Mística
A
mística nos dá um modo singular de pensar a existência e com isto
podemos falar de um pensamento místico, de uma filosofia mística que
perpassa a experiência religiosa. Nela a experiência se articula e faz
uma ponte entre o mundo vivencial e o mundo da fala. Mas não podemos
esquecer que a palavra mística sinaliza essencialmente uma experiência.
Não é fácil falar sobre mística, porque é perseguir aquilo que se
subtrai, mas é estar sempre na dinâmica de alcançá-lo.
É a busca de
Deus.
É querer falar com a língua dos Anjos... Quem garante que alguém
quer ouvir, quem garante que alguém vai entender? É como falar sobre a
experiência de se ter uma dor intensa. O outro entende o que é a dor,
porém não sente a dor que você sente. De forma semelhante vive o místico
a sua experiência; para ele há uma evidência, mas não para o outro.
Mística é a profunda experiência de união do eu com o Todo(o Divino).
Este encontro possui um potencial místico que salta para fora e faz uma
ponte de ligação com todos os detalhes da existência. É unidade,
presença, felicidade, vida, morte, amor e tempo.
Mística possui uma força que visa a união, o amor a todos os seres e abre as experiências humanas para viver positivamente.
Ser místico não é viver numa passividade, mas sim no movimento de perceber o Encantamento do Inefável.
É muito difícil encontrar um nome para o Todo; por isso os místicos se
afinam mais com uma linguagem poética.
A linguagem poética não fecha-se
no círculo de uma definição, mas sugere, representa, faz alusão em vez
de uma denominação exata.
O Todo aparece sob muitos significados.
Podemos dizer Deus, o Divino, o Absoluto... Podemos sempre dizer com
reverência quando, através da linguagem, ficarmos maravilhados. A
linguagem é o lugar onde o místico se depara com a prece. É a
comunicação de sua experiência com o Divino.
Continua
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