Quem vos escuta, é a mim que está escutando.
Vemos Jesus dirigir o seu olhar para aquelas cidades da Galiléia que tinham sido a causa das suas preocupações e nas quais Ele tinha pregado e realizado as obras do Pai. Em nenhum destes locais como Corazim, Betsaida e Cafarnaum tinha pregado ou feito milagres. A semeadura tinha sido abundante, mas a colheita não foi boa. Nem Jesus os pode convencer...!
Que mistério o da liberdade humana! Podemos dizer não a Deus... A mensagem evangélica não se impõe pela força, apenas se oferece e eu posso fechar-me a ela; posso aceitá-la ou recusá-la. O Senhor respeita totalmente a minha liberdade.
Que responsabilidade a minha!
As expressões de Jesus: «Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida!» (Lc 10,13) ao terminar a sua missão apostólica expressam mais sofrimento que condenação. A proximidade ao Reino de Deus não foi para aquelas cidades uma chamada à penitência e à mudança.
Jesus reconhece que em Sidônia e em Tiro teriam aproveitado melhor toda a graça dispensada aos galileus.
A decepção de Jesus é maior quando se trata de Cafarnaum. «Serás elevada até o céu? Até inferno serás rebaixada!» (Lc 10,15).
Aqui tinha Pedro a sua casa e Jesus tinha feito desta cidade o centro da sua pregação. Mais uma vez vemos mais um sentimento de tristeza que uma ameaça com estas palavras. O mesmo poderia dizer de muitas cidades e pessoas da nossa época.
Julgam que prosperam quando na realidade estão se afundando.
«Quem vos escuta, é a mim que está escutando» (Lc 10,16). Estas palavras com que o Evangelho termina são uma chamada à conversão e trazem esperança. Se ouvirmos a voz de Jesus ainda estamos a tempo.
A conversão consiste em que o amor supere progressivamente o egoísmo na nossa vida, o qual é um trabalho sempre inacabado.
São Máximo diz-nos: «Não há nada tão agradável e amado por Deus como o fato dos homens se converterem a Ele com sincero arrependimento».
Pe. Emílio Carlos +
grãozinho de areia.
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