24º Domingo do Tempo Comum - Ano C
SOLICITUDE DE DEUS.
A liturgia deste domingo centra a
nossa reflexão na lógica do amor de Deus. Sugere que Deus ama o homem,
infinita e incondicionalmente; e que nem o pecado nos afasta desse amor…
A primeira leitura
apresenta-nos a atitude misericordiosa de Jahwéh face à infidelidade do Povo.
Neste episódio – situado no Sinai, no espaço geográfico da aliança – Deus
assume uma atitude que se vai repetir vezes sem conta ao longo da história da
salvação: deixa que o amor se sobreponha à vontade de punir o pecador.
Na segunda leitura, Paulo
recorda algo que nunca deixou de o espantar: o amor de Deus manifestado em Jesus Cristo. Esse
amor derrama-se incondicionalmente sobre os pecadores, transforma-os e torna-os
pessoas novas. Paulo é um exemplo concreto dessa lógica de Deus; por isso, não
deixará de testemunhar o amor de Deus e de Lhe agradecer.
O Evangelho apresenta-nos
o Deus que ama todos os homens e que, de forma especial, Se preocupa com os
pecadores, com os excluídos, com os marginalizados. A parábola do “filho
pródigo”, em especial, apresenta Deus como um pai que espera ansiosamente o
regresso do filho rebelde, que o abraça quando o avista, que o faz reentrar em
sua casa e que faz uma grande festa para celebrar o reencontro.
LEITURA I – Ex 32,7-11.13-14
O texto que nos é proposto está
integrado na segunda parte do Livro do Êxodo; aí, apresentam-se as tradições
que dizem respeito ao compromisso de amor e de comunhão que Israel aceitou
estabelecer com Jahwéh. São as “tradições sobre a aliança” (cf. Ex 19-40).
O texto situa-nos em frente de um
monte, no deserto do Sinai. Em si, o nome “Sinai” designa uma enorme península
em forma triangular, com mais ou menos 420 Km de extensão norte/sul, estendendo-se
entre o golfo do Suez, no Mediterrâneo e o golfo da Áqaba, no mar Vermelho. A
península inteira é um deserto árido, com vegetação escassa (exceto em alguns
raros oásis), semeada de montanhas que chegam a atingir os 2400 metros de
altitude. As hipóteses de situar exatamente o “monte da aliança” são tênues; no
entanto, uma tradição cristã do séc. IV d.C. identifica o “monte da aliança”
com o “Gebel Musa” (“monte de Moisés”), uma montanha com 2244 metros de
altitude, situada a sul da península sinaítica. Embora a identificação do
“monte da aliança” com este lugar seja problemática, o “Gebel Musa” é, ainda
hoje, um lugar de peregrinação para judeus e cristãos.
Seja qual for o lugar da aliança,
o fato é que o texto nos situa em frente de um “monte” não identificado da
península sinaítica, onde Israel celebrou uma aliança com o seu Deus. Depois de
Moisés subir ao monte para receber de Deus as tábuas da Lei (cf. Ex 31,18), o
Povo, reunido no sopé da montanha à espera de Moisés, construiu um bezerro de
ouro e infringiu, dessa forma, os termos da aliança (cf. Ex 32,1-6).
O tema fundamental que o texto
nos propõe gira à volta da resposta de Deus ao pecado do Povo.
A primeira parte (vers. 7-10)
descreve o pecado do Povo e uma primeira reação de Deus. Perante a ausência de
Moisés no monte sagrado, o Povo constrói um bezerro de ouro. O bezerro de ouro
não pretende ser um novo deus, mas uma imagem de Jahwéh (“este é o teu Deus,
Israel, que te fez sair da terra do Egito” – vers. 8); de qualquer forma, o
Povo “desviou-se do caminho” que Deus lhe havia ordenado, pois infringiu o
segundo mandamento do Decálogo (segundo o qual, Israel não devia fazer imagens
de Jahwéh: por um lado, o não representar Deus permitia salvaguardar a
transcendência de Jahwéh, já que a “imagem” era uma definição de Deus e Deus
não pode ser definido pelo homem; por outro lado, a luta contra os deuses e
cultos pagãos era impossível se não se proibiam também os seus símbolos e
imagens). O pedido de Deus a Moisés (“agora deixa-Me; a minha cólera vai
inflamar-se contra eles e destruí-los-ei; mas farei de ti uma grande nação” –
vers. 10) pode ser posto em paralelo com a promessa a Abraão de Gn 12,2: Deus fala
de tudo recomeçar com Moisés, como fez com Abraão.
Na segunda parte (vers. 11-14),
descreve-se a intercessão de Moisés e a misericórdia de Deus. O texto começa
com a referência a Moisés que “deitou água na fervura” (literalmente: “acalmou
a face de Deus” – vers. 11a). As palavras de intercessão de Moisés (vers.
11b-13) não fazem referência aos méritos do Povo, mas à honra de Deus e à sua
fidelidade às promessas assumidas para com o Povo no âmbito da aliança.
A resposta final de Deus (vers.
14) põe em relevo a sua misericórdia. Não são os méritos do Povo que sustêm o
castigo; mas é o amor de Deus, a sua lealdade aos compromissos, a sua “justiça”
(que é misericórdia, ternura, bondade) que acabam por triunfar. O amor infinito
de Deus pelo seu Povo acaba sempre por falar mais alto do que a sua vontade de
castigar os desvios e infidelidades.
ATUALIZAÇÃO
Para a reflexão do texto,
considerar os seguintes elementos:
• Antes de mais, o texto sublinha
a lealdade de Deus para com o seu Povo, a “justiça” que marca a relação de
Jahwéh com Israel (entendida como fidelidade aos compromissos assumidos por
Deus para com os homens). Fica, aqui, claro que a essência de Deus é esse amor
gratuito que Ele derrama gratuitamente sobre os homens, qualquer que seja o seu
pecado… Deus ama infinitamente, seja qual for a resposta do homem; e esse amor
nunca será desmentido. É à luz desta perspectiva que devemos encarar Deus e a
sua relação conosco.
• O pecado dos israelitas (a
construção de uma imagem deturpada de Deus) leva-nos a questionar as imagens
que, às vezes, construímos e transmitimos de Deus… O Deus em Quem acreditamos e
que testemunhamos, quem é? É o Deus que Se revelou como amor, bondade,
misericórdia, ao longo da história da salvação, ou é um Deus vingativo e cruel,
que não desculpa as faltas dos homens e que anda à cata de qualquer
comportamento faltoso para deixar cair sobre eles a sua cólera e a sua
crueldade? Não esqueçamos: testemunhar um Deus vingativo, impositivo, sem
coração e sem misericórdia, é fabricar uma falsa imagem de Deus.
• Atente-se na atitude de Moisés,
face à indignação de Deus: intercede pelo Povo e não deixa que a ambição
pessoal se sobreponha ao interesse de Israel (de acordo com o texto, Deus
propôs-lhe: “deixa que a minha indignação se inflame contra eles e os destrua;
de ti farei uma grande nação”; mas Moisés não aceitou a proposta). A atitude de
Moisés é uma atitude “fácil”, à luz dos critérios dos homens? Quantas vezes os
homens são capazes de “vender a alma ao diabo” para subir, para ter êxito, para
chegar a presidir a qualquer coisa? Quantas vezes os homens são capazes de
sacrificar os valores mais sagrados para serem conhecidos, famosos, invejados,
ou para adquirir uma fatia mais de poder e de influência?
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 50 (51)
Refrão: Vou partir e vou ter com
meu pai.
Compadecei-Vos de mim, ó Deus,
pela vossa bondade,
pela vossa grande misericórdia,
apagai os meus pecados.
Lavai-me de toda a iniquidade
e purificai-me de todas as
faltas.
Criai em mim, ó Deus, um coração
puro
e fazei nascer dentro de mim um
espírito firme.
Não queirais repelir-me da vossa
presença
e não retireis de mim o vosso
espírito de santidade.
Abri, Senhor, os meus lábios
e a minha boca anunciará o vosso
louvor.
Sacrifício agradável a Deus é um
espírito arrependido:
não desprezeis, Senhor, um
espírito humilhado e contrito.
LEITURA II – 1 Tim 1,12-17
O Timóteo aqui referenciado era
natural de Listra (Licaónia), filho de pai grego e de mãe judeo-cristã. Aparece
no Livro dos Actos como companheiro inseparável de Paulo, a partir da segunda
viagem missionária. Paulo teria confiado a Timóteo missões importantes entre os
tessalonicenses (cf. 1 Tess 3,2.6) e entre os coríntios (cf. 1 Cor
4,1.17;16,10-11). Ainda muito jovem Timóteo recebeu de Paulo a responsabilidade
pastoral das Igrejas da província da Ásia (cf. 1 Tim 4,12). A tradição
considera-o como o primeiro bispo de Éfeso.
Esta carta apresenta-se como
escrita por Paulo a Timóteo, quando este está encarregado da animação da Igreja
de Éfeso. Contém uma série de instruções que versam, fundamentalmente, sobre
três temas: a organização da comunidade, a forma de combater os hereges e a
vida cristã dos fiéis. Convém, no entanto, acrescentar que a maior parte dos
comentadores não considera esta carta de autoria paulina: a linguagem e a
teologia não parecem ser paulinas; e, sobretudo, a carta supõe um modelo de organização
eclesial que é dos finais do séc. I d.C. (Paulo teria morrido na perseguição de
Nero, por volta de 66/67 d.C.).
No texto que nos é proposto,
Paulo recorda, agradecido, a sua história de vocação. O apóstolo afirma que
recebeu de Cristo o seu ministério; e proclama que isso se deve, não aos seus
méritos, mas à misericórdia de Deus.
Paulo tem consciência do seu
passado de perseguidor violento da Igreja de Cristo. É verdade que Paulo atuou
dessa forma por ignorância; no entanto, isso não o exime de culpa… Apesar desse
passado duvidoso, Deus, na sua bondade, cumulou-o da sua graça.
Paulo reconhece que Cristo “veio
ao mundo para salvar os pecadores”, entre os quais Paulo se inclui. Pelo
exemplo de Paulo, fica evidente a misericórdia e a magnanimidade de Deus, que
se derrama sobre todos os homens, sejam quais forem as faltas cometidas. A
partir deste exemplo, todos os homens são convidados a tomar consciência da
bondade de Deus e a responder-lhe da mesma forma que Paulo: com o dom da vida e
com o empenho sério no testemunho desse projeto de amor que Deus tem para
oferecer. O profundo reconhecimento que Paulo sente diante da misericórdia com
que Deus o distinguiu leva-o a um canto de louvor que, neste texto, apresenta
contornos litúrgicos (“ao rei dos séculos, Deus imortal, invisível e único,
honra e glória pelos séculos dos séculos, amém” – vers. 17).
ATUALIZAÇÃO
Na reflexão e partilha,
considerar as seguintes linhas:
• Antes de mais, somos convidados
a tomar consciência do amor que Deus oferece a todos os homens, sem exceção,
sejam quais forem as suas faltas… Foi esse Deus que Paulo experimentou e que
testemunhou; é esse, também, o Deus que experimentamos e testemunhamos?
• Entre os cristãos existe,
muitas vezes, a convicção de que a “justiça de Deus” é a aplicação rigorosa da
lei; assim, Deus trataria bem os bons, enquanto que castigaria, natural e objetivamente,
os maus… A história de Paulo – e a história de tantos homens e mulheres, ao
longo dos séculos – é um desmentido desta lógica: o amor de Deus derrama-se
sobre todos os homens, mesmo sobre aqueles que têm vidas duvidosas e pecadoras.
Bons e maus, a todos Deus ama, sem exceção. E nós? Somos filhos deste Deus e
amamos os nossos irmãos, sem distinções? Às vezes ouvem-se – mesmo entre os
cristãos – expressões de ódio e de desprezo em relação àqueles que cometem
desacatos ou que têm comportamentos que reprovamos… Como conciliar essas
atitudes com o exemplo de amor sem restrições que Deus nos oferece?
• O nosso texto termina com um
hino de louvor ao Deus que ama, sem exceções… Sentimo-nos agradecidos a Deus
por esse amor nunca desmentido, que se derrama sobre nós, sejam quais forem as
circunstâncias?
ALELUIA – 2 Cor 5,19
Em Cristo, Deus reconcilia o
mundo consigo
e confiou-nos a palavra da
reconciliação.
EVANGELHO – Lc 15,1-32
No “caminho para Jerusalém” aparece,
em dado momento, uma catequese sobre a misericórdia de Deus… Com efeito, todo o
capítulo 15 de Lucas é preenchido com as chamadas “parábolas da misericórdia”.
Trata-se de um tema caro a Lucas.
Para este evangelista, Jesus é o Deus que veio ao encontro dos homens para lhes
oferecer, em gestos concretos, a salvação. As parábolas da misericórdia
expressam, de forma privilegiada, o amor de Deus que se derrama sobre os
pecadores.
A parábola da ovelha perdida – a
primeira que o Evangelho de hoje nos propõe – é comum a Lucas e Mateus (cf. Mt
18,12-14), embora em Mateus apareça em contexto diverso: trata-se de material
que provém, provavelmente, da “fonte Q” (coleção de “ditos” de Jesus, que
Mateus e Lucas utilizaram na composição dos respectivos evangelhos). As
parábolas da drama perdida e do filho pródigo (as outras duas parábolas que
completam este capítulo) são exclusivas de Lucas.
O discurso de Jesus apresentado
em Lc 15 é enquadrado, pelo evangelista, numa situação concreta. Ao ver que
alguns infratores notórios da moral pública (como os cobradores de impostos) se
aproximavam de Jesus e eram acolhidos por Ele, os fariseus e os escribas (que
não admitiam qualquer contacto com os pecadores e os desclassificados e até
mudavam de passeio para não se cruzar com eles) expressaram a sua admiração por
Jesus os acolher e por (atitude inaudita!) Se sentar à mesa com eles (o
sentar-se à mesa expressava familiaridade, comunhão de vida e de destinos). É
essa crítica que vai provocar o discurso de Jesus sobre a atitude misericordiosa
de Deus.
As três parábolas da misericórdia
pretendem, portanto, justificar o comportamento de Jesus para com os publicanos
e pecadores. Elas definem a “lógica de Deus” em relação a esta questão.
A primeira parábola (vers. 4-7) é
a da ovelha perdida. Trata-se de uma parábola que, lida à luz da razão, é
ilógica e incoerente, pois não é normal abandonar noventa e nove ovelhas por
causa de uma; também não faz sentido todo o espalhafato criado à volta de um fato
banal como é o reencontro com uma ovelha que se extraviou… Nesses exageros e
nessas reações desproporcionadas revela-se, contudo, a mensagem essencial da
parábola… O “deixar as noventa e nove ovelhas para ir ao encontro da que estava
perdida” mostra a preocupação de Deus com cada homem que se afasta da
comunidade da salvação; o “pôr a ovelha aos ombros” significa o cuidado e a
solicitude de Deus, que trata com cuidado e com amor os filhos que se afastaram
e que necessitam de cuidados especiais; a alegria desproporcionada do pastor
que encontrou a ovelha mostra a alegria de Deus, sempre que encontra um filho
que se afastou da comunhão com Ele.
A segunda parábola (vers. 8-10)
reafirma o ensinamento da primeira. O amor misericordioso e constante de Deus
busca aquele que se perdeu e alegra-se quando o encontra. A imagem da mulher
preocupada, que varre a casa de cima a baixo, ilustra a preocupação de Deus em
reencontrar aqueles que se afastaram da comunhão com Ele. Também aqui há, como
na parábola anterior, a referência à alegria do reencontro: essa alegria
manifesta a felicidade de Deus diante do pecador que volta.
A terceira parábola (vers. 11-32)
apresenta o quadro de um pai (Deus), em cujo coração triunfa sempre o amor pelo
filho, aconteça o que acontecer. Ele continua a amar o filho rebelde e ingrato,
apesar da sua ausência, do seu orgulho e da sua auto-suficiência; e esse amor
acaba por revelar-se na forma emocionada como recebe o filho, quando ele
resolve voltar para a casa paterna. Esta parábola apresenta a lógica de Deus,
que respeita absolutamente a liberdade e as decisões dos seus filhos, mesmo que
eles usem essa liberdade para buscar a felicidade em caminhos errados; e,
aconteça o que acontecer, continua a amar, a esperar ansiosamente o regresso do
filho, preparado para o acolher com alegria e amor. É essa a lógica que Jesus
quer propor aos fariseus e escribas (os “filhos mais velhos”) que, a propósito
dos pecadores que tinham abandonado a “casa do Pai”, professavam uma atitude de
intolerância e de exclusão.
O que está, portanto, em causa
nas três parábolas da misericórdia é a justificação da atitude de Jesus para
com os pecadores. Jesus deixa claro que a sua atitude se insere na lógica de
Deus em relação aos filhos afastados. Deus não os rejeita, não os marginaliza,
mas ama-os com amor de Pai… Preocupa-se com eles, vai ao seu encontro,
solidariza-Se com eles, estabelece com eles laços de familiaridade, abraça-os
com emoção, cuida deles com solicitude, alegra-Se e faz festa quando eles
voltam à casa do Pai. Esta é a forma de Deus atuar em relação aos seus filhos,
sem exceção; e é essa atitude de Deus que Jesus revela ao acolher os pecadores
e ao sentar-Se com eles à mesa. Por muito que isso custe aos fariseus, essa é a
lógica de Deus; e todos os “filhos de Deus” devem acolher esta lógica e atuar
da mesma forma.
ATUALIZAÇÃO
Considerar, na reflexão, os
seguintes desenvolvimentos:
• Essencialmente, as parábolas da
misericórdia revelam-nos um Deus que ama todos os seus filhos, sem exceção, mas
que tem um “fraco” pelos marginalizados, pelos excluídos, pelos pecadores… O
seu amor não é condicional: Ele ama, apesar do pecado e do afastamento do
filho. Esse amor manifesta-se em atitudes exageradas, desproporcionadas, de
cuidado, de solicitude; revela-se também na “festa” que se sucede a cada
reencontro… Não é que Deus pactue com o pecado; Deus abomina o pecado, mas não
deixa de amar o pecador. É este Deus – “escandaloso” para os que se consideram
justos, perfeitos, irrepreensíveis, mas fascinante e amoroso para todos aqueles
que estão conscientes da sua fragilidade e do seu pecado – que somos convidados
a descobrir.
• Se essa é a lógica de Deus em
relação aos pecadores, é essa mesma lógica que deve marcar a minha atitude face
àqueles que me ofendem e, mesmo, face àqueles que têm vidas duvidosas ou
moralmente reprováveis. Como é que eu acolho aqueles que me ofendem, ou que
assumem comportamentos considerados reprováveis: com intolerância e fanatismo,
ou com respeito pela sua dignidade de pessoas?
• Face ao aumento da
criminalidade e da violência cria-se, por vezes, um clima social de alguma
histeria e radicalismo. Exigem-se castigos mais severos e os adeptos das
soluções definitivas chegam a falar na pena de morte para certos crimes. Que
sentido é que isto faz, à luz da lógica de Deus?
• Ser testemunha da misericórdia
e do amor de Deus no mundo não significa, no entanto, pactuar com o pecado… O
pecado – tudo o que gera ódio, egoísmo, injustiça, opressão, mentira,
sofrimento – é mau e deve ser combatido e vencido. Distingamos claramente as
coisas: Deus convida-me a amar o pecador e a acolhê-lo sempre como um irmão;
mas convida-me também a lutar objetivamente contra o mal – todo o mal – pois
ele é uma negação desse amor de Deus que eu devo testemunhar.
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