A palavra LATRIA significa: culto e adoração devida e prestada a Deus. IDOLATRIA significa: culto e adoração prestada aos ídolos (colocando-os no lugar e na posição de Deus).
A palavra DULIA significa: culto prestado aos anjos e santos.
Existe uma forma de culto especial a ser prestado a Nossa Senhora que se chama: HYPERDULIA (super-veneração), inclusive existe esta citação até nos dicionários de nossa língua. Consequentemente, devemos dizer que a devoção mariana não é facultativa, ao passo que a devoção a São Francisco e São Bento o é.
A necessidade do culto de veneração a Maria se deduz do próprio cristocentrismo da piedade cristão. O Apóstolo Paulo afirma que “Os que ele distinguiu de antemão, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que este seja o primogênito entre uma multidão de irmãos.”(Rm 8,29). Assim, quanto mais o cristão se configura à Imagem de Cristo, ou quanto mais se idêntica dom Ele, tanto mais terá em seu íntimo, os sentimentos de Cristo. Ora, Jesus era todo filho do Pai (como Deus) e todo filho de Maria ( como homem). Donde se segue que quanto mais centrado em Cristo for o cristão, tanto mais deverá sentir-se filho de Maria. A devoção mariana, portanto, está, na lógica mesma do “ser um outro Cristo”, programa de todo cristão.
Segundo Pe. E. Schillebeechx, no livro MARIA, MÃE DA REDENÇÃO, pág. 97: “Para quem está verdadeiramente consciente do papel de Maria, é impossível passar, sem Maria, uma vida que queira ser cristã, uma vida que não contrarie o apelo de Deus, não derrogue a ordem cristã, não negligencie as delicadas atenções de Deus. Os pregadores e as testemunhas da fé devem, por isso, levar a peito a pregação do mistério mariano e valoriza-lo, porque este mistério está na medula da religião cristã.”
Pode haver expressões inadequadas da piedade mariana, mais inspiradas pelo sentimentalismo do que pela fé. A esse propósito escreveu o Concílio Vaticano II: “O Concílio exorta com todo o empenho os teólogos e os pregadores da Palavra Divina a que, na consideração da singular dignidade de Mãe de Deus, abstenham-se com diligência tanto de falso exagero quanto da demasiada estreiteza de espírito (...) Com diligência afastem tudo o que, por palavras ou por fatos, possa induzir os irmãos separados, ou quaisquer outros, em erro acerca da verdadeira doutrina da Igreja. Ademais, saibam os fiéis que a verdadeira devoção não consiste num estéril e transitório afeto, nem numa certa vã credulidade, mas procede da fé verdadeira, pela qual somos levados a reconhecer a excelência da Mãe de Deus, excitados a um amor filial para com nossa Mãe e à imitação de suas virtudes” (LG n°67).
O Papa Paulo VI escreveu um documento orientando como devemos honrar e prestar o nosso culto a Nossa Senhora que denomina-se: Marialis Cultus.
O documento Marialis Cultus nos diz que o culto a Virgem Maria deve ser:
- Bíblico: Na bíblia, Maria é saudada pelo anjo como agraciada por Deus e é registrado o seu acompanhamento de toda a vida de Jesus aqui na Terra, servindo-O. Ninguém jamais caminhou tanto neste caminho, conheceu tanto essa verdade, e participou tão intimamente desta vida que é Jesus, como Maria;
- Litúrgico: Maria estava presente quando a Igreja nasceu e sendo Mãe da Cabeça, que é o Cristo, o é também dos membros, e por sua vez, era muito amada, querida e respeitada pelos apóstolos. Hoje, continua sendo amada, querida e respeitada por todos os verdadeiros cristãos;
- Antropológico: Como pessoa humana, ela é modelo de vida natural, de vida de conversão, de discipulado, de evangelização, etc. è modelo do homem novo que mais se aproxima da imagem e da semelhança de Deus. Ela é a nova Eva. Era a mãe dos viventes. Maria é mãe dos filhos de Deus;
- Ecumênico: No culto a Maria não pode haver fundamentalismo e exageros que aumentem a distância ou gerem conflitos com os nossos irmãos separados.
Na Santa Igreja, Maria ocupa o lugar mais alto depois de Cristo e o mais perto de nós (LG n°54). Por mais que queiram, o lugar de Maria na Igreja, ninguém consegue tirar, inclusive, em algumas igrejas evangélicas já se tem suscitado amor, veneração e respeito pela Virgem Maria. Têm ocorrido casos também de conversão ao catolicismo com a presença de Nossa Senhora (Medjugore).
São João Damasceno nos diz: “Maria foi escolhida para unir o homem a Deus, dando-nos Jesus Cristo, Deus e homem, reconciliando por Jesus Cristo, Deus com os homens e os homens com Deus.”
A†Ω
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