Muitos virão sentar-se à mesa do banquete no Reino do Céu do Reino»
S. Mateus 8,5-11.
Naquele tempo, ao entrar Jesus em Cafarnaúm, aproximou-se dele um centurião, suplicando nestes termos:
«Senhor, o meu servo jaz em casa paralítico, sofrendo horrivelmente.»
Disse-lhe Jesus: «Eu irei curá-lo.»
Respondeu-lhe o centurião: «Senhor, eu não sou digno de que entres debaixo do meu tecto; mas diz uma só palavra e o meu servo será curado.
Porque eu, que não passo de um subordinado, tenho soldados às minhas ordens e digo a um: 'Vai’, e ele vai; a outro: 'Vem’, e ele vem; e ao meu servo: 'Faz isto’, e ele faz.»
Jesus, ao ouvi-lo, admirou-se e disse aos que o seguiam: «Em verdade vos digo: Não encontrei ninguém em Israel com tão grande fé!
Digo-vos que, do Oriente e do Ocidente, muitos virão sentar-se à mesa do banquete com Abraão, Isaac e Jacob, no Reino do Céu,
Reflexão:
«Do Oriente e do Ocidente, muitos virão sentar-se à mesa do banquete no Reino do Céu do Reino»
O Reino dos Céus tem o tamanho de uma caridade sem limites; engloba os indivíduos «homens de todas as tribos, línguas, povos e nações» (Ap 5,9) e ninguém o achará apertado, pois ele espraia-se e a glória de cada um aumenta na mesma proporção. É isso que leva Santo Agostinho a dizer: «Quando muitos tomam parte da mesma alegria, a alegria de cada um torna-se mais abundante, porque todos se arrebatam uns aos outros.» Esta vastidão do Reino está expressa nestas palavras das Escrituras: «Pede-me e Eu te darei os povos como herança» (Sl 2,8); «Do Oriente e do Ocidente, muitos virão sentar-se à mesa do banquete com Abraão, Isaac e Jacob, no Reino do Céu». Nem a multidão de quantos o desejam, nem a multidão de quantos existem, nem a multidão de quantos o possuem, nem a multidão de quantos chegam tornará mais estreito o espaço neste Reino, nem incomodará seja quem for.
Mas porque devo estar confiante ou ter esperança de possuir o Reino de Deus? Devido à generosidade de Deus, que me convida: «Procurai primeiro o Reino de Deus» (Mt 6,33). Devido à verdade que me consola: «Não temas, pequenino rebanho, porque aprouve ao vosso Pai dar-vos o Reino» (Lc 12,32). Devido à bondade e à caridade que me redime: «Tu és digno de receber o livro e de abrir os selos; porque foste morto e, com Teu sangue, resgataste para Deus homens de todas as tribos, línguas, povos e nações; e fizeste deles um reino e sacerdotes para o nosso Deus; e reinarão sobre a terra» (Ap 5,9-10).
São Boaventura (1221-1274), franciscano, doutor da Igreja
Sobre o reino evangélico
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