BILHETE DE EVANGELHO.
Testemunho
do “nós”… Jesus envia os discípulos dois a dois. Ele sabe que a sua
missão será difícil de cumprir. Mesmo Ele, Jesus, fez-Se acompanhar de
uma equipa. O testemunho é sempre um “nós” para nunca se falar em nome
próprio mas, com outros, em nome daquele que envia. Algumas
recomendações a estes peregrinos da Boa Nova: contar apenas com Deus;
pôr-se a caminho para se fazer peregrino; aceitar a hospitalidade para
se apresentar como um pobre; não forçar as portas para respeitar a
liberdade. Quanto à mensagem a proclamar, é a mensagem do Mestre:
“convertei-vos!” E quanto aos actos, são os mesmos de Jesus: expulsar os
demónios e curar os doentes. Decididamente, o servo não é maior do que o
seu mestre, e o enviado faz sempre referência àquele que o envia. Hoje,
o “nós” é o da Igreja. Oxalá ela possa contar apenas com Deus, fazer-se
peregrina, apresentar-se pobre, respeitar a liberdade dos homens…
À ESCUTA DA PALAVRA.
Testemunhas
do amor de Deus… “Jesus chamou os doze Apóstolos e começou a enviá-los
dois a dois. Deu-lhes poder sobre os espíritos impuros”. O apelo dos
Apóstolos está ligado ao seu envio, à sua missão. Serem os companheiros
de Jesus, não para ficarem abrigados perto d’Ele, mas para serem
enviados comos suas testemunhas até aos confins da terra. Ele envia-os
dois a dois. Sem dúvida, porque na altura um testemunho só era
reconhecido como autêntico se levado por duas testemunhas. Mas, mais
profundamente, Jesus veio para colocar os homens na “circulação do
amor”. Deus criou os homens para serem à sua imagem. Como “Deus é Amor”,
os homens serão imagens de Deus na medida em que construírem juntos
relações de amor fraterno. Ora, eles recusaram isso. O espírito do mal é
chamado de diabo, aquele que divide em vez de unir. Jesus veio para
acabar com a divisão. Ele é aquele que reconcilia os homens com Deus e
entre si. Eis porque Jesus envia os Apóstolos dois a dois: para que
sejam primeiramente, pelo seu comportamento e pela sua vida, testemunhas
desta obra de reconciliação. A salvação nunca é individual, é colocada
na relação dos homens entre si, no movimento de amor de Deus. A missão
dos Apóstolos é, pois, de lutar contra o mal que divide e corrompe.
Então, compreendemos melhor porque Jesus dá conselhos de pobreza.
Encher-se de riquezas materiais é arriscar cair na armadilha da
possessão egoísta, é entrar no círculo infernal da vontade de poder, da
inveja. É centrar-se sobre si mesmo em lugar de dar lugar aos outros. É
obscurecer o seu olhar interior e não ser mais suficientemente
disponível para acolher o outro. É sempre válido para todos os
baptizados cuja missão é serem testemunhas da Boa Nova no coração do
mundo!
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