A cura do cego de nascença nos toca de perto, porque em certo sentido todos somos cegos. É o que Jesus quis recordar-nos com a cura do cego de nascença. Antes de tudo, Ele envia o jovem cego à piscina de Siloé. Com isso, Ele quer significar que estes olhos diferentes, os da fé, começam a abrir-se no batismo, quando recebemos precisamente o dom da fé.
O episódio serve ao evangelista para mostrar-nos como se chega a uma fé plena e madura no Filho de Deus. A recuperação da vista para o cego acontece, de fato, ao mesmo tempo em que ele descobre quem é Jesus. O salto mediante o qual se passa a ser cristão em sentido próprio é quando se proclama Jesus como «Senhor» e quando ele é adorado como Deus. A fé cristã não é primariamente crer em algo (que Deus existe, que há uma eternidade...), mas crer em alguém. Jesus, no Evangelho, não nos dá uma lista de coisas para crer; Ele diz: «Credes em Deus; crede também em mim» (João 14, 1). Para os cristãos, crer é crer em Jesus Cristo.
Com a minha benção
Pe. Emílio Carlos +
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