Como seus amores são belos,minha irmã, noiva minha. Seus amores são melhores do que o vinho, e mais fino que os outros aromas é o odor dos teus perfumes. Por isso Eu quero consumir meus dias, no seu amor! ══════ ღೋ♡✿♡ღೋ═══════

Ani Ledodi Vedodi Li


Mais do que qualquer outro motivo, esta é a razão pela qual quero fazer deste blog um caminho para amarmos mais a Deus, por isso seu nome: “Ani Ledodi Vedodi Li”

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Deus o Abençõe !

E que possas crescer com nossas postagens.

É algo louvável esconder o segredo dos Reis; mas há glória em publicar as obras de Deus!

A Igreja não tem pressa, porque ela possui a Eternidade. E se todas as outras instituições morrem nesta Terra, a Santa Igreja continua no Céu.

Não existem nem tempos nem lugares sem escolhas.

E eu sei quanto resisto a escolher-te.

"Quando sacralizamos alguém essa pessoa permanece viva para sempre!"

Sacralize cada instante de tua vida amando o Amado e no Amado os amados de Deus !


Pe.Emílio Carlos

quinta-feira, 23 de maio de 2013

O JUSTO VIVERÁ POR SUA FÉ



O Papa Bento XVI decretou um “Ano da fé” (julho 2012 a junho 2013), mas, infelizmente, muito pouco se fez, não se falou o suficiente, as pregações foram ocas, inconsistentes, feitas mais pela necessidade de justificar uma campanha do que incrementar uma atitude evangelizadora a partir de uma reflexão consciente.
Em algumas comunidades onde atuo, eu sugeri atividades e me prontifiquei para algum trabalho visando uma pregação de espiritualidade em torno da necessidade que os católicos tem de refletir a fé. Minha oferta não encontrou ressonância nessa necessidade da nossa Igreja.

Desde a antiguidade judaica os profetas freteniam suas vozes, enfatizando a necessidade de crer: Quem não é correto vai morrer, enquanto o justo viverá por sua fidelidade (Hab 2,4).
E as pessoas que não tem fé não vivem? A pregação de Jesus dá prioridade à vida da fé. Converter-se e crer na boa notícia (cf. Mc 1,5) é a chave da inserção do projeto do Reino de Deus. Desde o anúncio que a sua vinda se prende a uma “vida em abundância” (cf. Jo 10.10) capaz de perenizar a realização humana. No decorrer da vida pública do Mestre podemos encontrar um sem-número de referência à necessidade de ter fé: Então Jesus disse ao oficial: "Vá, e seja feito conforme a sua fé (Mt 8,13).
Em muitas de suas pregações o Mestre preconiza a necessidade da fé para a instauração do Reino dos céus no coração da humanidade:
Os discípulos se aproximaram de Jesus, e lhe perguntaram em particular: "Por que nós não conseguimos expulsar o demônio?" Jesus respondeu: "É porque vocês não têm bastante fé. Eu garanto a vocês: se vocês tiverem fé do tamanho de uma semente de mostarda, podem dizer a esta montanha: 'Vá daqui para lá', e ela irá. E nada será impossível para vocês (Mt 17,19s).

Por conta da necessidade de crer escutamos o ensinamento que preconiza a existência da fé aos milagres. Estes só ocorrem na vida daqueles que tem fé. O milagre sempre acontece na vida dos que pedem uma graça com a certe4za que vão recebê-la: Jesus não fez muitos milagres aí, por causa da falta de fé deles (Mt 13,58).
A expressão “o justo viverá por sua fé” perpassa as Escrituras, desde o Antigo Testamento até o Apocalipse. Mesmo assim ela se presta para muitos mal-entendidos e muitas “acomodações”. A fé não pode ser algo estático, teórico, mas precisa se revestir de uma característica dinâmica, como crer e colocar essa fé em prática. De fato, no Evangelho a justiça se revela única e exclusivamente através da fé, conforme diz a Escritura: "o justo vive pela fé" (cf. Rm 1,17).
É evidente que ninguém pode se tornar justo diante de Deus através da Lei, pois o justo viverá pela fé (Gl 3,11).
Ter fé subentende alguma coisa dinâmica. Não podemos ficar presos a atitudes demasiadamente espiritualizadas e alegóricas (uma fé teórica, estática), e deixando de lado a verdadeira atitude cristã.
Porque, em Jesus Cristo, o que conta é a fé que age por meio do amor (Gl 5,6).

Os cristãos tem, como ensina São Paulo, na fé, sua forma de se defender contra as investidas do Maligno, representadas pela acomodação, pela apatia e pela tentação de uma espiritualidade alienada:Revestindo-nos com a couraça da fé (1Ts 5,8)
É o mesmo “apóstolo dos gentios” que nos dá uma definição, talvez a mais completa do dom da fé:
A fé é um modo de já possuir aquilo que se espera, é um meio de conhecer realidades que não se veem (Hb 11,1). É impossível agradar a Deus sem a fé (Hb 11,6).

O debate entre os cristãos, sobre fé e obras não é de hoje. No fim da década de 70, com o surgimento das ideias da teologia social (libertação) de orientação marxista foi preconizada a práxis (atividade) contrapondo-se ao ideário da direita, conservadora e neoliberal que afirmava, sob o fulcro de “o justo vive pela fé” que só a fé bastava para adquirir a salvação. A partir daí tomou corpo a reflexão sobre alguns textos da Carta de Tiago, especialmente o texto que vincula a fé com as obras: Alguém poderia dizer ainda: Você tem a fé, e eu tenho as obras. Pois bem! Mostre-me a sua fé sem as obras, e eu, com as minhas obras, lhe mostrarei a minha fé. Você acredita que existe um só Deus? Muito bem! Só que os demônios também acreditam, e tremem! Insensato, quer ver como a fé sem as obras não tem valor? (Tg 2,18ss). Do mesmo modo que o corpo sem o espírito é cadáver, assim também a fé: sem as obras ela é morta (Tg 2,26).
No último livro (Apocalipse) há uma menção explícita da fé que se organiza com os mandamentos para gerar a perseverança dos crentes:
A perseverança dos santos é daqueles que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus (Ap 14,12).

O que é fé? É só crer? Será que isso basta?
O versículo “O justo vive pela fé” aparece pelo menos quatro vezes na Sagrada Escritura (cf. Hab 2, 4; Rm 1,17; Gl 3,11; Hb 10,36). A palavra fé na Bíblia é também traduzida como fidelidade a Deus. É a atitude daquele que crê e que obedece o Senhor. Neste sentido São Paulo fala aos romanos sobre a obediência da fé (Rm 1,5). A fé é um ato de adesão a Deus; isto é, submissão que implica obediência à sua santa e perfeita vontade.
A fraqueza da nossa natureza humana impede muitas vezes uma adoção de coerência, ou seja, em certos momentos os nossos atos não estão conforme às exigências da fé. Portanto, não basta crer, é preciso obedecer. Depois que o povo hebreu recebeu a Lei de Deus por meio de Moisés, exclamou: “Tudo o que Javé falou, nós faremos e obedeceremos” (Ex 24,7). Depois que Josué, no limiar da morte, conclamou o povo, a ser fiel a Deus, e só a Ele prestar culto na terra que Deus lhe dava, o povo respondeu: “A Javé nosso Deus serviremos e à sua voz obedeceremos” (Js 24,24). Mas sabemos que logo após atravessar o rio Jordão, e tomar posse da Terra tão esperada, este povo não demorou a render-se aos encantos dos deuses dos cananeus. Isto mostra que não é fácil, também para nós, viver a fidelidade a Deus, pois também hoje os deuses falsos nos atraem, e querem ocupar o nosso coração. A obediência sempre foi e sempre será a prova e a garantia da fidelidade.

Foi por ela que Jesus salvou a humanidade, porque fez exatamente o que o primeiro Adão recusara fazer. Na obediência radical a Deus o Cristo desatou o nó da desobediência de Adão e nos reconciliou com o Pai. Da mesma forma, ensinam os Pais da Igreja, pela obediência da Virgem, ela desatou o laço da desobediência de Eva que lançou a humanidade no pecado. O profeta afirma que: “A obediência é melhor do que o sacrifício” (1Sm 15,22). E Thomas de Kempis, em “A Imitação de Cristo”, assegura que: “obedecer é muito mais seguro do que mandar”. 

A outra característica da fidelidade a Deus é o firme propósito de servir-lhe sempre com perseverança e reta intenção, mesmo nos momentos mais difíceis. O profeta diz: “Javé guarda os passos dos que te são fiéis” (2Sm 22,26). E o Senhor Jesus disse: “Muito bem servo bom e fiel! Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei. Vem alegrar-te com o teu Senhor” (Mt 25,21). Tudo o que recebemos de Deus nesta vida, é este pouco sobre o qual é testada a nossa fidelidade a Deus.

Portanto, amar a Deus e comprometer-se com a obra de Cristo, mais do que um sentimento, é como uma decisão, guardar os seus mandamentos, cumprir a sua vontade. “Nem todo aquele que diz Senhor, Senhor (...) mas aquele que faz a vontade de meu Pai” (Mt 7,21). Dessas palavras fica claro que amar a Deus é viver na fidelidade dos seus ensinamentos.
O Espírito Santo fundou a Igreja para que a vontade divina fosse expressa, objetivamente conhecida e adequadamente colocada em prática, e não ficasse ao sabor do julgamento de cada um. Tem gente que se esconde através de uma fé alegórica para demissionar-se do serviço ao próximo.

Jesus garantiu à Igreja que o Espírito Santo a conduziria a toda a verdade (Jo 16,13), e que a voz da Igreja é a sua voz. “Quem vos ouve, a mim ouve; quem vos rejeita, a mim rejeita; e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou” (Lc 10,16). Então, ser fiel ao Senhor, é ser fiel à sua Igreja, e tudo aquilo que ela ensina. O Papa Paulo VI disse certa vez que: “quem não ama a Igreja, não ama Jesus Cristo”. É lógico, a Igreja é o Corpo de Cristo! Quem não é fiel à Igreja, não é fiel a Jesus Cristo! Quem não serve a Igreja, não serve a Jesus Cristo... A Igreja é o Cristo prolongado na história dos homens. Quando se toca a Igreja, se toca o próprio Senhor. Por Igreja se entende aqui, mais do que uma hierarquia burocrática e às vezes tirana, aquela “comunidade dos que creem em Cristo”.

A fidelidade está muito ligada à perseverança e à paciência. São João da Cruz ensinava que “a constância de ânimo, com paz e tranquilidade, não só enriquece a pessoa, como a ajuda muito a julgar melhor as adversidades, dando-lhes a solução conveniente”. Para que haja serviço a Deus, perseverante e alegre, e para que
possamos amar e cumprir os seus mandamentos, é preciso uma vida de fé, piedade, vigilância e oração, sem o que, nossa alma esfria.

Não seremos julgados pela nossa capacidade intelectual, e nem pelo volume das nossas obras, mas, como disseram os santos, pela pureza do nosso amor a Deus, pela perseverança nesta vivência e pela intensidade da nossa fé. Jesus garantiu que diante de todas as adversidades que virão “Quem perseverar até o fim será salvo” (24,13).

Para concluir, é salutar que se reflita sobre o “quem crer e for batizado será salvo” (cf. Mc 16,16). O crer aqui não aponta apenas para um acreditar, mas se refere ao desenvolvimento de uma fé adulta, madura que não para em gestos vazios de evasão, mas se funda numa atitude dinâmica, numa ação consciente e numa adesão coerente com a edificação do Reino já neste mundo. É aí que fé e espiritualidade se encontram. A fé dinâmica produz a justiça, e ambas se encarregam de gerar a paz. E assim que a espiritualidade atua.
Afinal, a fé ou as obras? (1)

Há algum tempo, quando católicos e luteranos assinaram uma importante declaração de aproximação a respeito de fé e obras, que o debate se reacendeu. Há, nas duas facções, os que acreditam que a justificação vem exclusivamente pela fé e outro no valor das obras. Igualmente, há em católicos e luteranos, quem julgue que a salvação ocorre através das boas obras, da caridade, etc. Existe, ainda, quem busque uma forma mista: fé e obras. Quem está certo? Onde está a razão?

A discussão é velha, vem desde o templo de Jerusalém, e vai continuar séculos afora. Aliada ao Estado, a Igreja Católica atuava como um suprapoder. O fim da Idade Média, a invenção da imprensa e o renascimento excitaram desejos de mudanças. Católicos e luteranos experimentaram um racha, a partir de 1517, quando Lutero publicou, na porta da igreja de Wüttemberg, suas “95 teses”, contrárias, entre outros assuntos, à venda das indulgências (uma fé interesseira, de discurso vazio e sem obras).

Nesses cinco séculos, houve como que uma “guerra santa” entre os dois grandes blocos cristãos que, convenhamos, não levou a nada. Hoje parece que há uma luz, embora tênue, a dar esperanças de uma aproximação. O que salva, efetivamente, a fé ou as obras? Entendo que a questão é mais semântica do que doutrinária.

Se é verdade que a fé justifica e salva, também é verdade que não se admite uma fé estática, que não se traduz em gestos de partilha, acolhida e perdão, perfilados ao “mandamento novo” (cf. Jo 13,34s). De outro lado, as obras, admiradas por uns e execradas por outros, podem levar à justificação se forem o corolário de uma fé coerente e discernida. Assim, fé e obras são
juízos de um mesmo enunciado, separadas apenas pela cabeça-dura das ideologias digladiantes.

A fé que salva é a que se traduz por gestos concretos. As obras que agradam a Deus, e tornam o homem justo, são as que se originam de um princípio de fé. Talvez a falta dessa visão, por muitos séculos, tenha prejudicado a caminhada de tantos cristãos.
Quando me perguntam: a fé ou as obras costumo responder: as duas! Primeiro a fé, e depois as obras dela decorrentes. Fé e obras, segundo o evangelho, são indissociáveis. Amar o próximo é praticar boas obras em nome da fé. Quem não tiver a coragem de chamar o outro de irmão, não tem o direito de chamar Deus de Pai. Crer não é um sentimento, um mero acreditar, mas ouvir a Palavra e colocá-la em prática. Praticar obras não é exercer assistencialismo, mas transformar o mundo (segundo Deus) e praticar a caridade como dom do Pai (2).

Certas pessoas falam em crise de fé, a partir de estímulos externos. Essa crise de fé não vem do marxismo, da filosofia ou de certas teorias materialistas. Ocorre que essa eventual perda vem porque não zelaram pela fé, não foram vigilantes e ela agora está como que estacionada. Vamos voltar a colocá-la em movimento, pela oração, pela meditação da Palavra, pelas boas obras, pelos sacramentos, pela vida em comunidade. 

 Antonio Mesquita Galvão.

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1 Para subsidiar nossa reflexão, transcrevo uma matéria que publiquei em 2011, nos vários canais onde veiculo textos.

2 O autor é escritor, autor de mais de cem livros de Exegese e Teologia, entre eles “As obras da fé”, Ed. Ave-Maria, 1989. Doutor em teologia Moral e biblista.

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