«É melhor para vós que Eu vá»
S. João 16,5-11.
Mas, por vos ter anunciado estas coisas, o vosso coração ficou cheio de tristeza.
Contudo, digo-vos a verdade: é melhor para vós que Eu vá, pois, se Eu não for, o Paráclito não virá a vós; mas, se Eu for, Eu vo-lo enviarei.
E, quando Ele vier, dará ao mundo provas irrefutáveis de uma culpa, de uma inocência e de um julgamento:
de uma culpa, pois não creram em mim;
de uma inocência, pois Eu vou para o Pai, e já não me vereis;
de um julgamento, pois o dominador deste mundo ficou condenado.»
Comentário ao Evangelho
Assim, havia no céu um vinho especial que a terra desconhecia. Mas a terra tinha também qualquer coisa que lhe era própria e que era a sua glória — a carne de Cristo — e os céus tinham uma grande sede da presença dessa carne. Quem poderia impedir essa troca tão certa e tão rica em graça entre o céu e a terra, entre os anjos e os apóstolos, de forma que a terra possuísse o Espírito Santo e o céu a carne de Cristo? [...] «Se Eu não for, o Paráclito não virá a vós», disse Jesus. Quer dizer, se não deixais partir aquilo que amais, não obtereis o que desejais. «É melhor para vós que Eu vá» e que vos transporte da terra ao céu, da carne ao espírito; pois o Pai é espírito, o Filho é espírito e o Espírito Santo é também espírito. [...] E o Pai «é espírito; por isso, os que O adoram devem adorá-Lo em espírito e verdade» (Jo 4,23-24).
São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense e doutor da Igreja
3º sermão para o Pentecostes
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