"Onde está o teu tesouro, lá estará também o teu coração."(Mt 6,21)
Esta é uma grande verdade.
Para nos libertarmos deste perigo, devemos colocar o nosso coração no momento presente e amar apenas o que está contido nele. Alí encontramos tanto o Paraíso quanto a Terra. Encontramos a realidade temporal na qual estamos mergulhados, e encontramos a dimensão eterna que nos é concedida por graça da parte de Deus.
Este é o tesouro que encontraremos também no céu. Nós o construímos e possuímos desde agora.
Neste belíssimo texto do evangelho, Jesus põe em relevo o valor das realidades correntes da vida. Ao mesmo tempo ensina-nos a pôr a nossa confiança na Divina Providência. Com exemplos e comparações simples, tomados da vida quotidiana, convida-nos ao abandono sereno nas mãos de Deus: não se preocupem com a comida e com a bebida que precisam para viver nem com a roupa que precisam para se vestir. Afinal, será que a vida não é mais importante do que a comida? E será que o corpo não é mais importante do que as roupas? Vejam os passarinhos que voam pelo céu: eles não semeiam, não colhem, nem guardam comida em depósitos.
No entanto, o Pai de vocês, que está no céu, dá de comer a eles. Será que vocês não valem muito mais do que os passarinhos?
Basta como disse depositar tudo em Suas mãos porque se Ele veste e faz crescer assim as flores do campo: elas não trabalham, nem fazem roupas para si mesmas. Mas eu afirmo a vocês que nem mesmo Salomão, sendo tão rico, usava roupas tão bonitas como essas flores. É Deus quem veste a erva do campo, que hoje dá flor e amanhã desaparece, queimada no forno. Então é claro que ele vestirá também vocês.
O que exige de nós é fé nele e na realização plena das suas palavras. O nosso Deus é fiel. Nele está o fim último do homem . Por este fim o homem deve entregar todo o seu ser de uma maneira indivisível. O homem não pode dividir-se entre dois fins absolutos e contrários.
Onde se diz “vida”, pode dizer-se também “estatura”, mas seria versão mais afastada do texto (cfr Lc 12,25). A palavra “côvado” significa uma medida de espaço aplicável também ao tempo metaforicamente.
Uma vez mais a justiça do Reino de Deus aparece como a vida de graça no homem; o que leva consigo todo um conjunto de atitudes espirituais e morais, e pode resumir-se no conceito de “santidade”.
Com minha benção
Pe. Emílio Carlos +
grãozinho de areia.
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