É tempo de rever conceitos, de olhar atentamente em
nosso proceder e ver a quem estamos servindo, quem verdadeiramente é nosso
Deus. Será que maquiamos um deus para servirmos a nós mesmos buscando nossos
próprios interesses? O Senhor nos questiona nessa liturgia. Afinal quem é justo
e quem é ímpio? Ou quando somos justo ou ímpio? Na primeira leitura somos
questionados, os justos, no caso, “Se, de fato, o justo é 'filho de Deus', Deus
o defenderá e o livrará das mãos dos seus inimigos”.
Mas será que confiamos tanto assim em Deus? Na prática agimos mais buscando
nossos próprios meios que olhar para o que Deus gostaria que fizéssemos. Ainda
muitas vezes dizemos: “Ser humilde sim, mas humilhado não”. Mas o justo é
humilhado, é injustiçado, perseguido, é colocado a prova a todo o momento. O
Problema é o que nos diz São Tiago: “Pois só quereis esbanjar o pedido nos
vossos prazeres”.
O que realmente está em “jogo” é a forma de como
queremos chegar à Casa do Pai. Como queremos passar a eternidade, o quanto
estamos aplicando em nosso dia-a-dia para: ...Sermos santos e irrepreensíveis,
diante de seus olhos. (Ef 1, 4). Para forjar um santo Deus o coloca no cadinho
da humilhação e o envolve de provações para que a santidade possa fluir em sua
vida e ele possa preferir o Céu em todas as áreas de sua vida do que o mundo
com suas concupiscências. Diz-nos os santos de nossa Igreja e nossa doutrina
afirma que “do jeito que se morre, se vive por toda eternidade”. Isto nos quer
dizer que depois da morte não se adquire santidade ou perfeição isto deve ser
conquistado aqui durante essa nossa única vida, estamos em um estágio nos
preparando para um encontro, um grande encontro – Ver a Deus face-a-face – É um
encontro eterno de um amor sem medidas, “É como está escrito: Coisas que os
olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is
64,4), tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam”. (I Cor
2,9). Nossa Igreja é uma “fábrica” de santos, pois nos oferece sempre amar e
amar até os inimigos e só entra no céu quem optar por romper com o mundo e
viver o céu na terra irradiando amor em todas as situações que a vida lhe
impor. Por isso que Jesus diz que quem quiser ser o maior que seja servidor do
outro. Servir o outro é se colocar como escravo de todos e não se importar
consigo mesmo – seu orgulho, vaidade, dignidade, reconhecimento, etc – Mas
apenas servir por amor a Jesus.
Mas temos que ver que santidade não é fruto de um
esforço pessoal como que adquirir um bem, mas é uma comunhão com aquele que é
Santo, então a santidade é um Dom de Deus ao qual nós comungamos com Ele, assim
ser santos e dizer como Maria “Faça-se em mim segundo a sua vontade”. Seremos
santos se nos deixarmos conduzir pelo Espírito Santo, é ele quem nos santifica
e nos leva a produzir os frutos conforme sua vontade, desta forma ser santo é
simplesmente abandonar-se totalmente a Deus aniquilando-se de tudo e convivendo
com tudo por amor ao Senhor. E vejamos que somente os santos verão a face de
Deus.
“Santo ou nada”.
Antonio ComDeus
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