O CRISTÃO E A CRUZ DE CRISTO A cruz de Cristo na vida do cristão implica em viver uma vida de amor.
O amor é o grande sinal dos discípulos de Jesus, como Ele mesmo disse: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.” (Jo 13,35).
E é importante notar que o argumento que Jesus usa para exigir que seus discípulos se amem é que, antes de tudo, Ele os amou. “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros” (Jo 13,34).
Aprendemos, na Bíblia, que amor é um sentimento santo que deseja o bem do seu próximo, inclusive acima de seus próprios interesses. Amor é sentimento, é algo que se sente. A Bíblia diz que Jesus várias vezes era “movido de íntima compaixão” (Mt 20,34).
O apóstolo Paulo, cheio de amor pelos gálatas, exclamou: “Meus filhinhos, por quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja formado em vós” (Gl 4,19). O apóstolo João se importava tanto com o bem estar de seus filhos na fé, que dizia: “Não tenho maior alegria do que esta a de ouvir que meus filhos andam na verdade” (3 Jo 1,4).
Contudo, devemos entender que amor, além de um sentimento, é também serviço, como disse certo homem de Deus: “amor é mais serviço do que sentimento”. Jesus é o exemplo vivo, pois não somente disse que nos amava, mas efetivamente demonstrou o Seu amor na cruz. Paulo não somente amava, mas também tudo sofria “por amor dos escolhidos” (2 Tm 2,10). O amor faz acontecer, supre necessidades, acolhe, abraça, ajuda, se sacrifica, se doa. O amor na igreja primitiva era tão grande que todos compartilhavam tudo entre si, de modo que ninguém passava necessidade.
Se a natureza do nosso amor deve consistir em sentimento e serviço, o alvo dele deve ser todos, incondicionalmente, tanto perdidos quanto salvos, incluindo nossos mais cruéis inimigos. Devemos amar os perdidos com todo o nosso coração, levando a eles o Evangelho na esperança de que se salvem. Lemos de homens de Deus no passado que clamavam: “Senhor, dá-me almas, senão morro!”, e nós conseguimos permanecer indiferentes ante às almas que perecem! Muitos grandes cristãos do passado perdiam o sono, porque pensavam nas almas que estavam indo a passos largos para o inferno e isso os inquietava grandemente!
Como anda o nosso amor pelas pessoas que estão se perdendo? Temos familiares, amigos, colegas com quem convivemos todos os dias e nunca sequer lhes falamos de Jesus, nunca derramamos lágrimas diante de Deus pelas suas almas!
Pelo contrário, muitos de nós, pelo nosso procedimento torpe, os afastamos ainda mais de Cristo, que Deus tenha misericórdia de nós! Afirmamos que os amamos mas não nos preocupamos com o estado de suas almas, não investimos tempo e esforço para salvá-los!
Além disso, também há os perdidos de longe, de outros pontos do planeta nunca alcançados pelo Evangelho, onde temos missionários doando suas vidas pelo Reino de Deus, e vários de nós não têm a sensibilidade de sequer orar por eles, ou enviar uma oferta, por menor que seja! Preferimos ficar ouvindo as besteiras da teologia da prosperidade, que os falsos profetas pregam, nos incentivando a ficarmos ricos e conquistar bens terrenos, enquanto muitos perecem sem conhecimento do Cristo!
Também precisamos amar os que, como nós, são salvos e estão conosco na Igreja. O quanto oramos uns pelos outros, o quanto nos dedicamos a ajudar nossos irmãos a ficarem firmes na fé?
Entra um irmão abatido na igreja, e ninguém o consola; outro está descaradamente na prática do pecado, e ninguém o repreende; um irmão falta nas missas e ninguém sequer liga para ele, para saber se está tudo bem! O Cristianismo não é uma religião individualista, como muitos querem; antes, é um estilo de vida comunitário, pelo vínculo do amor e da fé. “Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade” (1 Jo 3,18). |
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