Inclinando-se sobre ela, ordenou à febre e esta deixou-a.
S. Lucas 4,38-44.
Naquele
tempo, deixando a sinagoga, Jesus entrou em casa de Simão. A sogra de Simão
estava com muita febre, e intercederam junto dele em seu favor.
Inclinando-se sobre ela, ordenou à febre e esta deixou-a; ela erguendo-se,
começou imediatamente a servi-los.
Ao pôr-do-sol, todos quantos tinham
doentes, com diversas enfermidades, levavam-lhos; e Ele, impondo as mãos a
cada um deles, curava-os.
Também de muitos saíam demônios, que gritavam
e diziam: «Tu és o Filho de Deus!» Mas Ele repreendia-os e não os deixava
falar, porque sabiam que Ele era o Messias.
Ao romper do dia, saiu e
retirou-se para um lugar solitário. As multidões procuravam-no e, ao chegarem
junto dele, tentavam retê-lo, para que não se afastasse delas.
Mas Ele
disse-lhes: «Tenho de anunciar a Boa-Nova do Reino de Deus também às outras
cidades, pois para isso é que fui enviado.»
E pregava nas sinagogas da
Judeia.
Comentário :
«Ora a sogra de Simão estava com muita febre»
Se Deus Todo-Poderoso, criador do mundo ordenado e bom, cuida de todas as Suas
criaturas, por que existe o mal? Não existe nenhuma resposta rápida para esta
pergunta tão urgente quanto inevitável, tão dolorosa quanto misteriosa. É o
conjunto da fé cristã que constitui a resposta a esta pergunta: a bondade da
criação, o drama do pecado, o amor paciente de Deus que vem ao encontro do
homem pelas Suas alianças, pela Encarnação redentora do Seu Filho, pela dádiva
do Espírito, pela reunião da Igreja, pela força dos sacramentos, pelo apelo a
uma vida bem-aventurada à qual as criaturas livres são antecipadamente
convidadas a consentir, mas à qual também antecipadamente podem escusar-se.
Não há uma linha da mensagem cristã que não seja em parte uma resposta à
questão do mal.
Porque não terá Deus criado um mundo tão perfeito que nenhum mal aí
conseguisse existir? Segundo o Seu poder infinito, Deus poderia sempre criar
qualquer coisa melhor (São Tomás de Aquino). Porém, na Sua sabedoria e bondade
infinitas, Deus quis livremente criar um mundo «a caminho» da sua perfeição.
No desígnio de Deus, este devir comporta o aparecimento de certos seres e o desaparecimento de outros, com o mais perfeito mas também o menos perfeito,
com as construções da natureza mas também as destruições. Com o bem físico
existe também o mal físico enquanto a criação não atingir a sua perfeição.
Catecismo da Igreja Católica
§§ 309-310
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