«Proclamai o Evangelho a toda a criatura»
S. Marcos 16,9-15.
Tendo ressuscitado de manhã, no primeiro dia da semana, Jesus apareceu primeiramente a Maria de Magdala, da qual expulsara sete demônios.
Ela foi anunciá-lo aos que tinham sido seus companheiros, que viviam em luto e em pranto.
Mas eles, ouvindo dizer que Jesus estava vivo e fora visto por ela, não acreditaram.
Depois disto, Jesus apareceu com um aspecto diferente a dois deles que iam a caminho do campo.
Eles voltaram para trás a fim de o anunciar aos restantes. E também não acreditaram neles.
Apareceu, finalmente, aos próprios Onze quando estavam à mesa, e censurou-lhes a incredulidade e a dureza de coração em não acreditarem naqueles que o tinham visto ressuscitado.
E disse-lhes: «Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura.
«De uma vez por todas digo aos Meus santos: ide pelo mundo inteiro, pelas nações e pelos reinos e fazei discípulos. Porque tudo Me foi entregue por Aquele que Me gerou (cf. Mt 28,18-19), tanto o mundo superior como o inferior, dos quais Eu era o Senhor antes mesmo de ter tomado a carne. Agora tomei posse do Meu reinado sobre todo o Universo e tenho em vós um conselho de ministros sagrados, Eu, que sou o único que conhece as profundezas dos corações.
«Ide a todas as nações. Tendo lançado à terra a semente do arrependimento, irrigai-a com os vossos ensinamentos.» Escutando estas palavras os apóstolos olhavam uns para os outros, meneando a cabeça: «De onde nos virão a voz e a língua para falar a todos? Quem nos dará forças para lutar com os povos e as nações como Tu nos ordenaste, a nós que nem temos letras nem cultura, humildes pecadores que somos, sendo Tu o único a conhecer as profundezas dos corações?»
«Não atormenteis o vosso coração, que o Inimigo não vos perturbe o espírito. Não penseis mais como criancinhas. [...] Não quero vencer pela força, é através dos fracos que opero. Não procuro os que gostam de filosofar: escolhi 'aquilo que é louco aos olhos do mundo' (cf. 1Co 1,27), Eu, que sou o único a conhecer as profundezas dos corações.
«Ide, portanto, a toda a Criação. Regai com os vossos ensinamentos a semente do arrependimento que semeastes. Velai para que nenhuma alma penitente se quede fora da vossa rede. Comprazo-Me naqueles que voltam para Mim, como vós também sabeis. Ah, até aquele que Me traiu, se tivesse voltado para Mim depois de Me ter vendido! Apagando o seu pecado, tê-lo-ia reunido a vós, Eu que sou o único que conhece as profundezas dos corações. [...]
«Dizei-lhes que sou Deus e que Eu, o Inexprimível, tomei a condição de servo (Fl 2,7). Mostrai-lhes como fiz Minhas as feridas da carne. [...] Enterrado por ter sido condenado, pilhei o inferno porque Eu sou o Senhor.» Fortalecidos pelas Suas palavras, os Apóstolos disseram ao Criador: «Tu és o Deus que era antes dos séculos e jamais terás fim. [...] Proclamar-Te-emos como nos ordenaste. Fica connosco, sê o nosso defensor, Tu que és o único que conhece as profundezas dos corações.»
Hino «A Missão dos Apóstolos», 13ss.
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