A Páscoa na vida da comunidade
Irmãos e irmãs no Cristo Ressuscitado!
Entramos na segunda semana do tempo Pascal. Na semana passada refletimos sobre o testemunho das primeiras pessoas que “encontraram” Jesus ressuscitado. O texto desta semana nos apresenta o testemunho de uma comunidade. A alegria que invadiu o coração das pessoas agora se reflete num compromisso de vida e num novo jeito de ser juntos.
Lucas descreve a comunidade cristã de Jerusalém, como comunidade ideal, modelo para a Igreja e para as comunidades de todas as épocas. Nela encontramos:
* Ausência de egoísmos;
* União de pensamento e sentimento;
* Ausência de inveja;
* Sentimento de solidariedade.
1. É uma Comunidade formada por pessoas diversas, mas que vivem a mesma fé “num só coração e numa só alma”
Da adesão a Jesus resulta, obrigatoriamente, a comunhão e a união de todos os “irmãos” da comunidade. Em nosso dia-a-dia, no relacionamento com as pessoas sabemos que esse ideal não é tarefa fácil. Mais difícil ainda quando não desperta em nós a consciência de que as mudanças devem começar por nós e não pelos outros. Difícil quando não sabemos lidar com “o diferente”. Os cristãos das primeiras semanas compreenderam que embora fossem diferentes uns dos outros, Jesus os irmanava. Sentiam-se todos “no mesmo barco”.
2. É uma Comunidade que partilha os bens
Da comunhão com Cristo e dos cristãos entre si, resultam implicações práticas:
* A renúncia a qualquer tipo de egoísmo, de auto-suficiência e uma abertura de coração para a partilha, para o dom, para o amor: “Tudo entre eles era posto em comum, entre eles ninguém passava necessidade”.
É bem provável que entre nós não haja pessoas com necessidades no sentido material da palavra. Mas quando nos organizamos em células, foi justamente a partir da consciência de que há muitos cristãos necessitados do pão da Palavra, da amizade, da escuta, de uma visita, de conhecer-se melhor. Há muitos necessitados do auxílio na hora da doença, do desânimo, da solidão, da angústia. Para fazer viver o Cristo ressuscitado é preciso entender que Ele veio para servir e partilhou inteiramente a vida conosco. O olhar cristão é para fora, na direção do outro e em favor daquele que mais precisa, também materialmente, mas não só.
O ideal cristão é exatamente esse: onde houver partilha de bens essenciais à vida do irmão, e não houver acúmulo egoísta, não haverá necessitados. Se esta é a comunidade ideal, não podemos aceitar que prevaleça no mundo o velho chavão: “cada um por si e Deus por todos”.
3. Uma comunidade que testemunha o Senhor Ressuscitado
Que maravilha! Nós somos sucessores dos primeiros cristãos. Nós existimos porque eles chegaram antes. Nós cremos porque eles testemunharam e porque em todas as gerações que se sucederam a notícia e o testemunho foram transmitidos.
Viver de acordo com os valores de Jesus é a melhor forma de anunciar e de testemunhar que Ele está vivo. Se a nossa fé é verdadeira e o nosso testemunho perceptível, então nos tornamos ímãs que atraem outros irmãos. Do contrário podemos ser como “repelentes”.
Resultado de toda essa história?
“O fiéis eram estimados por todos”.
Conclusão:
Precisamos voltar ao primeiro amor. A primeira comunidade deve ser o nosso ponto de referência.
No versículo anterior ao texto de hoje (v. 31) encontramos a fonte de onde nascia essa nova forma de viver: a oração, o Espírito Santo: “Quando terminaram a oração… todos ficaram cheios do Espírito Santo e anunciavam corajosamente a palavra de Deus”.
Se nos deixarmos alcançar pela força da ressurreição seremos Nele, com Ele e por Ele novas criaturas, no templo, nas casas, sempre e em todo lugar.
PARA REFLETIR:
1. Há sinais de que estamos vivendo ao menos em parte esse ideal dos primeiros cristãos?
2. Quais são as maiores dificuldades que encontramos no caminho da vida comunitária?
3. O que precisamos melhorar em nosso testemunho para atrairmos as pessoas que se afastaram da Igreja (ou da célula) ou que nunca participaram da comunidade?
Pe. Juarez Dalan
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