«Precisamos aprender a florescer, onde Deus nos plantou».
Mt 11,20-24
O Evangelho nos fala
do juízo histórico de Deus sob Corazim, Cafarnaum e outras cidades: «Ai de ti,
Corazim! Ai de ti, Betsaida! Se em Tiro e Sidônia se tivessem realizado os
milagres feitos no meio de vós, há muito tempo teriam demonstrado
arrependimento (...)» (Mt 11,21).
Tenho meditado essa
passagem entre suas escuras ruínas, que é tudo o que fica delas. Minha reflexão
não me deixou alegre pelo fracasso que sofreram. Pensava: nas nossas
populações, em nossos bairros, nas nossas casas, por elas também passou o
Senhor e... O levamos em conta? Eu o levei em conta?
Com uma pedra na mão,
tenho falado comigo mesmo: algo assim ficará de minha existência histórica, se
não vivo responsavelmente a visita do Senhor. Lembrei ao poeta: «Alma,
assoma-te agora à janela: verás com quanto amor chamar porfia» e, envergonhado
reconheço que eu também tenho dito: «Amanhã lhe abriremos... Para o mesmo
responder amanhã».
Quando atravesso as
inumanas ruas de nossas cidades dormitório, penso: o que pode-se fazer entre
esses habitantes com quem me sinto incapaz de estabelecer um diálogo, com quem
não posso compartilhar minhas ilusões, a quem me é impossível transmitir o amor
de Deus? Lembro, então, o lema que escolheu São Francisco de Sales ao ser
nomeado bispo da Genebra o máximo expoente da Reforma protestante naquele
tempo: «Precisamos aprender a florescer, onde Deus nos plantou».
E, se com uma pedra na
mão meditava o juízo severo de Deus que, pode recair sob mim, em outros
momentos com uma florzinha silvestre, nascida entre as ervas e o excremento da
alta montanha, acho que não devo perder a Esperança.
Devo corresponder à
bondade que Deus tem me oferecido e, assim a minha pequena generosidade
depositada no coração daquele que cumprimento, o olhar interessado e atento
daquele que me pede uma informação, o sorriso dirigido ao que me cedeu o passo,
florescerá no futuro. E, nosso entorno não perderá a Fé.
Com a
minha benção
Pe. Emílio Carlos +
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