DIGNOS DE NOS APROXIMARMOS DO ALTAR
Lc 22, 19
“Isto é o meu Corpo, que vai ser entregue por vós”. (Lc 22, 19)
Para nos levar a amá-Lo mais ainda, Cristo deu-nos a sua carne como alimento. Aproximemo-nos então d’Ele com muito amor e fervor. Os magos adoraram essa pequena criança deitada na manjedoura. Ao verem o Menino, Cristo, numa manjedoura, debaixo de um pobre teto, e não vendo nada do que vós vedes, aproximaram-se d’Ele com grande respeito.
Já não o vereis numa manjedoura, mas no altar.
Já não vereis uma mulher que em seus braços o segura, mas o padre que o oferece; e o Espírito de Deus, em toda a sua generosidade, sobre
as oferendas. Porém, não só é o mesmo corpo que os magos viram que agora vedes, como para, além disso, conheceis a sua força e sabedoria, e nada ignorais do que Ele cumpriu.
Despertemos então, e despertemos em nós o temor a Deus. Tenhamos pois muito mais piedade do que esses estrangeiros, para podermos ser dignos de nos aproximarmos do altar.
Essa mesa fortifica-nos a alma, unifica-nos o pensamento, sustenta-nos a certeza, a segurança; é a nossa esperança, a salvação, a vida. Se deixarmos a terra depois deste sacrifício, entraremos com perfeita segurança nos átrios celestes, como se estivéssemos protegidos, por todos os lados, por uma armadura de ouro. Mas por que falar do futuro? Já aqui neste mundo, o sacramento transforma a terra em céu. Abri, pois as portas do céu, e vede o que acabo de dizer.
O que há de mais precioso no céu, mostrar-vos-ei na terra. O que vos mostro, não são nem os anjos, nem os arcanjos, nem os céus dos céus, mas Aquele que é o seu Mestre. Vós vedes então de uma certa maneira, na terra, o que há de mais precioso. E não somente o vedes como o tocais e o comeis. Purificai, pois a alma, preparai o espírito para receber estes santos mistérios.
Um verdadeiro tesouro escondido. É esta definição mais apropriada para o momento presente. Quem o descobre deixa tudo para poder possuí-lo.
Às vezes quebramos a cabeça tentando entender como será a eternidade. Se entendemos o agora, o instante presente da vida, este é o primeiro passo para entender a eternidade, porque nós a experimentamos.
A riqueza contida no momento presente consiste em viver a vida em plenitude.
Cada instante é um dom e deve ser vivido intensamente.
Nos momento de alegria irradiamos vida. Nos momentos de dor geramos vida. São fenômenos que passam muitas vezes desapercebidos pela maioria das pessoas, porque vivem estes momentos de forma unicamente pessoal, sem partilhar com os outros. E o fenômeno só se verifica quando alegria e dor são colocados em comum. A alegria se multiplica, irradiando vida e a dor se atenua, gerando vida.
Pe. Emílio Carlos +
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