O CHAMADO DE DEUS É SEMPRE UM DESAFIO Ensina o sonho de Jaco (o sonho ensina; a vigília adormece): Jaco afastou do caminho e deitou sua cabeça numa pedra, e viu a escada que unia céu e terra, e nela os anjos de Deus que subiam e desciam. Primeiro subiam. Depois desciam. É como o caminho da alma. É o movimento perpétuo, as realizações que ocorrem quando o infinito sai de si mesmo para gerar a Criação, e entre si conformam a realidade, a Árvore da Vida. Desde as profundezas. Primeiro a queda, o fundo, o porão, a depressão; logo, ou a partir daí, a infinita necessidade de ascender.
Esta é a genuína expressão dos que verdadeiramente se amam”. A perfeita entrega conduz assim a uma autêntica fusão de corações. O chamado de Deus é sempre um desafio: 1. Ao sermos chamados à vida, nos comprometemos a cumprir uma determinada missão para que todos os outros possam viver bem. 2. Ao sermos chamados à fé, pelo batismo, nos comprometemos a seguir os ensinamentos de Jesus Cristo e a colaborar com os homens na busca da verdade e do bem vivendo como irmãos. 3. Ao sermos chamados a qualquer estado de vida (sacerdotal, religiosa, matrimonial, celibatário ou mesmo manter-se solteiro) assumimos um compromisso específico com a comunidade humana, de ajudá-la a encontrar a felicidade. Para que isso aconteça é indispensável que cada um faça desabrochar e fortificar a vocação que está em seu interior (Mt 25,14-30). ( Cfr. em Amar é Fazer-se um – 1ª edição Com Deus-Pe.Emílio Carlos Mancini.)
A Vocação primeira de todo batizado: “A vocação à santidade”. A santidade! Eis a graça e a meta de todo crente, de acordo com o que nos lembra o Livro do Levítico: “Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo” (19,2). Na Carta apostólica Novo millennio ineunte, nosso saudoso João Paulo II convidou-nos a fazer “a programação pastoral no signo da santidade” para “exprimir a convicção de que, se o Batismo é um verdadeiro ingresso na santidade de Deus através da inserção em Cristo e da in-habitação de seu Espírito, seria um contra-senso contentar-se com uma vida medíocre, vivida sob a bandeira de uma ética minimalista e de uma religiosidade superficial... E hora de repropor a todos, com convicção, esta «medida alta» da vida cristã ordinária: toda a vida da comunidade eclesial e das famílias cristãs deve orientar-se nessa direção. (Cfr. n.31). O Papa João Paulo III disse a todos nós em todos os estados de vida: “ Deus em primeiro lugar, precisamos de Santos que vivam e se santifiquem no mundo sem ter medo de viver no mundo! Dever primário da Igreja é acompanhar os cristãos pelos caminhos da santidade, afim de que, iluminados pela inteligência da fé, aprendam a conhecer e a contemplar o Rosto de Cristo e a redescobrir nele a própria identidade autêntica e a missão que o Senhor confia a cada um.
Dessa forma, eles são “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, tendo como pedra angular o mesmo Cristo Jesus. Nele, toda a construção se ergue harmoniosamente para ser um templo santo no Senhor” (Ef 2, 20-21). A Igreja concentra em si todas as vocações que Deus suscita entre seus filhos e configura-se, ela mesma, como um luminoso reflexo da Santíssima Trindade. Como “povo reunido pela unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, ela traz em si o mistério do Pai que chama todos a santificar o seu nome e a fazer a sua vontade; guarda o mistério do Filho que, mandado pelo Pai a anunciar o Reino de Deus, convida todos ao seu seguimento; é depositária do mistério do Espírito Santo, que consagra para a missão aqueles que o Pai escolheu mediante seu Filho Jesus Cristo. Justamente porque a Comunidade eclesial é o lugar onde se exprimem todas as diversas vocações suscitadas pelo Senhor a Igreja é «casa da santidade» e a caridade de Cristo, efundida pelo Espírito Santo, constitui a sua alma. Nela, todos os cristãos se ajudam mutuamente a descobrir e realizar a própria vocação na escuta da Palavra de Deus, na oração, na assídua participação aos Sacramentos e na busca constante da Face de Cristo em cada irmão. Desse modo, cada um – segundo os próprios dons – avança pela estrada da fé, mantém acesa a esperança e age mediante a caridade (cf. Lumen Gentium, 41), enquanto a Igreja “revela e revive a infinita riqueza do mistério de Jesus Cristo” (Christifideles laici, 55) e faz com que a santidade de Deus entre em todo o estado e situação de vida, para que todos os cristãos se tornem operários da vinha do Senhor e edifiquem o Corpo de Cristo. Toda vocação na Igreja está ao serviço da santidade; “é essencialmente um chamado à santidade, na forma que brota do sacramento que recebem e dos santos compromissos que proferem como no caso da vida Consagrada “A santidade é intimidade com Deus, é imitação de Cristo, pobre, casto e humilde; é amor sem reservas às almas e doação pelo seu verdadeiro bem; é amor à Igreja que é santa e nos quer santos, porque essa é a missão que Cristo lhe confiou” (Pastores dabo vobis, 33).
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