A FORMAÇÃO PERMANENTE Confirmando “a urgência de uma formação permanente e inicial que se encarregue da estrutura fundamental da pessoa e da personalização da fé”, ferida por diversas situações e conflitos, o Capítulo Geral considere essa formação uma exigência de nossa vocação para sermos instrumentos de reconciliação do tecido fundamental da confiança recíproca.
Nesse contexto, podemos tranqüilamente dizer que a formação permanente é chamada, entre outras coisas, a criar novas relações, capazes de gerar confiança recíproca. Se é verdade que a formação permanente é um itinerário de toda a vida, tanto pessoal como comunitário, para descobrir o Cristo pobre, humilde e crucificado, em si mesmo, nos irmãos, no serviço, na própria cultura e em toda a realidade contemporânea, é também verdade que o crescimento na capacidade de confiança recíproca é essencial como sinal de um processo de conversão e de crescimento pessoal e espiritual.
Por outro lado, a formação permanente, que se realiza no contexto da vida quotidiana do nossos, na oração e no trabalho, em suas relações internas e externas à Fraternidade e no relacionamento com o mundo cultural, social e político em que ele vive, tem como sinal de autenticidade a transformação interior da pessoa através do amor, isto é, através do dom da vida (1Cor 13,2s). Caros filhos, com a participação nas diversas iniciativas de formação permanente programadas em nossa Comunidade, que sem dúvida são importantes, essa dimensão de confiança recíproca é essencial na atual situação de fragilidade de muitas de nossas Fraternidades locais, em que as atividades e os espaços individuais estão limitando muito a possibilidade de encontro e de comunicação profunda entre os irmãos vejo isso tão claro no número reduzido em que estamos na casa mãe.
Por força dessa experiência, que vocês mesmos partilharam comigo em diversas ocasiões, convido-os a cultivar a paixão pela formação permanente, dando muita atenção a essa capacidade de relacionamento e de acompanhamento recíproco, de comunicação profunda na fé e na partilha de visões e esperanças por nossa vida e missão. Assim, a formação permanente não se reduzirá à mera formação-informação intelectual, nem a uma atualização de conteúdos e à aquisição de novas capacidades profissionais e pastorais. Embora essa formação compreenda também tudo isso, certamente esses elementos não são determinantes ou essenciais.
A formação permanente consiste, primeiramente, em assumir a responsabilidade de viver de maneira a corresponder à forma vitae que abraçamos. A formação permanente é dar-se uma forma, não somente uma informação. É a liberdade comprometida com a própria pessoa de viver um contínuo processo de transformação pessoal para chegar àquilo que alguém escolheu como sua forma de vida; é seguir a Cristo para deixar-se transformar por ele, numa Fraternidade de irmãos chamados à mesma vocação e missão.
Em tempos como os nossos, de uma certa fraqueza de todas as opções de vida, com sérias dificuldades de dizer "para sempre", essa consistência da formação permanente é essencial se desejarmos permanecer fiéis. Como você cuida de sua formação permanente e o que faz para que a Fraternidade em que vive cultive essa dimensão essencial de nossa vida? |
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