Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso.»
«Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados.
Dai e ser-vos-á dado: uma boa medida, cheia, recalcada, transbordante será lançada no vosso regaço. A medida que usardes com os outros será usada convosco.»
Que um homem se ponha a julgar outro é coisa perigosa e arriscada. Cada um deve fazer por se guardar deste pecado, porque assim disse Aquele que é a Verdade: «A medida que usardes com os outros será usada convosco.» Sendo assim, se fores muito misericordioso alcançarás grande misericórdia; se o fores pouco, à míngua a encontrarás; se nunca a praticares, de nenhuma poderás estar certo. A misericórdia deve ser apreciada e exercida do interior, do fundo da vontade de cada um, de tal sorte que sintamos sincera e profunda compaixão seja por quem for que sofra, e de tal modo que peçamos pelos outros a Deus, de todo o coração, para que Se digne socorrê-los.
Se entretanto puderes ir em seu auxílio do exterior, com conselhos ou com os teus próprios dons, por palavras tuas ou atitudes, assim farás na medida das tuas possibilidades. Se não puderes fazer muito, não deixes pelo menos de lhes fazer uma dessas obras de misericórdia, quer interior, quer exterior. Dirige-lhes nem que seja uma palavra amiga. Assim terás cumprido com a tua obrigação e poderás contar com a misericórdia de Deus.
Primeiro Sermão para o quarto Domingo depois da Trindade, 1
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