Os Reis Magos, uma lição de fé
O Filho de Deus nasceu sob as feições de um lindo menino, mas com toda a “plenitude de sua divindade” como disse São Paulo.
Assim a muito poucos foi dado perceber que Aquele Menino chamado
Jesus era o verdadeiro Deus. Mas Deus, de alguma maneira, quis
manifestar a sua glória, dignidade e divindade.
Os pastores de Belém foram os primeiros judeus a reconhecerem o seu
Deus; eles ouviram os Anjos cantarem o “Glória in excelsis Deo”. E,
avisados pelos Anjos, naquela mesma noite reconheceram e adoraram o
recém-nascido Salvador do Mundo.
Uma segunda percepção da divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo
deu-se quarenta dias após, quando da sua apresentação no Templo. O sumo
sacerdote Simeão e sua esposa Ana manifestaram a sua glória.
A terceira vez realizou-se por meio de ilustres personagens,
provenientes de longe: a manifestação de Nosso Senhor ao mundo, agora
aos pagãos.
Enquanto os anjos, com seus cânticos, proclamavam nos campos de Belém
o nascimento de Jesus Cristo, Nosso Senhor, uma Estrela anunciava-O no
Oriente, de maneira esplendorosa.
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Os representantes dos pagãos foram os ilustres Reis Magos; homens que se
ocupavam das ciências, especialmente da astronomia, da medicina e da
matemática.
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Nas pinturas das Catacumbas de Roma, eles foram representados sempre com
roupas persas: chapéus altos com abas caindo sobre os dois lados do
rosto; túnica branca e comprida presa na cintura, sobre a qual cai longo
manto para trás.
Os reis Magos eram cultos e conheciam os livros dos judeus; conheciam
também a ciência dos astros e liam pergaminhos antigos. De alguma forma
conheciam a fé do povo judeu, a espera do Messias que traria salvação
não só para Israel, mas também para as demais nação.
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Não podemos esquecer de um etíope, evangelizado e batizado por S. Felipe
(At 8,29ss). Este oriental lia o profeta Isaias, exatamente o trecho
que falava do Servo Sofredor (Is 53,7).
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O que é uma prova de como muitos no oriente conheciam a glória de Israel
e a sua fé. Ademais há o episódio da Rainha de Sabá: “E até a rainha de
Sabá, tendo ouvido falar de Salomão no nome do Senhor, foi
experimentá-lo com enigmas.(1Rs 10,1-2).
Se a rainha de Sabá conhecia a fama de Salomão, 900 anos antes de
Nosso Senhor Jesus Cristo, então os reis Magos também eram conhecedores
da fé judaica.
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Eles possuíam os livros dos hebreus deixados no exílio; e neles se
falava de um Salvador que nasceria de uma virgem em Israel, que seria
adorado por todas as nações do mundo, e que seria o redentor da
humanidade.
Neste tempo muitos no Oriente já usavam o astrolábio para conhecer as
estrelas e observavam atentamente o céu. No mesmo dia do nascimento de
Nosso Senhor Jesus Cristos os reis Magos vislumbraram um astro diferente
no céu, de uma beleza singular, que se movia do sul para o norte, em
sentido contrário aos demais astros, que os fez concluir que nascera em
Belém a “estrela de Jacó”.
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Santo Inácio de Antioquia, mártir em Roma, diz na sua Carta aos Efésios
que esta estrela que guiou os Magos era como aquela coluna de fogo que
guiou Israel pelo deserto em sua marcha à Terra Prometida. Enfim, a fé
os levou em busca do Salvador, e eles não desanimaram até encontrá-Lo.
Os Reis Magos simbolizavam as três raças humanas: a amarela, a negra e
a branca, descendentes dos três filhos de Noé: Sem (Gaspar), Cam
(Balthazar) e Jafé (Melchior).
Gaspar que dizer: “levado pelo amor”; Balthazar quer dizer: “sua vontade é rápida como a flecha e faz a vontade
de Deus”; Melchior significa: “Ele penetra docilmente”. Os reis da
Abissínia reivindicam a honra de serem descendentes dos reis Magos.
A estrela milagrosa, servindo-lhes de guia, conduziu-os até a Cidade
Santa e desapareceu. A tal desaparecimento, pensaram os Magos que o
Menino tivesse nascido nessa cidade, razão pela qual perguntaram:
“Onde está o Rei dos judeus, que acaba de nascer? Porque nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-Lo.” (Mt 2, 2)
Eles esperavam encontrar Jerusalém exultante e em festa… Ficaram
decepcionados ao perceber que ninguém ali sabia informar sobre o “Rei
dos Judeus”.
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Mas a fé e a coragem mantiveram-nos resolutos na intenção de prestar-Lhe as honras cabíveis.
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Quem acendera no firmamento aquela Estrela brilhante e os trouxera de tão longe, não esconderia deles agora que chegaram.
Deus age assim com os seus escolhidos; é para lhes testar a fé e
aumentar ainda mais os seus méritos. Conosco também é assim quando somos
guiados por Deus para fazer sua obra.
As caravanas desses reis entraram em Jerusalém e assustaram a
população, deixando Herodes preocupado e sentindo-se ameaçado por aquele
Menino. Herodes I, chamado o Grande, era de Edom e não era judeu.
Fez-se eleger rei da Judéia por ser adulador de Julio César, imperador
de Roma.
Os Magos concordaram com a “proposta” de Herodes. Saindo da cidade,
foram novamente guiados pela estrela até o lugar onde se encontravam São
José, a Santíssima Virgem e o Menino Jesus.
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Aqueles reis compareceram com seus servos diante da Sagrada Família e
lhes deram presentes, depois de adorar o Menino. Encontraram e viram o
Criador feito Menino, nos braços de sua Santíssima Mãe, que em sua
simplicidade se preparara para receber a singular visita.
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Humildemente prostrados a seus pés, cheios de fé e veneração,
adoraram-No e se ofereceram a si mesmos juntamente com as suas nações.
É impressionante que na fé régia os Reis Magos não tenham se abalado
diante da pobreza do Rei dos Judeus. Como pode um rei nascer tão pobre e
abandonado?
Esta é uma prova de que foram conduzidos por Deus até Belém para, em
nome dos pagãos, prestarem o culto de adoração ao Menino Deus. Tomaram
portanto os vasos preciosos, expostos pelos servos em cima dos tapetes,
e, abrindo-os, ofereceram ao Menino, ouro, incenso e mirra: misteriosa
oblação em sinal dos profundos sentimentos de fé, amor e veneração que
lhes enchiam a alma, e símbolo da divindade do Menino, de sua majestade e
de sua missão redentora.
Após os mais vivos agradecimentos, regressaram. Avisados em sonho
pelo Anjo do Senhor para não tornarem a Herodes, por outro caminho
voltaram à sua pátria. Cumprida estava uma bela missão de fé.
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