Como seus amores são belos,minha irmã, noiva minha. Seus amores são melhores do que o vinho, e mais fino que os outros aromas é o odor dos teus perfumes. Por isso Eu quero consumir meus dias, no seu amor! ══════ ღೋ♡✿♡ღೋ═══════

Ani Ledodi Vedodi Li


Mais do que qualquer outro motivo, esta é a razão pela qual quero fazer deste blog um caminho para amarmos mais a Deus, por isso seu nome: “Ani Ledodi Vedodi Li”

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Deus o Abençõe !

E que possas crescer com nossas postagens.

É algo louvável esconder o segredo dos Reis; mas há glória em publicar as obras de Deus!

A Igreja não tem pressa, porque ela possui a Eternidade. E se todas as outras instituições morrem nesta Terra, a Santa Igreja continua no Céu.

Não existem nem tempos nem lugares sem escolhas.

E eu sei quanto resisto a escolher-te.

"Quando sacralizamos alguém essa pessoa permanece viva para sempre!"

Sacralize cada instante de tua vida amando o Amado e no Amado os amados de Deus !


Pe.Emílio Carlos

quinta-feira, 24 de novembro de 2011



O Espírito Santo gera corações adoradores.

Ninguém pode dizer “Jesus é Senhor” a não ser no Espírito

“Ninguém, falando com o Espírito de Deus, diz: ‘Anátema seja Jesus’, e ninguém pode dizer: ‘Jesus é Senhor’ a não ser no Espírito de Deus” (Rm 12,3). Esta afirmação de São Paulo é de uma importância capital para compreendermos nossa experiência cristã. Às vezes, somos tentados a pensar que é normal chegar a crer em Jesus, quase como se fosse a conseqüência de uma lógica humana, de um simples exercício de nossa razão e nossa inteligência ou a simples continuação da experiência de termos nascido numa família cristã e numa sociedade ao menos com um verniz cultural cristão. Então, ser cristão seria o normal, o natural, a coisa mais simples e esperada do mundo! Até prova em contrário, todos nós seríamos naturalmente cristãos. E, no entanto, não é assim! Experimentar Jesus como Deus, Senhor da nossa vida, alguém vivo e presente a nós, que nos seduz e nos encanta, que nos interpela, que nos convida a caminhar com ele, que nos coloca em crise, alguém que realmente faz parte do nosso caminho e conta para nós, é uma experiência sobrenatural, impossível ao homem somente com as suas forças. Somente na potência do Espírito Santo, Dom do Cristo morto e ressuscitado à sua Igreja, é possível experimentar tal realidade e viver essa fé no senhorio de Cristo: “Ninguém pode dizer: ‘Jesus é Senhor’ a não ser no Espírito de Deus” (Rm 12,3) – eis aqui uma palavra que não é brincadeira!

Recordemos que o próprio Jesus havia dito: “Quando vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à Verdade plena, pois não falará de si mesmo: ele me glorificará porque receberá do que é meu e vos anunciará” (Jo 16,13.14). É uma afirmação tremenda, essa de Jesus: o Espírito da Verdade é o seu próprio Espírito; Jesus mesmo é a Verdade (cf. Jo 14,6). O Espírito, segundo a promessa do Senhor, irá conduzindo a Igreja e os discípulos a experimentar cada vez mais Jesus morto e ressuscitado como o Senhor. Essa experiência é viva, dinâmica: nunca deixaremos de crescer nesse conhecimento “espirituado”, isto é, fruto da ação do Espírito. Conduzir à Verdade plena é conduzir à plenitude do encontro com o Senhor, conduzir a um conhecimento profundo e espiritual de Cristo, é conduzir à própria vida eterna… É esta, portanto, a ação do Espírito na Igreja e na vida dos fiéis: fazer-nos crescer de tal modo na intimidade com Cristo, na experiência do seu senhorio, na assimilação aos seus sentimentos, na participação na sua morte e ressurreição, que sejamos totalmente conformados a ele na sua glória.

Na afirmação de Jesus chama atenção a humildade do Espírito: “ele não falará de si mesmo, ele me glorificará, ele receberá do que é meu e vos anunciará…” Este Espírito dado por Jesus é a Testemunha de Jesus, como Jesus é a Testemunha do Pai, Testemunha fiel e verdadeira (cf. Ap 3,14). Agindo em nós, o Espírito nos une totalmente a Cristo. Ele não se coloca entre Cristo e nós, mas, estando todo em Cristo e sendo dado todo a nós, nos une numa só comunhão com Cristo, quase que num só ser: ele em nós e nós nele: “Nesse dia, compreendereis, experimentareis no Espírito, que eu estou em meu Pai e vós em mim e eu em vós” (Jo 14,20). Não tenhamos dúvida: é o Espírito o “ambiente”, o “laço”, o “abraço” que provoca esta união que, mais que união, é como que uma interpenetração! Por isso, na ação do Espírito, experimentamos realmente, quase que diria, sentimentalmente, existencialmente, que Jesus é Vivo e é Senhor da nossa vida, da minha vida! Sem essa ação do Espírito, Jesus fica preso no passado, preso nos livros de história ou nas páginas mortas, materiais, da Sagrada Escritura! Sem a unção do Espírito, eu poderia saber tudo sobre Jesus, até admirá-lo, mas não o conheceria, não seria seu conviva! Eis, portanto: o Espírito Santo é Espírito de Cristo, testemunha de Cristo! Ele nos evangeliza, porque anuncia ao nosso coração que Jesus vive e está em nós e nos conhece e nos interpela! Espírito humilde, que não fala de si mesmo e que não se glorifica a si mesmo, mas glorifica o Cristo em nós; Espírito fiel, que recebe o que é do Cristo e nos transmite fielmente; Espírito da Verdade, Espírito missionário, que dilata no nosso coração e na nossa vida, em cada fibra do nosso ser, o senhorio de Cristo ressuscitado!

É ele – insisto – quem nos convence, de coração e de mente, que Jesus é a Verdade da nossa vida, o único Senhor e Salvador. No Espírito podemos dizer com cada nossa fibra: só Jesus é a vida, só Jesus é a paz, só Jesus é o sentido da nossa existência, só ele é a salvação, pois “não há, debaixo do céu, outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos” (At 4,12). No Espírito do Ressuscitado, nós respeitamos todas as religiões, podemos apreciar o que há de correto ou verdadeiro em todas as tradições religiosas e em todas as correntes filosóficas, porque sabemos que “o Espírito do Senhor encheu o universo; ele mantém unidas todas as coisas e conhece todas as línguas” (Sb 1,7), mas, ao mesmo tempo, impelidos pelo mesmo Espírito, professamos com toda a convicção, que somente no Cristo existe salvação para a humanidade: se alguém no mundo – cristão ou não – pode ser salvo, é porque Cristo morreu e ressuscitou por todos e confiou à Igreja o ministério da reconciliação da humanidade com o Pai. Os cristãos, impulsionados pelo Espírito, jamais dirão que todas as religiões são iguais, que todos os caminhos levam a Deus do mesmo modo ou que não é preciso anunciar o Cristo crido, adorado e professado pela Igreja católica a toda a humanidade: “Nisto reconhecemos que permanecemos nele e ele em nós: ele nos deu o seu Espírito. Nesse Espírito, nós contemplamos e testemunhamos que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo. Aquele que confessar que Jesus é o filho de Deus, Deus permanece nele e ele em Deus (1Jo 4,13-15). Nisto reconhecemos o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio na carne é de Deus; e todo espírito que não confessa Jesus não é de Deus; é este o espírito do Anticristo” (1Jo 4,2-3). Esta afirmação é gravíssima! “Teólogos” que pensam que ainda são cristãos, como o ex-frade Leonardo Boff e o monge Marcelo Barros, o jesuíta americano Roger Haight ou o suíço Hans Küng, deveriam pensar nisso. Com toda certeza, eles não agem movidos pelo Espírito do Cristo! Aqui está em jogo o núcleo mesmo da nossa fé, a certeza do senhorio absoluto do Senhor Jesus, que somente a ação do Espírito – e não uma falsa teologia, fundada na pura razão humana – pode dar! Só o Espírito Santo nos convence do absoluto senhorio do Cristo, só o Santo Espírito nos revela Jesus como Senhor e Salvador, só o Espírito ilumina nosso entendimento tão incerto e periclitante, só o Espírito nos faz dobrar os joelhos e abrir o coração à presença viva e vivificante do Ressuscitado! “Sem a Luz que acode, nada o homem pode, nenhum bem há nele!”

É também somente no Espírito que seremos convencidos de que nada pode competir o senhorio de Cristo no nosso coração e na nossa vida. Afirmar com cada fibra do nosso ser que Jesus é o Senhor, exige que digamos com a carne nossa existência que o dinheiro não é nosso senhor, o sexo e a indecência não são nossos senhores, o poder não é nosso senhor, as pessoas de quem gostamos e às quais amamos não são nossas senhoras, nossas idéias não são nossas senhoras! Só Jesus é Senhor! Só Jesus é absoluto! Também não são um bem absoluto para mim, não são meu senhor a minha saúde, a minha família, o meu emprego, meus planos, nem mesmo minha vida! Só Jesus é Senhor! Uma tal experiência é tão forte, tão grande, tão radical, que somente o Espírito Santo pode provocá-la em nós! Podemos somente suplicar: “Vem Espírito Santo! Convence-nos de que Jesus – e só Jesus – é Senhor! Fechar-se para ti é dizer: ‘Anátema seja Jesus!’ (cf. 1Cor 12,3a), é matar Jesus no nosso coração e viver uma vida de morte, sem Jesus! Espírito de Verdade! Espírito de Vida, vem! Que Jesus reine em nós, na nossa vida, na vida da Igreja! Liberta-nos das paixões e das cegueiras que nos impedem de contemplar Jesus-Senhor, que nos impedem de correr para Jesus-Senhor, que não nos permitem proclamar com a vida e a palavra que Jesus é o único Senhor e o único Deus verdadeiro! Que, na tua força, a Igreja seja testemunha do senhorio de Jesus!” Foi isso que o próprio Jesus nos prometera: “Recebereis uma força, a do Espírito Santo que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas até os confins da terra” (At 1,8). Conversando com a Samaritana, disse Jesus: “Vem a hora – e é agora – em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em Espírito e verdade, pois tais são os adoradores que o Pai procura. Deus é Espírito e aqueles que o adoram devem adora-lo em Espírito e verdade” (Jo 4,23-24).

Deus é Espírito! Aqui não se trata de uma definição filosófica de Deus, significando que ele é imaterial. Jesus quer dizer mesmo é que Deus é livre, soberano, infinito, misterioso, é uma força impetuosa e incompreensível, que o homem não pode controlar, compreender e domar com sua razão – Deus é Espírito, como o vento que sopra onde quer, sem que possamos compreendê-lo e controlá-lo; não podemos apreendê-lo, não podemos rastrear os seus passos. Ele vem tantas vezes na escuridão da dor, do sofrimento, no vazio do silêncio, dos absurdos da vida e da história humana… Ele vem quando e como menos esperamos! Sendo Deus assim, somente pode ser reconhecido e acolhido no Espírito Santo, que nos abre para o Mistério do Infinito. Aqueles que o adoram só podem fazê-lo em Espírito e Verdade, isto é, sob o impulso doce e firme do Santo Espírito do Ressuscitado! É o Espírito quem nos abre à dimensão de Deus – dimensão da eternidade, dimensão do infinito, do soberanamente livre e surpreendente!

Jesus havia dito: “Quando vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à verdade plena, pois não falará de si mesmo. Ele me glorificará porque receberá do que é meu e vos anunciará. Tudo que o Pai tem é meu!” (Jo 16,13.14). Ora, adorar o Pai em Espírito é descobrir o rosto e o coração do Pai em Jesus, é glorificar Jesus, é adorar Jesus! O Espírito nos dá testemunho de Jesus e a ele nos atrai para, finalmente, através dele, conduzir-nos ao Pai. É o Espírito quem nos convence de que Jesus está vivo e nos faz entrar em contato com ele com um coração cheio de unção amorosa: “Eu rogarei ao Pai e ele vos dará outro Paráclito para que convosco permaneça para sempre, o Espírito da Verdade que o mundo não pode acolher porque não o vê nem o conhece. Vós o conheceis porque permanece convosco! Eu virei a vós! O mundo não mais me verá, mas vós me vereis porque eu vivo e vós vivereis. Nesse dia compreendereis que estou em meu Pai e vós em mim e eu em vós” (Jo 14,16-17.19-20). Eis aqui uma experiência impressionante: enquanto o mundo não conhece Jesus, não o reconhece como o Vivente, nós podemos realmente experimentá-lo vivo, atuante, íntimo nosso! Basta pensar na experiência palpitante da oração: ninguém de nós pensa que entra em contato com um personagem do passado, um morto, presente somente na nossa memória e no nosso sentimento. Não é essa a nossa experiência com Cristo! Experimentamo-lo vivo e adorável; experimentamo-lo amável e realmente o amamos e o adoramos! Eis, somente no Espírito Santo tal experiência é possível! O que Jesus nos prometeu, ao nos dar o Espírito, é algo maravilhoso: nós experimentamos realmente que nosso Salvador está vivo, e não só: o próprio Espírito que ele nos dá faz-nos viver a vida de Jesus: “Eu vivo e vós vivereis!” Não somos nós que “vivificamos” Jesus no nosso coração e na nossa memória, mas é Jesus vivo quem, no Espírito, nos vivifica e nos une a ele, fazendo-nos amá-lo e adorá-lo em Espírito e Verdade! E nesse ninho de adoração, nesse gostoso e inenarrável aconchego de amor, experimentamos, no Espírito, que Jesus está no Pai e nós em Jesus e Jesus em nós. A adoração se torna comunhão, torna-se bendita fusão de amor, pregustação da doçura do céu!

Mas, onde fazer tal experiência do Espírito que nos joga no Coração de Jesus? Qual é esse espaço bendito, esse ninho de adoração criado e aquecido pelo Espírito? É a Igreja, Corpo de Cristo; é ele o ambiente por excelência do Espírito, o Templo vivificado e sustentado pelo Espírito do Ressuscitado. É na Igreja que o Espírito nos faz realmente experimentar Jesus vivo, Jesus inteiro, Jesus real. Fora da Igreja, comunidade fundada por Cristo e sustentada pelo Espírito, Jesus ou é morto (é o caso do mundo incrédulo) ou é, em certo sentido, mutilado (é o caso das comunidades cristãs que romperam a comunhão com o Papa e com a fé da Igreja de Roma). O Espírito nos faz experimentar Jesus vivo e atuante em todos os âmbitos da vida da Igreja, mas principalmente em três realidades: (1) na Palavra proclamada. É pela unção do Santo Espírito que a inspira, que a Palavra de Deus, que dá sempre testemunho do Senhor Jesus, é uma Palavra viva e eficaz, que nos questiona, nos coloca em crise, nos consola, nos alegra, nos ilumina e nos cura. Essa Palavra denuncia o nosso pecado e nos anuncia a salvação. Quando a ouvimos, não pensamos que estamos escutando um velho texto, vindo da poeira do passado, mas uma Palavra viva e atual, que é dirigida a cada um de nós com força e suavidade. Ora, esta experiência somente pode acontecer no Espírito Santo. Ele inspirou a Escritura, inspira e unge quem a proclama e inspira e unge o coração de quem a escuta. Aí, sim, dá-se a experiência maravilhosa: Jesus nos fala, Jesus torna-se, na Palavra, nosso contemporâneo, falando do hoje para pessoas de hoje! Jesus deixa-se descobrir e experimentar por nós como Alguém amável, confiável e adorável! Eis a ação do Santo Espírito!

(2) nos Sacramentos celebrados. O que a Palavra proclama eficazmente na força do Espírito, os Sacramentos realizam, pois a Palavra de Deus, ungida pelo Espírito Criador, faz acontecer concretamente o que ela anuncia. Um cristianismo somente de proclamação da Palavra, sem a celebração dos Sacramentos, é um cristianismo capenga, mutilado. Pois bem, é nos Sacramentos que o Pai nos dá a vida do seu Filho morto e ressuscitado, tornando-o presente na nossa vida. Ora, isso acontece pela ação do Espírito: ele é a própria vida de Jesus, o Ressuscitado no Espírito (cf. At 2,32; 1Pd 3,18s). Assim, em cada sacramento, recebemos o Espírito do Ressuscitado que nos vai transfigurando em Cristo Jesus, vai nos unindo ao Senhor! Em cada sacramento o Espírito é dado com um efeito diferente na nossa vida, mas sempre para nos unir a Jesus, fazendo dele nosso Senhor e Deus, amável e adorável. Eis: no Batismo, o Espírito é Vida nova em Cristo; na Crisma, é Força para edificar o Corpo de Cristo, que é a Igreja, e para testemunhar o Senhor Jesus diante do mundo; na Eucaristia, o Espírito é Amor oblativo, que impregnando de sua presença o pão e o vinho, os transforma no Corpo e no Sangue daquele que, num Espírito eterno, entregou-se ao Pai por nós na cruz (cf. Hb 9,14); na Penitência, o Espírito é dado para a remissão dos pecados; na Unção dos Enfermos, ele é Espírito de consolo e paz, de alívio e vigor, que nos dá a coragem de completar na nossa carne o que faltou à paixão do Cristo; na Ordem, ele é Espírito que unge para gerar os que participarão da missão do Cristo Cabeça e Esposo da Igreja como sacerdotes, profetas e pastores. Portanto, no Espírito, experimentamos em nós toda a ação admirável e adorável do Senhor Jesus que nos salva continuamente.

(3) na Comunidade que escuta e celebra. Finalmente, o Espírito está presente na comunidade, que é a Igreja: o Espírito nos une num só Corpo, o Corpo de Cristo! É no Espírito de Cristo que, mesmo na diversidade de dons, carismas, ministérios, opiniões e mentalidades, a Igreja permanece unida na escuta da Palavra, na celebração dos Sacramentos e na proclamação da mesma fé em torno dos mesmos pastores. O Espírito gera unidade e diversidade, unidade do Corpo de Cristo na diversidade dos membros. Ungindo a Comunidade dos discípulos, o Espírito faz dela lugar de paz e reconciliação, de caridade e acolhimento, sinal e antecipação do Reino de Deus.

Nesses três âmbitos – Palavra, Sacramentos e Comunidade – o Espírito nos inunda da doçura de Jesus, de modo que tudo se torna admiração, gratidão, obediência, abandono em Deus, confiança no Senhor, entrega, esperança… Tudo se torna Vida eterna, que faz os cristãos, pessoalmente e como Comunidade, celebrarem um verdadeiro culto espiritual, isto é, um culto no Espírito, na adoração ao Senhor Jesus, reconhecido no mais profundo de nós como Deus e Senhor. Então, experimentamos que “o Espírito socorre a nossa fraqueza… e o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis, e Aquele que perscruta os corações sabe qual o desejo do Espírito” (Rm 8,26s). Em outras palavras: experimentando Jesus vivo e soberano na Palavra, nos Sacramentos e na doçura da convivência fraterna, somos tomados de doce admiração e ação de graças, que levam a uma atitude de profundo reconhecimento e adoração ao Senhor – o Espírito nos faz adoradores de Jesus! Uma adoração que brota do interior, das fontes mais profundas do nosso coração… Mas, há uma condição para que tal atitude adorante brote em nós num verdadeiro culto espirituado (= culto no Espírito): é celebrar esse culto na nossa própria vida, como Jesus, por Jesus e com Jesus: “Exorto-vos, portanto, irmãos, pela misericórdia de Deus, a que ofereçais vossos corpos como hóstia viva, santa, e agradável a Deus: este é o vosso culto espiritual! E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, renovando a vossa mente, a fim de poderdes discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, agradável e perfeito” (Rm 12,1-2). “Ofereçais vossos corpos como hóstia viva”, isto é, uni vossa vida à vida de Cristo, fazei de vossa existência toda uma participação na existência de Cristo ofertada ao Pai, tomai as atitudes e sentimentos de Cristo em todo o vosso viver! “Este é o vosso culto no Espírito! E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos”, entrai por um caminho de conversão, de mudança! Vosso modo de pensar, de sentir, de agir, de viver não pode ser segundo o mundo, conformado com o mundo, mas com-formado com Cristo, isto é, tomando a forma do Cristo morto e ressuscitado, feito todo entrega ao Pai no Espírito Santo! Eis aqui o que significa adorar em Espírito e Verdade: deixar-se modelar pelo Espírito para ter na nossa vida a forma de Cristo! Assim, nosso coração palpitará no ritmo do Coração do Senhor e nós experimentaremos realmente que ele é o nosso Tudo, nossa Vida, nossa Verdade. Eis o verdadeiro ambiente da verdadeira e profunda adoração! Sendo assim, abrindo de verdade espaço para o Espírito, seremos inundados da dçura do Filho vivo (que o mundo pensa que está morto); adorando-o e glorificando-o, descobriremos que Deus é Pai – o Pai amado de Jesus e nosso Pai em Jesus – e o adoraremos em Espírito e Verdade. Então, seremos como tochas nas trevas deste mundo, tochas acesas no fogo do Espírito. Amém. “Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, também aquele de mim se alimenta viverá por mim” (Jo 6,57). O Pai é o Deus vivo, a fonte da vida, vida plena, vida eterna, vida imperecível e feliz. Dele brota toda a vida das criaturas. A sede de vida, felicidade e paz que habita o nosso coração, somente no Pai pode ser saciada em plenitude: Ele é a eterna fonte que mana e corre, mesmo na noite desta nossa existência! Pois bem, Jesus afirma: “Eu vivo pelo Pai!”, isto é, “a vida do Pai está em mim, minha vida é a vida que recebo do Pai; por isso “eu sou a Vida!” Somente o Senhor Jesus poderia afirmar isso, porque somente ele vem do Pai e é igual ao Pai, só ele é o Filho saído das entranhas amorosas do Pai, gerado pelo Pai eternamente. Mas, para nossa surpresa, ele diz mais ainda: “Aquele que de mim se alimenta viverá por mim!” É impressionante, quase inacreditável: aquele que se alimenta do Senhor Jesus receberá, de verdade a vida dele, viverá por ele, como um ramo, que vive da vida vinda do tronco. “Aquele que de mim se alimenta, viverá por mim!” Alimentar-se de Jesus, viver de Jesus…

Mas, como isso é possível? Como é possível alimentar-se do Corpo e do Sangue do Senhor? Como é possível, Senhor, fazer-te presente nas espécies eucarísticas? A resposta, Jesus a dá: “O Espírito é que vivifica! A carne para nada serve” (Jo 6,63). É o Espírito Santo, que, ressuscitando Jesus, impregna também o pão e o vinho eucarísticos, transformando-os no Corpo e no Sangue do Ressuscitado. O pão e o vinho eucarísticos tornam-se, então, presença real, substancial, viva do Cristo morto e ressuscitado para que possamos unir-nos ao Senhor e, no Espírito Santo que o impregna e impregna a nós, sermos uma só coisa com ele: “Quem se une ao Senhor forma com ele um só Espírito” (1Cor 6,17). Essa união misteriosa de Jesus conosco é fruto da ação do Espírito! Vejamos.

O Espírito unge as espécies eucarísticas e a Missa se torna o sacrifício “de Cristo que, por um Espírito eterno, se ofereceu a si mesmo a Deus como vítima sem mancha” (Hb 9,14). É a oferta total, de toda a sua vida que se torna presente sobre o altar, no pão e no vinho. O esvaziamento humilde de sua encarnação, a pobreza de seus dias entre nós, seus cansaços, suas andanças, sua paciência, seus milagres, sermões e curas, sua oração com clamor e lágrimas, sua agonia, sua solidão, seus sofrimentos, sua paixão e cruz, sua morte e sepultura… Também estão presentes sua vitória na ressurreição, seu triunfo à Direita do Pai como Juiz e Senhor do universo e da história e, finalmente, o dom do Espírito Santo que ele nos fez para sempre! Tudo isso está presente nas espécies eucarísticas, pois o mesmo Espírito que conduziu e impeliu Jesus na obra da salvação, enche e impregna agora as santas Espécies, de modo que elas sejam verdadeiramente Corpo e Sangue do Senhor na sua oblação perfeita por nós! E o próprio Espírito nos dá testemunho desse mistério tão profundo, fazendo-nos contemplá-lo e adorá-lo piedosamente na Celebração eucarística. Mas, além de sacrifício de Cristo, o Espírito torna a Eucaristia nosso sacrifício, unido ao sacrifício do Senhor Jesus, nossa oferta na oferta dele: “Exorto-vos pela misericórdia de Deus a que ofereçais vossos corpos como hóstia viva, santa e agradável a Deus: este é o vosso culto espiritual” (Rm 12,1). A nossa vida de cada dia, vida vivida sob o impulso do Espírito do Ressuscitado recebido no Batismo e na Crisma, vida vivida como sacrifício espiritual, nós a levamos para o altar eucarístico, para uni-la ao sacrifício do Senhor Jesus. Nossa vida torna-se, então, semente de eternidade, em perfeito ato de culto, de louvor e de adoração. Por sua vez, torna-se, cada vez mais, participação no mistério de morte e ressurreição do Senhor: “O cálice de bênção que abençoamos não é comunhão com o sangue de Cristo? O pão que partimos não é comunhão com o corpo de Cristo?” (1Cor 10,16).

O Espírito unge as espécies eucarísticas e elas se tornam alimento espiritual, alimento no Espírito Santo: “Este é o pão que desceu do céu. Ele não é como o que os pais comeram e pereceram; quem come este pão viverá eternamente” (Jo 6,58). Eis aqui outra afirmação impressionante do Senhor! O pão e o vinho eucarísticos, Corpo e Sangue do Senhor ressuscitado, pleno do Espírito Santo, são alimento de vida divina, vida imortal. Comungar no Corpo e Sangue de Cristo significa realmente receber a Vida do próprio Deus, vida que ultrapassa tudo quanto possamos imaginar, vida que vem do próprio Deus, que é vida do próprio Deus, vida que dura para a eternidade! A Eucaristia é, portanto, experiência antecipada do próprio céu. Em cada comunhão eucarística a nossa pobre vida humana, passageira, limitada, fugaz e mortal vai sendo transformada numa outra vida: vida divina, perene, plena de glória que dura para sempre. Isso é tão forte que, para os primeiros cristãos, a maior prova de que ressuscitaremos, inclusive com nosso corpo, é, precisamente, o fato de nos alimentarmos da Vida escondida no pão! Por isso, Jesus afirma: “Quem come minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna… (Jo 6,54a). Observe-se: tem agora, já nesta vida, a vida eterna em si! A experiência da vida eterna começa aqui, participando da vida nova do Senhor que, no Espírito, dá-se na Eucaristia. Jesus continua sua afirmação: “… e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6,54b): o sentido é claro e impressionante: a participação nas Espécies eucarísticas dá-nos o antegozo da vida eterna e é já penhor e preparação para a ressurreição futura!

Finalmente, o Espírito unge o nosso coração, dá testemunho de Jesus no nosso coração e nos atrai à adoração eucarística: “Por isso vos afirmei que ninguém pode vir a mim, se isso não lhe for concedido pelo Pai” (Jo 6,65). E como é que o Pai nos atrai a Jesus? Derramando nos nossos corações o Espírito, que testemunha em nós que Jesus é o Senhor (cf.1Cor 12,3). O Espírito age assim porque é “o Espírito daquele Pai que ressuscitou Cristo Jesus dentre os mortos”; é ele que “habita em vós” (Rm 8,11). Porque convencidos pelo Espírito, pelo Espírito do Pai atraídos a Jesus, somos adoradores em Espírito e verdade, pois se trata de uma adoração interior, embalada pela doçura do Espírito, que na vida, consola o nosso pranto e sustenta o nosso canto diante do Senhor. E por que adorá-lo? Por que parar diante dele, deter-se ante ele com o coração na mão? Para, na comunhão de sentimentos e amor com ele, ir moldando nosso coração ao compasso do seu Coração: “Vede, pois, cuidadosamente como andais: não como tolos, mas como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus. Por isso não sejais insensatos, mas procurai conhecer a vontade do Senhor. E não vos embriagueis com vinho, mas buscai a plenitude do Espírito. Falai uns aos outros com salmos e hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando ao Senhor em vosso coração, sempre e por tudo dando graças a Deus, o Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef 5,15-20). Eis o que faz a adoração: faz-nos semelhantes Àquele a quem adoramos; e é o Espírito Santo o artista que plasma essa semelhança em nós!

Portanto, no Espírito, somos convidados a oferecer o sacrifício do Senhor, oferecendo-nos com ele; a comungar no Corpo do Senhor, tornando-nos um só Espírito com ele; a adorar o Senhor na Eucaristia, para aprender seus sentimentos de total doação ao Pai e aos irmãos.

Que o Espírito realize em nós essa obra. Amém

A

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