sai, pelos caminhos,
sozinha e bem pesarosa, triste, desolada,
tendo lírios negros nas mãos.
E ela parte, caminhando entre as estrelas,
pois todas as sextas-feiras
ela chora, chora, sob o seu véu
e o paraíso não mais deseja.
Ela parte, de vales estreitos aos grandes vales,
e de encostas a outeiros,
cada vez mais desolada,
soluçando, sozinha entre espinheiros.
Ela percorre desde os prados às pastagens,
observando, por cima
dos muros baixos às cercas,
tentando encontrar seu Filho Jesus.
Dos presépios às granjas, das ruas às estradas,
das portas aos portais,
lá vai ela... e estanca o passo, e ouve,
e espia através dos vitrais.
Não canteis e não caleis
as crianças no berço,
não deixeis que se arrastem pela terra,
nem espinhos e nem canas.
Não riais com receio que ela vos possa ouvir;
não planteis os pregos,
pois sua tristeza é verdadeiramente imensa
e sua tristeza lhe chega de cada um de nós.
Edmond Haraucourt
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