Vaticano promete ação legal contra anúncio da Benetton com papa
Para Santa Sé, fotomontagem de Bento 16 'beijando' imã egípcio é ofensiva e feriu sensibilidade de fiéis
Não apresentamos aqui pois
é de caráter extremamente ofensivo.
Rezamos em desagravos a estas ofensas.
A nova campanha da United Colors of Benetton chamada "UNHATE" (não odeie, em tradução livre), foi apresentada, oficialmente, no início da tarde de quarta-feira por Alessandro Benetton, vice-presidente do grupo, em Paris.
A Benetton retirou a fotomontagem do papa imediatamente depois de seu lançamento, assim que o Vaticano a descreveu como uma provocação inaceitável.
A empresa disse que a campanha, que mostra supostos inimigos políticos se beijando, tinha o objetivo de fomentar a tolerância.
"Lembramos que o sentido dessa campanha era exclusivamente combater a cultura do ódio sob todas as formas", comentou, em comunicado, um porta-voz do grupo.
Uma grande faixa com a imagem do papa e do imã foi pendurada em uma ponte perto do Vaticano na manhã de quarta-feira, mas foi posteriormente removida. Mas na manhã desta quinta-feira a foto ainda estava na vitrine de uma loja na praça Fontana de Trevi, um dos locais turísticos mais populares de Roma. Além disso, a montagem ainda estava amplamente disponível na internet pela manhã.
As relações entre o papa e o imã de Al-Azhar são difíceis, principalmente depois que Bento 16 expressou solidariedade às vítimas do atentado que deixou 21 mortos numa igreja de Alexandria, em 1º de janeiro.
Mahmud Azab, assessor do imã para o diálogo interreligioso no Cairo, também criticou a fotomontagem, afirmando que a propaganda é "irresponsável e absurda". Apesar disso, afirmou que ainda estava sendo avaliado se valia a pena contestar oficialmente o anúncio, "já que isso carece de seriedade".
A peça publicitária inclui, também, um beijo trocado entre Hugo Chávez e Barack Obama, em nome da luta "contra o ódio" e uma cena tórrida entre Obama e o presidente chinês, Hu Jintao, colocada primeiramente em um banner diante da catedral de Milão. Nesta quinta-feira, o porta-voz da Casa Branca Eric Schultz desaprovou a campanha, afirmando que os EUA discordam do uso da imagem do presidente americano para fins comerciais.
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