Ao iniciar sua missão, diz-nos S. Marcos, Jesus assim falava em estilo de convocação: "Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo: convertei-vos e crede no Evangelho" (Mc 1,15). Para tomar parte no Reino, que é a Igreja, é necessário a conversão e a fé: estas são condições fundamentais. Não se trata apenas de nome e de rito; o que importa é a vida consagrada, a pessoa toda consagrada à Pessoa do Filho de Deus. Ser indefinidamente insensível aos apelos do Evangelho é uma grande temeridade. A parábola da figueira é uma grave advertência para todos.
1. Uma figueira
2. Plantada na vinha
3. Três anos sem fruto, esterilizando o terreno
4 Será cortada
5. O vinhateiro faz esperar mais tempo
Se somos o Reino de Deus, nossa vida é uma vida em Deus, por Cristo, no Espirito Santo. Somos plantados, como a figueira, na vinha do Pai: a Igreja, terra santa do Povo de Deus, desde o nosso Batismo. O que recebemos a partir do Batismo é a vida da Graça, do encontro pessoal com Deus, da presença misteriosa de seu amor em nós. Somos assim uma planta nova, deve ela crescer, encher-se de folhas, florescer e frutificar. Não podemos ocupar terreno inutilmente, nem também podemos fingir pelo nosso exterior.
Como toda semente, para frutificar, se transforma na árvore crescida, assim também o cristão. Nossa transformação não pode ser pela metade, deve ser total, profunda, embora muitas vezes seja isso um processo lento e doloroso. Porque é uma conversão, é uma mudança, uma transformação; é um volver-se de todo o nosso ser para Deus, nosso Pai, na Pessoa de Jesus, nosso Salvador, sob a força e ação do Espírito Santo. "Se não vos converterdes, dizia Jesus, todos vós perecereis" (Lc 13,3). Esta palavra não deve ser uma ameaça, mas um apelo, um convite, uma solicitação. Daí a sua permanente atualidade.
A figueira está cheia de folhagem, mas não frutifica. No Reino de Deus, crescer é frutificar; é testemunhar sem desânimo, nas coisas simples da vida, nas ações mais comuns de cada dia, a presença e a marca da vida de Cristo em nós, do seu Evangelho, da sua caridade. Muito cristão está cheio de boa vontade, de boas intenções e de bons desejos, mas não vai, além disto. E' incapaz de empenhar-se, de se comprometer, apesar de seus limites e fraquezas. Há formas variadíssimas de egoísmo comodista que nos impedem de frutificarmos em Cristo, de trabalharmos solidários pelo seu Reino. Há figueiras frondosas, de bela folhagem, mas isoladas e sem frutos...
Para que servem? O perigo para a Igreja hoje é o fracasso dos bons, a inércia de muitos cristãos.
O vinhateiro intervém em favor da figueira. O vinhateiro é Cristo, dom misericordioso do Pai. Ele não condena simplesmente, antes apela, convida, cuida com solicitude para que saibamos responder frutuosamente. Através dos acontecimentos do mundo, dos fatos da nossa vida, muitas vezes dos sofrimentos também, Ele nos aduba para nos extirpar a esterilidade, e nos tornar fecundos no seu amor. Cristo é quem mais espera por nós, confiante e pacientemente. O tempo da nossa vida é sempre um tempo de constante conversão, de penitência, de retorno. Nunca temos o direito de desesperar das nossas fragilidades, mas temos a grave obrigação de não abusar da paciência de Deus, que é uma forma solicitante de seu amor sobre nós...
Unidos a Cristo, como seus discípulos e membros de sua Igreja, somos também instrumentos de sua misericórdia para com o nosso próximo. Há tanta vida inútil na nossa vizinhança! Faltou-lhe talvez ser adubada e revolvida pelo nosso amor e solicitude, pelo nosso sacrifício e oração, pela nossa iniciativa e caridosa intervenção. .. Não somos, por acaso, rápidos em criticar e condenar, e lentos ou insensíveis em ajudar, cm estender a mão aos outros? Fazer o bem é uma responsabilidade para todo cristão; se nos omitimos em fazê-lo, não ajudamos o mundo e nem servimos a Igreja? Até onde devemos ir na denúncia das imposturas, das mentiras, e das infidelidades de muitas organizações e estruturas da sociedade? E a que sacrifícios nos dispomos para transformá-las e revigorá-las?
Não será o momento de questionar toda nossa atuação missionária, como Igreja que somos? Convocados e enviados pelo próprio Jesus Cristo “Ide e fazei Discípulos!”
Temos que ser Missionários do Reino, como batizados que somos por isso atentos devemos vivenciar nosso ser missionário e tomarmos as palavras desde grande Missionário de Deus que com sua vida reconstruiu a Igreja não só de pedra mas a Igreja viva, o povo amado de Deus : “Meus irmãos, comecemos a servir ao Senhor, porque até agora pouco temos feito”(S.Francisco de Assis).
Proponho que você reze com este texto da figueira estéril e avaliemos assim o nosso Ser Missionário por condição de batizados que somos. Não precisamos sair para o exterior, países estrangeiros, talvez muito perto de você alguém precisa do “Fruto da Vida”Jesus Cristo Nosso Senhor .
Pe. Emílio Carlos Mancini
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