(Lucas 9,23-24).
Em outras palavras, é impossível seguir a Cristo sem adotar as atitudes que Ele assumiu. Uma delas foi a cruz: não só a cruz que Ele carregou, sobre a qual foi pregado e na qUal entregou a vida; mas, antes disso, a “cruz” da renúncia ao longo da vida. Para isso, Ele teve que usar toda a sua força de vontade.
Há pessoas que não têm a mínima força de vontade. Diante de qualquer dificuldade se entregam e se deixam arrastar de cá para lá.
Que vai ser no futuro de tantas crianças, adolescentes e jovens que estão sendo criados pelos próprios pais, permitindo que façam tudo o que querem, satisfazendo todos os seus caprichos. Nunca se pede a eles um ato de renúncia, de privar-se de certas satisfações. São educados – melhor, mal-educados – a buscar sempre o mais agradável, o que favorece todas as suas veleidades. Quando forem adultas, essas pessoas serão extremamente egoístas.
Todos nós precisamos de boa dose de firmeza, de força de vontade. O primeiro Livro dos Reis diz assim: “Sê corajoso e porta-te como um homem. Observa os preceitos do Senhor teu Deus, anda em seus caminhos, guarda seus estatutos e mandamentos, normas e decretos, como estão escritos na lei de Moisés. Assim serás bem-sucedido em tudo o que fizeres e em todos os teus projetos.” (1Reis 2,2-3).
Aí está o bom caminho. Se não formos firmes em nossos propósitos, como observaremos a lei do Senhor que é exigente, pede renúncia e solicita perseverança? Com a moleza de costumes não se constrói nada, a não ser poltrões, preguiçosos, pessoas sem espinha dorsal. Nada se pode esperar deles. No dia em que for necessária a dedicação intensa a uma causa, com tais pessoas não se poderá contar.
O Evangelho é exigente. O que Jesus vai fazer com discípulos/a sem força de vontade?
A ajuda (“graça”) de Deus está sempre ao nosso dispor. Todavia, Deus não força os corações; Ele apenas oferece seu amor e seu auxílio. Se, de nossa parte não encontrar correspondência – e para corresponder é necessária a decisão da vontade – nada acontecerá. Quantas pessoas poderiam ter sido santas de altar se tivessem correspondido com mais decisão à graça de Deus!
Nós sabemos quanto somos fracos de vontade. É sempre tempo, porém, de recomeçar. Para recomeçar, não devemos presumir de nós mesmos, como se fôssemos heróis. Sejamos humildes e francos: comecemos com pouco, mas sejamos constantes em submeter nossa vontade ao jugo do Evangelho.
Como em qualquer coisa na vida, tudo se aprende aos poucos. Também na vida espiritual é assim: ofereçamos a Jesus um pouco de nós mesmos cada dia, sem desistir, e quando nos dermos contas, já teremos percorrido um bom caminho.
Jesus está conosco até o último dia da história. Fique com Ele também cada dia, custe o que custar. Verá como as coisas acontecerão.
Dom Hilario Moser
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