Jesus: uma existência para a glória do Pai
Jesus foi glorificando o Pai ao se esvaziar de si – “esvaziou-se de si mesmo, e assumiu a condição de servo” (Fl 2,7) –, deixando-se preencher totalmente por Aquele que o enviara e pelo seu desígnio amoroso. O Filho foi sendo plasmado e deixando-se plasmar, docilmente, como um vaso nas mãos do oleiro: “Como a argila nas mãos do oleiro, assim sois vós na minha mão” (Jr 18,6).
Esvaziando-se na sua natureza humana (sua vontade, sua liberdade, seu entendimento, seus afetos)... dando espaço ao Pai, Jesus vai sendo preenchido por ele, vai sendo cada vez mais Filho, vai sendo cada vez mais ele mesmo, vai sendo cada vez mais glorificado!
Em Jesus, não há alienação, não há desacordo entre o seu ser, seu viver e seu agir – ele é todo inteiro, todo íntegro, todo do Pai e para o Pai! Ele é o Filho! É esta, precisamente, a sua glória! Portanto, agora, na Hora decisiva e derradeira, o Filho pede que o Pai o glorifique, isto é, que realize até o fim a obra para a qual o enviou: “Pai querido, toda a minha vida foi glorificar-te, foi abrir espaços para ti no meu coração, foi realizar a tua vontade, às vezes chorando, às vezes sorrindo. Agora, completa em mim a obra começada: glorifica o teu Filho! Que eu, até o fim, faça a tua vontade! Que eu, totalmente vazio de mim na minha humanidade, possa ser totalmente preenchido por ti, sem reservas, para ser totalmente divinizado na tua plenitude!”
Escrito por Dom Henrique .
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