Chiara Corbela Petrillo: uma nova Gianna Beretta Molla.
No
dia 18 de junho de 2012, na igreja de Santa Francisca Romana, da
capital italiana, foi celebrado o funeral da jovem Chiara Petrillo,
falecida depois de dois anos de sofrimento provocado por um tumor.
A luminosa jovem romana de 28 anos, com o sorriso sempre nos
lábios, morreu porque escolheu adiar o tratamento que podia salvá-la.
Ela preferiu priorizar a gravidez de Francisco, um menino desejado desde
o começo de seu casamento com Enrico.
Não era a primeira gravidez de Chiara. As duas anteriores acabaram
com a morte dos bebês logo após cada parto, devido a graves
malformações.
Sofrimentos, traumas, desânimo. Chiara e Enrico, porém, nunca se fecharam para a vida. Depois de algum tempo, chegou Francisco.
As ecografias agora confirmavam a boa saúde do menino, mas, no quinto
mês, Chiara teve diagnosticada pelos médicos uma lesão na língua.
Depois de uma primeira intervenção, confirmou-se a pior das hipóteses:
era um carcinoma.
Começou uma nova série de lutas. Chiara e o marido não perderam a fé.
Aliando-se a Deus, decidiram mais uma vez dizer sim à vida.
Chiara defendeu Francisco sem pensar duas vezes e, correndo um grave
risco, adiou seu tratamento para levar a maternidade adiante. Só depois
do parto é que a jovem pôde passar por uma nova intervenção cirúrgica,
desta vez mais radical. Vieram os sucessivos ciclos de químio e
radioterapia.
Francisco nasceu sadio no dia 30 de maio de 2011. Mas Chiara,
consumida até perder a vista do olho direito, não conseguiu resistir por
mais do que um ano. Na quarta-feira passada, por volta do meio dia,
rodeada de parentes e de amigos, a sua batalha contra o dragão que a
perseguia, como ela definia o tumor em referência à leitura do
apocalipse, terminou.
Mas na mesma leitura, que não foi escolhida por acaso para a
cerimônia fúnebre, ficamos sabendo também que uma mulher derrota o
dragão.
Chiara perdeu um combate na terra, mas ganhou a vida eterna e
deixou para todos um testemunho verdadeiro de santidade.
“Uma nova Gianna Beretta Molla”, definiu-a o cardeal vigário de Roma,
Agostino Vallini, que prestou homenagem pessoalmente a Chiara, a quem
conhecera havia poucos meses, juntamente com Enrico.
“Nesta manhã, estamos vendo o que o centurião viveu há dois mil anos,
ao ver Jesus morrer na cruz e proclamar: Este era verdadeiramente o
filho de Deus”, afirmou em sua homilia o jovem franciscano frei Vito,
que assistiu espiritualmente Chiara e a família no último período.
“A morte de Chiara foi o cumprimento de uma prece. Depois do
diagnóstico de 4 de abril, que a declarou doente terminal, ela pediu um
milagre: não a própria cura, mas o milagre de suportar, na paz de alma, a
doença e o sofrimento, junto com as pessoas mais próximas”.
“E nós”, prosseguiu frei Vito, visivelmente emocionado, “vimos morrer
uma mulher não apenas serena, mas feliz”. Uma mulher que viveu
desgastando a vida por amor aos outros, chegando a confiar a Enrico: “Talvez,
no fundo, eu não queira a cura. Um marido feliz e um filho sereno,
mesmo sem ter a mãe por perto, são um testemunho maior do que uma mulher
que venceu a doença. Um testemunho que poderia salvar muitas pessoas…”.
A esta fé, Chiara chegou pouco a pouco, “seguindo a regra assumida em
Assis pelos franciscanos que ela tanto amava: pequenos passos
possíveis”. Um modo, explicou o frade, “de enfrentar o medo do passado e
do futuro perante os grandes eventos, e que ensina a começar pelas
coisas pequenas. Nós não podemos transformar a água em vinho, mas
podemos começar a encher os odres. Chiara acreditava nisto e isto a
ajudou a viver uma vida santa e, portanto, uma morte santa, passo a
passo”.
Todas as pessoas presentes levaram da igreja uma plantinha, por
vontade de Chiara, que não queria flores em seu funeral. Ela preferia
que cada um recebesse um presente. E no coração, todos levaram um
“pedacinho” desse testemunho, orando e pedindo graças a esta jovem
mulher que, um dia, quem sabe, será chamada de beata Chiara Corbela.
Fonte: Zenit
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