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"ELES, POR UMA COROA PERECÍVEL..."
Investe-se tanto em esporte, divulgado como a coisa mais séria do mundo; os atletas, como modelos de vida a serem admirados e seguidos; os treinos, o esforço, a disciplina esportiva, tudo visto como virtude e altruísmo... Claro: em si, o esporte é um bem. A†Ω
O problema é o modo como hoje ele é visto e valorizado, a mística que se criou em torno dele!
Quando nossa sociedade era cristã, os heróis não eram os atletas, mas os santos: aqueles que empenharam a vida em Cristo e, por ele, deram tudo a Deus e aos irmãos.
Escutam-se slogans de efeitos, mas tão falsos: “Esporte é vida; esporte é paz”... Não! Cristo é vida, porque somente ele confere um sentido real e duradouro à vida. Cristo é paz: somente ele, pois somente nele o coração descansa realmente! “O esporte irmana os povos!” Somente o Cristo nos irmana de verdade, porque nos faz filhos do mesmo Pai, ao qual nos dirigimos exclamando: “Pai nosso!”
É sintomático: sempre que uma pessoa ou uma sociedade exclui Deus, teórica ou praticamente, cria uma nova religião, uma religião sem Deus. O esporte é hoje uma dessas religiões: os templos são os estádios, os encontros de oração, as academias... Que pena, porque por mais que seja interessante a prática esportiva, ela não é um valor dos mais importantes da existência: não garante o sentido da vida, não realiza em profundidade o coração, não pode dar o eixo e o rumo de nossos dias neste mundo.
Que pena!
Como temos caído, a ponto de nos satisfazermos com tão pouco, de colocar nossa alegria em um ideal tão óbvio, tão curto, tão pequeno...
Vale recordar São Paulo: “Não sabeis que aqueles que correm no estádio, correm todos, mas um só ganha o prêmio? Correi, portanto, de maneira a consegui-lo. Os atletas se abstêm de tudo; eles, para ganhar uma coroa perecível; nós, porém, para ganhar uma coroa imperecível” (1Cor 9,24s).
Quem dera que nos entusiasmássemos tanto com o Cristo como os desportistas com seus esportes! Recordo a história de um grande maratonista paulista do início do século XX que, um dia, encontrou o Cristo.
O encontro foi tão profundo, que ele se fez monge. Quando foi ordenado padre no mosteiro, mandou derreter todas as suas medalhas e, com elas, fez o cálice para a sua Missa. Nele escreveu: tanto corri, que alcancei o Cristo!
Dom Henrique
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