, pois, o caminho à glória, o caminho à luz. Quem rechaça a cruz não segue Jesus. (Leia: Mateus 16, 24 )
Nossa razão, dirá João Paulo II, nunca vai poder esgotar o mistério de amor que a cruz representa, mas a cruz pode dar à razão a resposta última que esta procura. São Paulo coloca, não a sabedoria das palavras, mas a Palavra da Sabedoria como critério, simultaneamente, de verdade e de salvação» (JP II, Fides et ratio, 23).
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