Como seus amores são belos,minha irmã, noiva minha. Seus amores são melhores do que o vinho, e mais fino que os outros aromas é o odor dos teus perfumes. Por isso Eu quero consumir meus dias, no seu amor! ══════ ღೋ♡✿♡ღೋ═══════

Ani Ledodi Vedodi Li


Mais do que qualquer outro motivo, esta é a razão pela qual quero fazer deste blog um caminho para amarmos mais a Deus, por isso seu nome: “Ani Ledodi Vedodi Li”

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Deus o Abençõe !

E que possas crescer com nossas postagens.

É algo louvável esconder o segredo dos Reis; mas há glória em publicar as obras de Deus!

A Igreja não tem pressa, porque ela possui a Eternidade. E se todas as outras instituições morrem nesta Terra, a Santa Igreja continua no Céu.

Não existem nem tempos nem lugares sem escolhas.

E eu sei quanto resisto a escolher-te.

"Quando sacralizamos alguém essa pessoa permanece viva para sempre!"

Sacralize cada instante de tua vida amando o Amado e no Amado os amados de Deus !


Pe.Emílio Carlos

quinta-feira, 29 de março de 2012

“ESPIRITUALIDADE DA CRUZ E DO SOFRIMENTO”

Tendemos a um discurso do sofrimento pelo sofrimento, que às vezes, e com razão, é apelidado de masoquismo. Há algumas correntes de espiritualidade que atravessam a história da Igreja e que talvez ainda subsistam, que valorizam o sofrimento em si mesmo.

Mas o sofrimento em si é um mal, que pode ser oportunidade de algumas coisas boas. O sofrimento não é pascal em si mesmo.

Precisamos de reformular a nossa linguagem e perceber que o sofrimento tem um potencial pascal.

No entanto, para que este potencial pascal atue e seja transformador, é preciso evangelizar a vivência cristã do sofrimento e, tendo Jesus Cristo como exemplo, ver o modo como ele viveu o sofrimento. Jesus Cristo lutou contra tudo o que foi sofrimento e aceitou o inevitável, transformando-o em esperança e amor.

Esta é a espiritualidade do sofrimento que devemos saber viver e apresentar.

Na exercitação de uma espiritualidade do acolher o sofrimento como expiação e alma reparadora é isto que nos é proposto como renúncia e penitência, para desenvolver capacidades interiores que nos tornam incapazes de percorrer este caminho.

O sofrimento tem respostas ou é caminho?

Não podemos pensar que a fé oferece uma resposta óbvia. Quem assim o pretender, aumenta apenas o sofrimento. A fé oferece um caminho para atravessar a experiência do sofrimento. Mas oferece enquanto caminho, não como resposta adquirida.

Jesus na cruz pergunta «meu Deus, onde estás? Porque me abandonaste?» Ele percorre o caminho, não o ilude.

É este o caminho que precisamos percorrer. Partir da experiência do sofrimento que nos faz perguntar por Deus, e também por nós próprios, pela nossa verdadeira identidade, de forma a tornarmo-nos mais conscientes sobre quem somos, da nossa insuficiência e da necessidade que temos de Deus, e nos faz chegar ao fim e dizer «entrego o meu espírito, tudo está consumado». Mas isto é um trajeto não é uma resposta óbvia.

E que podem fazer o mundo, o demônio e seus servidores contra quem atingiu o amor sem medida pelo sofrimento?

Nada! Eles apenas nos fornecem a ocasião para provarmos nossa virtude. Realmente, a virtude é posta à prova pelo que lhe é contrário. A pessoa deve até alegrar-se e rejubilar-se, deve procurar sofrer sempre com Cristo crucificado, deve aniquilar-se por Ele, deve humilhar-se. Deve deleitar-se na dor e na Cruz. E ao desejar o sofrimento, encontrará alegria. Mas se procurar a alegria, achará a dor.

O próprio Jesus, no seu sofrimento redentor, se tornou, num certo sentido, partícipe de todos os sofrimentos humanos" (Salv. Dol., 20). Ele "está presente em quem sofre, pois o seu sofrimento salvífico foi aberto de uma vez para sempre a todo sofrimento humano" (Salv. Dol. 30). A vida inteira de Jesus está marcada pela dor e o sofrimento que, a partir dele, podemos chamar, também e com maior propriedade, de cruz. A cruz de Jesus não apareceu só na Via Sacra daquela última Sexta-feira, antes da Páscoa da ressurreição. Ele assumiu a cruz já na hora da encarnação, início de sua Paixão, quando incorporou a condição humana, embora sendo divino (cf. Filp 2, 5-13), com todos os seus valores e limitações. Na verdade, sua vinda não teria nenhum sentido ou razão se na sua vida não aparecesse a cruz e a ressurreição. Os Apóstolos, seus companheiros de caminhada, depois da ressurreição, entenderam o porque da cruz e também da encarnação e de todos os seus fatos e ditos.Tudo, nele e por ele, termina sendo obra de amor, ou melhor, obra do Amor.

Espiritualidade da cruz

A cruz não é apenas símbolo da dor humana. Às vezes, tem sido usada para induzir os humanos à resignação e passividade diante da dor e do sofrimento, e ainda como pretexto para certas formas de repressão.

E, onde fica Jesus, o Crucificado, na hora destas interpretações? Na Quaresma de tantas Vias Sacras, a cruz nem sempre representa o acontecimento histórico da morte de Jesus, mas sim o símbolo da troca: o inocente Jesus paga pela humanidade pecadora e incapaz de saldar sua dívida, apesar da penitência, das esmolas, do jejum e das abstinências, contraídas com o Deus Pai misericordioso e Juiz tenebroso ao mesmo tempo. Se fosse verdade, como entender as opções e ações de Jesus em favor dos pobres e pequenos, das mulheres e das crianças, dos doentes e pecadores, dos desprezados e excluídos?

Não basta caminhar só com o símbolo da cruz. É preciso caminhar com o Crucificado. Pois a cruz foi e é conseqüência dos conflitos provocados pelas opções, pregações e ações desse Jesus de Nazaré, que com a sua vida manifestou o modo de ser de Deus e incomodou os interesses religiosos, econômicos e políticos dos dirigentes do seu povo. Também não adianta querer abraçar o Cristo ressuscitado isolado e abstrato, sem referência ao Jesus verdadeiro, vivo e Crucificado. Na cruz de Jesus, Deus opta pelos pobres, aflitos, órfãos, pecadores e deserdados da terra e denuncia todos os que fundamentam sua prosperidade ou sua superioridade no desprezo, discriminação ou exploração dos outros. A cruz de Jesus se torna, então, meio ou instrumento de consolação e solidariedade libertadora para os sofredores, e caminho obrigatório para todo e qualquer opressor, discriminador ou explorador que queira encontrar sentido libertador à própria dor, ao sofrimento e à morte.

O "Servo Sofredor", o Crucificado, está vivo e ilumina o caminho para enfrentar e vencer a dor e a morte.

Entendida assim, a imagem do Crucificado deixa de ser aprovação do sofrimento e se torna luta rebelde contra ele. A espiritualidade da cruz nos deve levar a uma verdadeira Páscoa, ou passagem de uma atitude negativa, pessimista e sofredora diante da vida e da morte para uma atitude positiva, alegre e esperançosa. Pois só tem real capacidade de enfrentar a dor e a morte quem tem a capacidade de alegrar-se e gozar profundamente.

A cruz nos é apresentada como contrária á alegria e não como um caminho, um meio como foi parra o próprio Jesus Cristo. Quando se fala de cruz, muitas pessoas a reduzem a um mero objeto. Mas quando falamos da cruz, incluímos necessariamente o Crucificado. Por isso, o seguimento de Jesus e o compromisso cristão se identificam com o “tomar a cruz” (Mt 10,38). Esta afirmação de Jesus não é resignada, nem passiva, mas consciente e dinâmica. Tomar a cruz significa caminhar para transformá-la.

Não basta, porém, somente carregar a cruz. A novidade cristã é carregá-la com Cristo. “Carregar a cruz”, contudo, não representa uma aceitação estóica, mas atitude daquele que leva o compromisso até as últimas conseqüências. “Tendo amado os seus, amou-os até o fim” (Jo 13,1). Essa cruz carregada por amor transforma o sofrimento.

É a opção positiva de homens e mulheres de fé, que acreditam e podem realizar, quer dizer: o que chamamos cruz é a conseqüência de uma opção de vida, pela vida do outro, muitas vezes explorado, marginalizado, perseguido e morto.

Todo o cristão é convidado a fazer a descoberta da “verdadeira alegria”, que não pode ser confundida como uma mera satisfação pessoal, de gosto particular. Mas, a verdadeira alegria, por mais estanho que pareça, tem a forma de cruz e a cruz que nasce do amor que se sacrifica para o bem e a felicidade dos outros. “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos” (Jo 15,13).

São Francisco fez uma forte experiência de encontrar alegria até mesmo no sofrimento causado por outras pessoas, ele aprendeu do apóstolo Paulo: “Quanto a mim, que eu me glorie (alegre), a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo” (Cf. Gal 6,14).

Compreendemos melhor isso quando lendo a perfeita alegria, descrita em Fioretti 8, num diálogo amigo e fraterno Francisco explica ao seu confrade Frei Leão o que é a perfeita alegria. Percebemos a grande espiritualidade brotada da experiência de Cristo que Francisco fez. Essa lição, esse legado ele deixou para todos nós.

“Certa vez, indo Francisco com Frei Leão de Perúgia a Santa Maria dos Anjos, em dia frio e chuvoso de inverno, Francisco perguntou ao seu companheiro e irmão em que consistia para ele, sentir a perfeita alegria. Seria então dar exemplo de santidade e de boa edificação, curar os cegos, endireitar o encurvado, expulsar os demônios, restituir aos surdos o ouvido, aos coxos o andar e aos mudos a fala, ressuscitar os mortos, saber falar todas as línguas e ter o conhecimento de todas as ciências, e de todas as Escrituras? Nisto, com certeza, não consistia a verdadeira alegria. Porém, continuou Francisco: "Mas se ao chegarmos à Santa Maria cheios de frio e de fome e muitos cansados e se batêssemos à porta e fôssemos mandados embora, insultados e nós não nos perturbássemos com a injúria recebida e nos mantivéssemos alegres, pacientes e cheios de amor, nisso sim consiste a verdadeira alegria. E se continuássemos batendo e o porteiro nos maltratasse e nos batesse, se suportarmos tantos males, tantas injúrias e açoites, pensando que devemos carregar as penas do Cristo bendito, aí está a perfeita alegria”.

A perfeita alegria não é masoquismo, mas consiste na serenidade em todos os momentos da vida, inclusive nos sofrimentos e saber tirar dos momentos de dor uma lição de vida para o crescimento pessoal e para a vida de fé. Mas, para se chegar a perfeita alegria é preciso lutar contra o egoísmo, o orgulho. Quem vive somente para realizar seus projetos e sonhos pessoais sem se importar com os dos outros, com a vida do próximo, do irmão, não poderá experimentar a verdadeira alegria, que é servir e amar. “Deus ama quem dá com alegria” (2 Cor 9,7). E mais ainda: “Quem quiser ser o primeiro seja o último e seja aquele que serve a todos” (Mc 9,35). A perfeita alegria é um dom de Deus, proveniente da nossa união com Ele. É esta a única forma de chegarmos á perfeição da caridade e a perfeita alegria.

O Papa João Paulo II afirmava: “O homem de hoje necessita da fé, da esperança e da caridade de Francisco, necessita da alegria que brota da pobreza de espírito, isto é de uma liberdade interior” (11/02/03). Então caríssimos irmãos e irmãs, “Alegrai-vos sempre no Senhor” (Fl 3,1). Que a alegria que é uma virtude e marca distintiva da vida cristã seja constante em nossas vidas. Acolhamos o conselho sábio de São Paulo “Fiquem sempre alegres no Senhor! Repito: fiquem alegres! Que a bondade de vocês seja notada por todos” (Fl 4,4-5).


Pe. Emílio Carlos Mancini.

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