“A importância do
conhecimento próprio”.
Nesses dias estive lembrando de
uma pessoa, a quem eu tenho um grande carinho e devoção e que pode nos ajudar
muito em dirigir-nos espiritualmente, Santa Teresa de Jesus e tomei o texto em
que esta grande mulher e santa nos ajuda dizendo que “O Conhecimento Próprio é
condição necessária para progredir na vida espiritual (1Moradas 2, 8-11)"
no livro "Castelo Interior" ou "Moradas"
Sempre me lembro desse texto e
que ela diz também “não ver ninguém alcançar a santidade se não pelo caminho do
autoconhecimento”, quando pergunto às pessoas, a fim de começar a direção
espiritual, quais são suas principais qualidades e os principais defeitos, e
elas me respondem apontando no máximo duas ou três qualidades e dois ou três
defeitos essa é uma prova de que nos conhecemos muito pouco. E não só nos
conhecemos muito pouco como, nesse pouco, não achamos quase defeitos ou às
vezes ao contrário somente defeitos o que é indicio de neurose e de depressões.
Acho muita graça nessas pessoas
que vão ao iniciar uma direção espiritual ou mesmo confissão quando perguntadas
sobre seus defeitos, dizem algo do gênero: “meu defeito é que trabalho muito”,
“meu defeito é que não sei dizer não”, “meu defeito é que não poupo esforços”
etc. Que bom seria se todos nós tivéssemos defeitos assim, que mais parecem
qualidades do que defeitos! A verdade é que essas pessoas se conhecem muito
pouco, pois não só temos defeitos de verdade como temos “muitos” defeitos,
assim como também temos “muitas” qualidades.
Quantas qualidades e defeitos eu
seria capaz de preencher sobre a minha pessoa? Algumas linhas, uma página ou
umas páginas?
Costumo dizer que uma pessoa
começa a ter um razoável conhecimento de si mesma quando sabe apontar vinte
qualidades e vinte defeitos.
Por que é importante o
conhecimento próprio? Porque com ele:
- saberemos nos precaver diante
de determinadas situações;
- teremos mais capacidade de
saber se dará certo um relacionamento;
- reconheceremos nossos defeitos,
o que facilitará bastante o relacionamento;
- saberemos a profissão ideal
para nós e o lugar ideal para trabalhar;
- não criaremos expectativas
infundadas;
- seremos capazes de crescer e de
amadurecer interiormente, desenvolvendo muito a nossa personalidade.
O que fazer para nos conhecermos
melhor? Em primeiro lugar, jamais nos conheceremos bem se não fizermos uma
pausa para a reflexão diária sobre nossas atitudes. Sugiro que, diariamente,
vocês façam uma reflexão, antes de dormir, sobre como foi seu dia. Repassando o
dia desde a hora de acordar, façam uma crítica exigente de todo comportamento
que vocês tiveram. Não são necessários mais do que cinco minutos.
Em segundo lugar, deem ouvidos às
críticas que as pessoas fazem de vocês. Temos uma tendência a negar as críticas
ou a nos justificar. Isso é sinal de falta de maturidade. Uma pessoa madura
ouve e pensa seriamente a respeito das críticas que recebe. Algumas críticas
veremos que não refletem a realidade, mas “muitas e muitas” veremos que têm
todo o fundamento.
Aprofundemo-nos em nosso conhecimento
próprio e seremos muito mais felizes. Muitas coisas melhorarão em nossa vida e,
sobretudo, desenvolveremos a cada dia nossa personalidade.
Como nos diz Santa Teresa de
Jesus: “A meu ver, jamais chegamos a nos conhecer totalmente se não procurarmos
conhecer a Deus. Olhando a sua grandeza, percebemos a nossa baixeza; observando
a sua pureza, vemos a nossa sujeira; considerando a sua humildade, constatamos
como estamos longe de ser humildes".
Autoconhecimento é a capacidade
que nos permite perceber, de forma gradativa, tudo que necessitamos transformar.
Como mudar o que não conhecemos e entendemos?
Apenas quando nos tornamos
conscientes de verdades que não são nossas e da necessidade de mudar, é que
podemos nos libertar delas. É quando começamos a crescer, pois o mesmo só
acontece quando nos tornamos conscientes do que sentimos e pensamos. Algumas
pessoas insistem em dizer que se conhecem, talvez se conheçam parcialmente.
Quando alguém resiste a mudar, nos faz pensar que na verdade elas não compreendem
a si mesmas o suficiente para perceber o quanto uma ou mais mudanças são
necessárias.
Não precisamos ter medo de nos
conhecer, como se isso fosse um fardo do qual não podemos nos livrar, muito
pelo contrário, ter maior percepção de si mesmo é o que nos capacita a mudar
tudo aquilo que nos faz mal ou nos causa conflito e sofrimento, ampliando nossa
consciência sobre nossos potenciais adormecidos, a fim de que possamos vir a
ser aquilo que somos em
essência. E isso é simplesmente fantástico!
Pe.Emílio Carlos +
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