Aquele que reza passa a conhecer a Deus como amigo, ensina Santa Teresa de Ávila. Rezar é uma ação e relação amorosa que nos garantem a vida e a felicidade.
“Para o cristão rezar é ficar diante da gratuidade pura do Pai, até que ela inunde o coração e a vida com sua generosidade transbordante. Rezar é receber, esperar na paciência e na perseverança do silêncio cheio de maravilha e de assombro do amor. É Deus que age na oração, e o homem está diante do mistério da pobreza, para deixar-se amar pelo Eterno.
Nesse sentido, a oração cristã é experiência noturna do outro, silêncio, no qual nos deixamos inundar pelo mistério da presença divina, a passio que prepara a actio, acolhida da qual nasce o dom. Como, porém, tudo vem do Pai, tudo retorna ao Pai: por isso, a oração, terreno do advento, é, ao mesmo tempo, movimento de resposta, ato de remeter tudo a Deus, veículo da nostalgia de Deus que está no coração do homem, e, enquanto tal, sacrifício de louvor, ação de graças, intercessão, na qual o mundo inteiro é assumido para reencontrar a si mesmo em sua verdadeira origem.
É rezando que o cristão aprende a ver todas as coisas à luz de Deus” (Teólogo Bruno Forte. À escuta do outro).
Em tempos como os nossos, bem se sabe, já não é tão fácil rezar, mas continua sendo a necessidade fundamental. Não falo de fórmulas ou ações extraordinárias, mas daquele recolher-se diariamente a sós com Deus para lhe entregar nossa vida e pedir-lhe a graça para enxergarmos todas as coisas segundo o seu olhar. Que as nossas vicissitudes e desencontros sejam vistos na ótica do amor providencial e não de nossa desesperança e orgulho.
Realmente quando não cultivamos a amizade com Deus nos perdemos completamente de nós mesmos e do próprio Deus. Ensina-nos, Senhor, a rezar. Conquista-nos, apaixona-nos, ajuda-nos e redescobrir o sentido e o valor da oração. Quando rezamos tudo se descomplica!
Antonio Marcos
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