Como seus amores são belos,minha irmã, noiva minha. Seus amores são melhores do que o vinho, e mais fino que os outros aromas é o odor dos teus perfumes. Por isso Eu quero consumir meus dias, no seu amor! ══════ ღೋ♡✿♡ღೋ═══════

Ani Ledodi Vedodi Li


Mais do que qualquer outro motivo, esta é a razão pela qual quero fazer deste blog um caminho para amarmos mais a Deus, por isso seu nome: “Ani Ledodi Vedodi Li”

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Deus o Abençõe !

E que possas crescer com nossas postagens.

É algo louvável esconder o segredo dos Reis; mas há glória em publicar as obras de Deus!

A Igreja não tem pressa, porque ela possui a Eternidade. E se todas as outras instituições morrem nesta Terra, a Santa Igreja continua no Céu.

Não existem nem tempos nem lugares sem escolhas.

E eu sei quanto resisto a escolher-te.

"Quando sacralizamos alguém essa pessoa permanece viva para sempre!"

Sacralize cada instante de tua vida amando o Amado e no Amado os amados de Deus !


Pe.Emílio Carlos

quinta-feira, 10 de junho de 2010

SEXUALIDADE E REALIZAÇÃO HUMANA: A PROPOSTA DA IGREJA CATÓLICA III


Entre o “fragmento” e a “miniatura” do humano

Na esteira da modernidade, não tardou em perfilar-se a pós-modernidade. Tem-se por vezes a impressão que “tudo se torna sexual”(3). Vive-se uma vertigem na vivência da sexualidade, uma pós-orgia da modernidade, indicando uma liberação em todos os domínios. Vários são os estilos de vida com seus respectivos comportamentos sexuais. É assim que se apresenta agora a sexualidade. Não se faz menção a um padrão social e religioso. Ela está atrelada ao “eu”. O neo-liberalismo soube logo captar o quanto uma economia erotizada pode vender, quanto o consumo do sexo é apelativo, numa cultura sexual que vai gerando consumidores dependentes. A prática sexual já não depende mais das antigas obrigações. Instaura-se uma nova ordem amorosa/sexual, com autonomia dos sujeitos, dando espaço para os prazeres eróticos. Vive-se uma liberação sem culpa(4).
Para uma população que até há pouco tempo vivia numa cosmovisão pré-moderna, a história acelerou-se. Fomos jogados ao coração da modernidade e, mal esta havia se instalado em nossas moradas, já vemos a pós-modernidade buscando tecer nossas vidas. A história acelerou-se. Este processo necessita ser compreendido, decifrado, acompanhado em seus meandros, em suas ambivalências, pois contém elementos de construção do humano e elementos corrosivos que podem destruí-lo.
Fomos jogados abruptamente para o futuro. A informatização, a globalização, a pressão da concorrência globalizada sobre as pessoas e as instituições, a emergência de um mundo de manifestações “místico-psíquico-religiosas”, entre outras, só fazem aumentar o nosso ritmo. Andamos depressa. Os resultados devem ser obtidos em curto prazo. Prioriza-se o que é urgente; protela-se o importante. Aceita-se o acessório; sacrifica-se o essencial.
O tempo anda curto; não paramos. Andamos estressados; constantes são os distúrbios psicossomáticos(5).
Nesta corrida, não paramos mais para o cultivo de si, dos outros, da natureza e de Deus. Criam-se, na verdade, vazios existenciais; estes podem ser comprometedores. Mais dia menos dia, a vida cobra este cultivo, este cuidado e, mesmo inconscientemente, o ser humano é urgido a preencher tais vazios, numa ânsia de realização e plenitude. Começam, então, possíveis atropelos, quando as pessoas se contentam com um sistema de compensações que desliza fácil para as compulsões. Cai-se fácil numa cultura consumista, cultivam-se o emocionalismo, o sincretismo e o prazer (6). Tolera-se uma economia desumana e desigual. A natureza é agredida e o ser humano esvaziado. Tornamos-nos insensíveis.
Resvalamos na indiferença, no individualismo, no narcisismo.
Crescem os avanços técnico-científicos. Inicialmente marcados pela “fé no progresso, eis que estamos lançados em meio a uma verdadeira revolução científica que vai de mãos dadas com a revolução política, cultural e técnica. Eis a modernidade em sua pujança. Ninguém duvida dos avanços e das melhorias da vida por ela efetivados. No entanto, “o ritmo acelerado das invenções, as incertezas geradas, a perda de referenciais... provocaram um desencanto frente à própria modernidade”(7). Duas constatações saltam aos nosso olhos: a) O ritmo da máquina moderna não está preenchendo o mundo da vida; b) A pretensa autonomia das ciências, cada uma com os seus referenciais para a validação da verdade, levou-nos à fragmentação da realidade, incluído o próprio ser humano. Isto significa que o mundo da vida é mais do que alcança a “máquina” moderna e mais do que apontam as ciências em sua visão fragmentada e, por isso, parcial e passível ao reducionismo.
Num movimento já de pós-modernidade, vivemos uma reação existencial diante “do fracasso da pretensão reducionista da razão moderna, que leva o homem a questionar tanto alguns êxitos da modernidade como a confiança no progresso indefinido”(8). Produz-se, então, um quadro com as seguintes características: desconfiança da razão, desencanto dos ideais da modernidade, desaparição de dogmas, abolição das grandes cosmovisões, dissolução do sentido da história, pluralismo ideológico e cultural, distância entre as gerações, crise aguda da ética(9). Neste contexto pós-moderno, a história não interessa. Sem memória histórica, constroem-se “micro-histórias”, fragmentadas, sem continuidade, sem passado nem futuro. A vida assenta-se no efêmero, no fragmentado e parcial, no descontínuo e caótico. E, sem freios, agarra-se na primazia dos desejos subjetivos, na realização individual, no amor próprio, dando forma a um individualismo narcisista e a um hedonismo materialista.
Aumenta o individualismo, multiplicam-se as possibilidades de escolha, diluem-se os referenciais, minam-se tanto os sentidos como os valores de qualquer baliza norteadora.
Impera a subjetividade, arrastando o ser humano ao individualismo, ao consumismo e ao narcisismo. E entregue ao desejo, eis que ele está arrastado pelos impulsos do “ter” e do “prazer” imediatos, numa economia do desejo, da insaciabilidade das necessidades. Num desejo sem limites e sem controle, os valores passam a girar em torno do ter, do possuir, do desfrutar, do ganhar, do alcançar sucesso para, enfim, deslumbrar os que estão em volta(10).
A miniatura pós-moderna de ser humano não o realiza, na verdade; sim, o ser humano não se sente pleno, realizado. Tomado pelo narcisismo, impulsionado pelo consumismo, o ser humano passa a ser reflexo ou manifestação “miniaturizada do processo de personificação”(11). Tudo é vivido em miniaturas: a convivência social com seus grupos afins, tribos afins, circuitos e redes de grupos, minigrupos. Há encontros sim, mas entre iguais, com aqueles que sejam parecidos e tenham as mesmas preocupações imediatas. O encontro com o diferente que desafia o ser humano a sair de si, de ir além, de crescer superando-se não faz parte desta miniatura. Importa mesmo é a atenção a si mesmo, numa dessubstancialização pós-moderna, numa “lógica do vazio”(12). Os indivíduos revelam-se fracos, sem convicções, indiferentes, sem conteúdo, vulneráveis, volúveis. Então, o que acontece? Tudo se liquefaz! Isto se dá com a mesma rapidez das mesmices que se tecem e se desfazem, já que é a atenção a si mesmo que conta.
Sexualidade fragmentada ou miniaturizada: é assim que se movem hoje muitas das escolhas em meio às transformações que atingem a maioria de nossas sociedades, sobretudo ocidentais. Para uma boa parcela de nossas populações, “as transformações que estão atualmente ocorrendo são dramáticas e perturbadoras”(13). A sexualidade apresenta-se fragmentada quando, repetindo a razão moderna, dividida em distintos saberes, cai numa visão fracionada da mesma, unidimensional e, não raro, reduzida a um de seus aspectos e, por isso, facilmente banalizada. As visões e os comportamentos puramente genitalistas, biologistas e racionalistas são um exemplo disto. E quantas vezes quer-se a realização por inteiro apostando só num aspecto. A sexualidade é miniaturizada quando detém-se na fruição, diretamente vinculada ao subjetivismo, sem critérios fixos ou determinados uma vez por todas. Importa viver o momento, usufruir aqui e agora o que a vida oferece, deter-se no atrativo do belo. Vive-se do imediato, num espaço determinado, porém sem horizonte e sem referência histórica. Errante, o pós-moderno faz da sexualidade o espaço livre, aberto, sem fronteiras para vagar na imagem narcísea que ele faz e desfaz com a rapidez de uma realidade que se liquefaz, porque opaca e débil.



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3 Cf. A. CARIDADE, Sexualidade: Corpo e Metáfora, p. 67.
4 Cf. G. LIPOVETSKY, O crepúsculo do dever, pp. 72-74.
5 Cf. IDEM, Os tempos hipermodernos, p. 77.
6 Cf. R. ORTIZ, Mundialização e cultura, p. 15.
7 N. AGOSTINI, Ética cristã e desafios atuais, p. 52
8 IV CONFERÊNCIA GERAL DO EPISCOPADO LATINO-AMERICANO, Documento de Santo
Domingo..., n° 252.
9 Cf. I. GASTALDI, Educar e evangelizar na pós-modernidade, p. 61.
10 Cf. J.M. MARDONES, Postmodernidad y Cristianismo, op. cit., p. 196.
11 G. LIPOVETSKY, A era do vazio, p. 13.
12 Cf. ibidem, p. 15.
13 A. GUIDENS, A transformação da intimidade, p. 22.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Padre Emílio estou seguindo esta matéria que bom saber por onde a Igreja nos orienta e que mostrar o caminho para maturação e para nossa felicidade .O material postado do Frei Nilo é demais o senhor esta de parabéns por nos ajudar com este material e com certeza um pensamento unido ao magistério de nossa mãe Igreja . o amigo Jfranco de Toledo.

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