Segundo pesquisas, as classes sociais que mais dão lucro as “igrejas milagrosas”, são os pobres. Quando olhamos para a realidade social de nosso país conseguimos observar porque tantas pessoas de classes sociais mais pobres buscam um milagre rápido é fácil.
Cansados de buscarem um atendimento digno nas unidades de saúde pública não resta outra alternativa a não ser apelar para a misericórdia divina. Neste ponto todos concordamos que o ser humano tem necessidade de Deus, especialmente em momentos difíceis da vida. No entanto, muitos “mal intencionados” também sabem desta realidade que o povo sofrido enfrenta. E buscando não ser um canal de ajuda, mas sim visando encher os próprios bolsos com o pouco de dinheiro que ainda resta ao sofridos e desamparados da sociedade, estes fazem da fé e da crença em Deus uma fonte de lucro.
Oferecendo um milagre instantâneo muitos contratam pessoas que se passam por doentes e criam um teatro chamativo que vai de encontro as mais tristes necessidades de quem se vê sem saída e esperança. Claro que em muitos casos a fé da pessoa alcança milagres inexplicáveis pela ciência. No entanto não é está à realidade para a grande maioria, que todos os dias busca um milagre que a “igreja de fulano” está a oferecer.
Triste é sabermos que Jesus Cristo tem sido utilizado como mercadoria nas prateleiras de muitas “igrejas”. A fé tornou-se um produto e o fiel um consumidor voraz. Mas o milagre que tanto buscam pode custar caro. Claro que este preço é sempre pago de maneira camuflada e muitas vezes o próprio fiel-consumidor nem tem consciência disso. Estratégias ditas “cristãs” são usadas visando aumentar os lucros de quem está a frente se dizendo “pastor”, mas que no fundo é um “empresário desonesto”.
Desde carnês, até ofertas altíssimas em torno do dizimo são utilizados como fonte de renda para aqueles que precisam fazer da fé do outro um negócio. Para muitos, Deus só concede um milagre se o fiel provar com sua carteira (mesmo que está tenha apenas um real), que aquilo que ele possui é uma forma de provar a sua crença na resposta de Deus. E para se provar tal atitude de fé, os “empresários da fé” fazem de seus bolsos cofres divinos para o seu próprio faturamento.
Diante da desonestidade de alguns e ingenuidade de muitos, Deus continua todos os dias nos concedendo os mais belos milagres da vida. O sol que nos aquece recorda-nos que todos os dias devemos buscar de maneira justa e honesta aquilo que sonhamos. As flores que nos trazem a beleza das cores são um convite a fazermos do verde da esperança um caminho em busca de dias melhores. O trigo que faz o pão nos chama a solidariedade para com todos aqueles que passam necessidades materiais. O céu de estrelas que nos cobre nas noites de tristeza é um convite a buscarmos a luz de Deus nas trevas da incerteza.
O milagre de cada dia nos é dado no hoje de nossa história. Diante de milagres duvidosos e explorações que usam a fé como base, busquemos em Cristo, Caminho, Verdade e Vida o milagre do amor, da paz e da esperança.
Pe. Flávio Sobreiro
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