Jesus descobre a fé
num centurião romano
O desejo de Deus é um sentimento
inscrito no coração do homem, porque o homem foi criado por Deus e para Deus.
Deus não cessa de atrair o homem para Si e só em Deus é que o homem encontra a
verdade e a felicidade que procura sem descanso […]. De muitos modos, na sua
história e até hoje, os homens exprimiram a sua busca de Deus em crenças e
comportamentos religiosos (orações, sacrifícios, cultos, meditações, etc.).
Apesar das ambigüidades de que podem enfermar, estas formas de expressão são
tão universais, que bem podemos chamar ao homem um ser religioso […]. Mas esta
«relação íntima e vital que une o homem a Deus» pode ser esquecida,
desconhecida e até explicitamente rejeitada pelo homem. Tais atitudes podem ter
origens diversas: a revolta contra o mal existente no mundo, a ignorância ou a
indiferença religiosas, as preocupações do mundo e das riquezas (Mt 13,22), o
mau exemplo dos crentes, as correntes de pensamento hostis à religião e,
finalmente, a atitude do homem pecador que, por medo, se esconde de Deus (Gn
3,8ss) e foge quando Ele o chama (Jo 1,3).
«Exulte o coração dos que
procuram o Senhor» (Sl 105,3). Se o homem pode esquecer ou rejeitar Deus, Deus
é que nunca deixa de chamar todo o homem a que O procure, para que encontre a
vida e a felicidade. Mas esta busca exige do homem todo o esforço da sua
inteligência, a retidão da sua vontade, «um coração reto» (Sl 96,11), e também
o testemunho de outros que o ensinam a procurar Deus.
«És grande, Senhor, e altamente
louvável; grande é o teu poder e a tua sabedoria é sem medida» (Sl 144,3;
146,5). E o homem, pequena parcela da tua criação, pretende louvar-Te –
precisamente ele que, revestido da sua condição mortal, traz em si o testemunho
do seu pecado, o testemunho de que Tu resistes aos soberbos (cf Tg 4,6). Apesar
de tudo, o homem, pequena parcela da tua criação, quer louvar-Te. Tu próprio a
isso o incitas, fazendo com que ele encontre as suas delícias no teu louvor,
porque nos fizeste para Ti e o nosso coração não descansa enquanto não repousar
em Ti (Santo Agostinho, Confissões 1,1,1).
Catecismo da Igreja Católica- §§ 27-30
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