“Nossos planos ou os planos de Deus?”
Atos 5, 34-42 –
O projeto de Deus sempre tem como fundamento a salvação do ser humano, que consiste na sua felicidade e harmonia interior.
No entanto os nossos projetos nem sempre têm como embasamento o nosso bem espiritual.
Miramos mais o resultado material, por isso, eles nem sempre têm um final feliz.
Por essa razão, ainda hoje nos é válido o sábio conselho de Gamaliel: “se esse projeto é de origem humana será destruído, mas se vem de Deus, vós não conseguireis eliminá-los. Cuidado para não vos pordes em luta contra Deus!”
Todas as vezes em insistimos nas tentativas frustrantes dos nossos projetos pessoais perseguindo o que não é bom, nós nos pomos em luta contra Deus. Ao contrário, se confiarmos em Deus e no Seu projeto de Amor como norma de vida, nós poderemos, livremente, colocar os nossos sonhos em Suas mãos acolhendo o que for da Sua vontade e tudo acontecerá de acordo com a Sua aspiração.
Muitas vezes nós lutamos pelos desejos da nossa humanidade, pelos projetos da nossa mente e nos angustiamos quando eles não acontecem.
Precisamos ter consciência de que muitas coisas que nós ansiamos não é desejo de Deus que elas aconteçam e tudo o que é da vontade de Deus para nossa vida tem uma razão de ser e traz paz ao nosso coração.
Às vezes insistimos nos nossos planos e não entendemos a razão do sofrimento e nos sentimos angustiados (as) e falta-nos a paz.
Os discípulos de Jesus perseguiam a vontade de Deus, por isso, aceitavam sofrer injúrias por causa do nome de Jesus e ficavam felizes por isso.
Até mesmo quando eram açoitados e ameaçados eles não se rendiam e saiam contentes por serem dignos de sofrer pela causa de Cristo.
Nós também precisamos avaliar a nossa disposição para padecer pelo reino de Deus na medida em que somos convocados, pois somente assim nós seremos fiéis ao nosso chamado e alcançaremos a meta projetada por Deus, a nossa felicidade e harmonia interior.
– O conselho de Gamaliel vale para você hoje?
– Você percebe quando o projeto que sonha é da vontade de Deus?
– Você tem ficado contrariado (a) porque as coisas não acontecem como você planejou?
– Você tem medo de sofrer pelo reino de Deus?
“Ao Senhor eu peço apenas uma coisa: habitar no santuário do Senhor”.
Salmo 26
Esse salmo retrata o anseio da nossa alma para contemplar a Deus, saborear Sua ternura e misericórdia.
Enquanto aqui vivermos, teremos somente um vislumbre da realidade divina.
No entanto, a esperança e o desejo nos dão a certeza de que sem dúvida alguma a nossa espera não será em vão.
Enquanto esperamos o nosso dia, nós também, como o salmista, poderemos afirmar: “O Senhor é minha luz e salvação; de quem eu terei medo”?
“Como alimentar tanta gente, tendo pouco? ”
Evangelho – João 6, 1-15
Jesus realizou o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes como uma prefiguração da Eucaristia, alimento que o Pai deu ao mundo, o Seu próprio Filho, para sustento da humanidade.
No entanto, analisando o contexto no qual aconteceu esse prodígio, nós podemos captar uma mensagem para a nossa vida e aprender com Jesus a olhar por todos os que têm fome de pão e de Deus.
Ao levantar os olhos, de longe, Jesus percebeu que a grande multidão que o seguia, apesar de conscientemente vir em busca de cura para as suas enfermidades, precisava de alimento para o corpo e o espírito.
Não querendo, então, agir sozinho Ele pôs à prova a solidariedade dos Seus discípulos motivando-os a ajudarem, matando a fome daquele povo. Jesus incitou-os a tomarem uma iniciativa e fê-los usar da fé iluminando a inteligência de André, irmão de Pedro quando este questionou: “Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isso para tanta gente”?
Jesus não se importou com o questionamento dele e foi longo lhes dando as ordens e ensinando como o milagre poderia acontecer. Assim também ele faz conosco!
Hoje, também, há muitas pessoas doentes e desanimadas que buscam ser curadas das suas mazelas e que passam por cima da sua fraqueza espiritual e não percebem que a alma e o espírito precisam alimentar-se para que o corpo físico e material não adoeça.
Dentro de todos nós há uma fome espiritual que só Jesus poderá matar. Jesus também põe à prova a generosidade de todos nós que desejamos ser Seus discípulos, por isso, nos exercita a não nos omitirmos diante dos desafios e a nos colocarmos a serviço da providência do Pai.
Hoje também Ele precisa de nós para alimentar a multidão faminta de pão material, mas principalmente, da Sua Palavra e dos Seus ensinamentos.
Para que isso aconteça, Ele nos dá lições que hoje servem para a nossa vida: Como alimentar tanta gente, tendo pouco? O que fazer? O que pensar? Desistir? Resmungar? Murmurar? “Fazei sentar as pessoas!” Quando nos sentamos em família, em comunidade e colocamos o pouco que temos nas mãos de Deus, quando juntamos os nossos poucos dons e os oferecemos ao Senhor o milagre acontece.
Cada um de nós tem seu papel no diálogo, na compreensão, na serenidade, na partilha do amor.
Hoje também há muita relva, muitos lugares e ocasiões em que podemos nos assentar com as pessoas para partilhar, dialogar e colocar também à disposição do outro, os nossos dons, como ajuda para que possam desfrutar de tudo quanto o Senhor dispõe para abastece-los.
Os pães e os peixes de que fala hoje o Evangelho, representam, justamente, tudo o que sacia a fome de Deus e nutre o organismo imaterial do nosso ser humano.
A Eucaristia e a Palavra de Deus são o alimento por excelência, mas precisa de nós para ser distribuído a todos. Nem todo o dinheiro do mundo seria suficiente para comprar esse alimento, mas apenas a nossa compreensão e a consciência de que necessitamos dele para viver e que outros também precisam experimentá-Lo.
Quando nós nos colocamos nas mãos do Pai e nos dispomos a partilhar o que temos, com amor, Ele multiplica suas graças de provisão e nunca nos faltará nada.
– Você já percebeu que tem fome de Deus? – Onde você tem buscado cura para as suas enfermidades?
– Você tem usufruído o que Jesus providenciou como alimento?
– Vocês costumam sentar-se para fazer uma avaliação das suas possibilidades colocadas nas mãos de Deus? Você tem distribuído o alimento espiritual que recebe?
– Você tem meditado e partilhado a Palavra de Deus com alguém?
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