Ser
cristão significa ser discípulo de Cristo.
O amor, quando é verdadeiro, nos leva ao
encontro do outro e a tudo fazermos pela felicidade da pessoa amada.
Movido por um amor infinito, Deus veio ao
nosso encontro, assumiu nossa vida, nos atraiu com laços de amor para nos fazer
participantes de sua vida e plenamente felizes.
Para estabelecer essa comunhão, própria de
quem ama , Jesus nos chama a ser seus discípulos. É Ele que toma a iniciativa,
nos chama e diz: ‘Não foram vocês que me escolheram, fui eu que os escolhi’ (Jo
15,16).
Uma vez chamados não podemos ser indiferentes
e virar-lhe as costas. É necessário responder ao Senhor que nos chama. Ao amor
nunca se responde com indiferença!
Ser cristão significa tornar-se discípulo de
Jesus; ser seu seguidor; corresponder ao seu amor.
O cristianismo não é adesão a um conjunto de
verdades, a uma ideologia, a uma moral ou a uma espiritualidade; é
primeiramente o encontro com uma pessoa: Jesus Cristo. Esse encontro
reconfigura nossa vida e nos abre à dimensão de transcendência.
O
seguimento de Cristo implica conhecê-lo e configurar-se a Ele.
A quem se propõe a segui-lo, Jesus diz: “Se
alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz, e me siga. Pois
quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; mas, quem perde sua vida por causa
de mim, vai encontrá-la. Com efeito, que adianta ao homem ganhar o mundo
inteiro se vier a perder a sua vida? ” (Mt 16,24-26).
Refletindo sobre o jovem rico, nós já
consideramos a dimensão da renúncia aos nossos apegos e ao desejo egoísta de
fazer nossa própria vontade. Agora, nos perguntamos: o que significa assumir a
cruz? Muitas vezes a cruz é associada a sofrimento; porém, para nós, cristãos,
a cruz é, na verdade, símbolo da fidelidade de Jesus à vontade do Pai Celeste.
Fidelidade até às últimas consequências; mesmo
tendo que enfrentar oposições, sofrimentos e até a morte. A cruz é também
símbolo de nossa fidelidade a Jesus, pois o discípulo tem que se configurar a
seu mestre e senhor.
A cruz é símbolo da fidelidade de Jesus ao Pai e também de
nossa fidelidade a Jesus; portanto, ela não é símbolo de derrota, mas de
vitória, não é símbolo de sofrimento, mas de alegria; não é símbolo de morte,
mas de glória!
É próprio ao discípulo ouvir o Mestre e
aprender tudo o que ele tem a ensinar. Isso caracteriza o discípulo e o faz
estar em constante processo de conversão.
Jesus não é um mestre que se compare a
qualquer outro, ele é o próprio Deus que assumiu nossa condição humana;
cumpre-se assim a escritura que diz: “sereis discípulos de Deus” (Jo 6,45).
Cabe a nós, como discípulos, nos dedicar a
aprender tudo o que o Senhor tem a nos ensinar. Para isso é necessário buscar
sua Palavra, acolhê-la, meditá-la diariamente; deixar que ela ecoe em nós e
oriente nossa vida. Essa Palavra tem o poder de nos dar a vida eterna. “Quem
ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna”, diz Jesus
(Jo 5,24).
É importante também conhecer como a Igreja, ao
longo do tempo e com a assistência do Espírito Santo, foi interpretando e
aplicando essa Palavra. Todo esse ensinamento nos é apresentado no Catecismo da
Igreja Católica; uma riqueza à disposição de todo discípulo que quer progredir
no conhecimento do Senhor e no aprofundamento da vida cristã.
Diante da totalidade do ensinamento de Jesus,
como discípulo, não nos compete escolher, como num ‘self service’, o que nos
interessa e o que não nos interessa. Ser discípulo não é como um aluno que
seleciona as matérias que quer cursar; é um compromisso com o Cristo na
totalidade de seu ser e de seu ensinamento.
Nesse seguimento de Jesus nós não estamos
sozinhos, nós O seguimos como Igreja, em comunidade. No seio
da Igreja, família de Deus reunida na fé, nós somos amparados a perseverar e
recebemos a graça de Deus por meio dos Sacramentos, a fim de vivermos como
discípulos fiéis.
Colocando-nos decididamente nesse caminho do
discipulado, nós poderemos fazer nossas essas palavras: “Conhecer Jesus é o
melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor
que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é
nossa alegria” (DAp 29).
Pe.Emílio Carlos Mancini
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