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Fomos felizes em nos encontrar com esta Criança, que veio para trazer à humanidade a certeza do amor de Deus. De fato, Deus amou tanto o mundo que enviou seu próprio Filho – eterno e onipotente – para nossa salvação. Prometido, tantos séculos antes, agora nós O encontramos, na graciosa figura de uma criança, na pobreza de Belém.
Os anjos, em revoada pelos céus, cantando as alegrias deste nascimento, levam aos humildes pastores a espantosa notícia de nos ter chegado o Salvador. Uma estrela se acendeu no extremo Oriente para homens sábios, que procuravam ler nos astros os recados do Alto. E vieram nos camelos e dromedários, com presentes ricos para o Menino p obre.
Natal! Todos o festejam, até os que não enxergam com os olhos da fé. Nós, porém, sabemos – que felicidade é saber e acreditar! – que este misterioso Menino, que nasceu, profetizado pelos Vates antigos, anunciado pelos anjos, esperado pelos séculos, é o Filho de Deus, vestido de nossa carne. Infelizmente, nos tempos atuais, sua presença humilde se vem ofuscando pelas ofertas ricas do Papai-Noel...
Natal não é uma data passageira do nosso calendário. É um encontro de fé no Menino-Deus, nascido na pobreza do presépio. Esta Criança é o Salvador, que nos veio ensinar que Deus é Pai e dar-nos a possibilidade de entrar para a família divina, pela riqueza da graça, que nos faz participantes da natureza e da vida de Deus.
Como todos sabemos pelo Evangelho de Lucas, que Maria, ao ser abordada pelo Anjo para dar seu consentimento ao convite do céu para ser Mãe do Salvador, confessou sua condição virginal. E recebeu então o necessário esclarecimento de que a concepção do Verbo seria por ação divina, sem intervenção humana. Por isto, por não ter pai terreno, Jesus só podia ter paresença com Maria. Soube exprimí-lo o poeta, ao cantar a Nossa Senhora: “Teus olhos são manhãs, cheias de luz (...) os dois teares que bordaram os olhos de Jesus”.
É na beleza deste Menino, em quem transparecem os traços de sua Mãe, que adoramos o Deus-Salvador, o esperado Messias prometido, o Filho de Deus. Isto é ; Natal. Nos resplendores dos presépios bonitos ou na simplicidade de uma gruta pequenina, o Menino, que nasce, se nos apresenta de braços abertos para nos acolher e remir.
Natal é uma festa de amor que não termina, porque o amor do coração de Deus é eterno.
Dom Benedicto de Ulhoa Vieira Arcebispo Emérito da Arquidiocese de Uberaba/MG. | |
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