Naquele tempo, João começou a pregar dizendo: «Depois de mim vai chegar outro que é mais forte do que eu, diante do qual não sou digno de me inclinar para lhe desatar as correias das sandálias.
Eu batizei-vos em água, mas Ele há-de baptizar-vos no Espírito Santo.»
Quando saía da água, viu serem rasgados os céus e o Espírito descer sobre Ele como uma pomba.
E do céu veio uma voz: «Tu és o meu Filho muito amado, em ti pus todo o meu agrado.»
Reflexão:
Junto do Jordão, Jesus manifesta-Se com uma extraordinária humildade, que recorda a pobreza e a simplicidade do Menino colocado na manjedoura e antecipa os sentimentos pelos quais, no final dos Seus dias terrenos, chegará a lavar os pés dos discípulos e sofrerá a humilhação terrível da cruz. O Filho de Deus, Aquele que é sem pecado, coloca-Se entre os pecadores, mostra a proximidade de Deus em relação ao caminho de conversão do homem. Jesus carrega sobre os Seus ombros o peso da culpa da humanidade inteira, inicia a Sua missão pondo-Se no nosso lugar, no lugar dos pecadores, na perspectiva da cruz.
Quando, recolhido em oração depois do baptismo, sai da água, abrem-se os céus. É o momento esperado pela multidão dos profetas: «Se rasgásseis os céus e descêsseis!», tinha invocado Isaías (64, 1). Neste momento, parecia sugerir São Lucas, esse pedido é satisfeito. De facto, «o céu abriu-se e o Espírito Santo desceu»; ouviram-se palavras nunca anteriormente pronunciadas: «Tu és o Meu Filho muito amado; em Ti pus todo o Meu agrado». [...] O Pai, o Filho e o Espírito Santo descem entre os homens e revelam-nos o Seu amor que salva. Se foram os anjos que levaram aos pastores o anúncio do nascimento do Salvador e a estrela que o levou aos Magos vindos do Oriente, presentemente é a própria voz do Pai que indica aos homens a presença do Seu Filho no mundo, e que nos convida a voltarmo-nos para a ressurreição, para a vitória de Cristo sobre o pecado e sobre a morte.
Papa Bento XVI
Homilia de 10/01/2010 (trad. © Libreria Editrice Vaticana)
Nenhum comentário:
Postar um comentário