Errar é humano. Perdoar é sobre-humano.
Até mesmo o mais cético dos seres humanos reconhece a nobreza implícita no perdão.
Mais que um simples gesto, ele exprime um traço de personalidade que costuma ser incluído na lista das principais virtudes, geralmente associado à alma benevolente, magnânima, capaz de oferecer algo que a outra não merece — o que, até certo ponto, faz todo o sentido.
Raras, porém, são as vezes em que os benefícios dessa atitude são analisados a partir de outra ótica: aquele que o concede também se favorece, e muito. A disposição de perdoar pode produzir efeitos importantes nas dimensões emocional, psicológica e espiritual.
O perdão é um processo mental ou espiritual de cessar o sentimento de ressentimento ou raiva contra outra pessoa ou contra si mesmo, decorrente de uma ofensa percebida, diferenças, erros ou fracassos, ou cessar a exigência de castigo ou restituição.
O perdão pode ser considerado simplesmente em termos dos sentimentos da pessoa que perdoa, ou em termos do relacionamento entre o que perdoa e a pessoa perdoada. É normalmente concedido sem qualquer expectativa de compensação, e pode ocorrer sem que o perdoado tome conhecimento (por exemplo, uma pessoa pode perdoar outra pessoa que está morta ou que não se vê há muito tempo).
Em outros casos, o perdão pode vir através da oferta de alguma forma de desculpa ou restituição, ou mesmo um justo pedido de perdão, dirigido ao ofendido, por acreditar que ele é capaz de perdoar.
O perdão é o esquecimento completo e absoluto das ofensas, vem do coração, é sincero, generoso e não fere o amor próprio do ofensor. Não impõe condições humilhantes tampouco é motivado por orgulho ou ostentação. O verdadeiro perdão se reconhece pelos atos e não pelas palavras.
Existem religiões que incluem disciplinas sobre a natureza do perdão, e muitas destas disciplinas fornecem uma base subjacente para as várias teorias modernas e práticas de perdão.
Exemplo de ensino do perdão está na "parábola do Filho Pródigo" (Lucas 15,11–32).
Normalmente as doutrinas de cunho religioso trabalham o perdão sob duas óticas diferentes, que são:
- Uma ênfase maior na necessidade das faltas dos seres humanos serem perdoadas por Deus;
- Uma ênfase maior na necessidade dos seres humanos praticarem o perdão entre si, como pré-requisito para o aprimoramento espiritual.
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