Como seus amores são belos,minha irmã, noiva minha. Seus amores são melhores do que o vinho, e mais fino que os outros aromas é o odor dos teus perfumes. Por isso Eu quero consumir meus dias, no seu amor! ══════ ღೋ♡✿♡ღೋ═══════

Ani Ledodi Vedodi Li


Mais do que qualquer outro motivo, esta é a razão pela qual quero fazer deste blog um caminho para amarmos mais a Deus, por isso seu nome: “Ani Ledodi Vedodi Li”

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Deus o Abençõe !

E que possas crescer com nossas postagens.

É algo louvável esconder o segredo dos Reis; mas há glória em publicar as obras de Deus!

A Igreja não tem pressa, porque ela possui a Eternidade. E se todas as outras instituições morrem nesta Terra, a Santa Igreja continua no Céu.

Não existem nem tempos nem lugares sem escolhas.

E eu sei quanto resisto a escolher-te.

"Quando sacralizamos alguém essa pessoa permanece viva para sempre!"

Sacralize cada instante de tua vida amando o Amado e no Amado os amados de Deus !


Pe.Emílio Carlos

terça-feira, 15 de junho de 2010

SEXUALIDADE E REALIZAÇÃO HUMANA: A PROPOSTA DA IGREJA CATÓLICA IV


3. A proposta integral da Igreja Católica

A Igreja Católica, no tocante à sexualidade humana, tem uma proposta integral.
Difere, portanto, da modernidade e da pós-modernidade. Esta proposta é indispensável para captar toda a riqueza inerente à sexualidade, seu dinamismo próprio e sua importância na realização do ser humano.

3.1. Interesse em conhecer, servir e evangelizar

A Igreja Católica, na esteira do Concílio Vaticano II, sente “a necessidade de
conhecer, de aproximar-se, compreender, penetrar, servir e evangelizar a sociedade circunstante, de a acolher, quase diríamos de a percorrer, na sua rápida e contínua transformação”(14). Ela tem igualmente a clareza de que “para cumprir a sua missão, deve esforçar-se por conhecer as situações...” em que se encontra o ser humano hoje; “este conhecimento é, portanto, uma exigência imprescindível para a obra de evangelização”(15).
Ao acionar a ciência eclesial por excelência, ou seja, a Teologia, somos convidados, hoje, a definir quem são os interlocutores e quais são os contextos em que estes se encontram. Este passo nós procuramos realizar nos pontos anteriores, num diálogo com especialistas diversos, de maneira interdisciplinar e mesmo multidisciplinar, já que a sexualidade perpassa todas as áreas do saber e, em especial, da vida humana. Sentimo-nos impelidos a desenvolver uma reflexão “num âmbito interdisciplinar, tal como é necessário especialmente para os novos problemas”(16).
Ao mesmo tempo, um discernimento permanente dever ser realizado, tendo em conta o aporte que podemos dar a partir da fé cristã, tendo em conta a contribuição da Igreja Católica. Ao conhecer as situações concretas, nós as iluminamos com a fé, nos abrimos à palavra da Sagrada Escritura, somos atentos à Tradição e ao Magistério da Igreja, buscamos cultivar valores que brotam do Evangelho e que traduzem o modo próprio de ser de Jesus Cristo.
A Igreja Católica busca um diálogo profundo com o mundo de hoje. Ela se abre à humanidade e se coloca com um dom de Deus a seu serviço. Quer responder com adequação às grandes questões de nosso tempo, numa ajuda ao ser humano que tem sede de realização. Por isso, a Igreja sabe que “deve entrar em diálogo com o mundo em que vive”(17). É neste empenho que ela consegue ser palavra, mensagem, colóquio, sempre “atenta ao evoluir das situações” para “responder adequadamente aos novos problemas e ao novo modo de os impostar”(18). Na obra evangelizadora, a Igreja sabe que “o homem é o primeiro caminho que ela deve percorrer na realização de sua missão... Não se trata do homem ‘abstrato’, mas do homem real, ‘concreto’, ‘histórico’...”(19). Ciente de que sua comunidade se constitui de seres humanos reunidos em Jesus Cristo, a Igreja é ciosa em
afirmar que “não se encontra nada verdadeiramente humano que não lhes ressoe no coração”(20).

3.2. A necessária impostação integral

Sexualidade e realização humana andam juntas. Para melhor embasar este
dinamismo, a impostação da Igreja Católica e da Teologia nela desenvolvida parte de uma antropologia integral. Esta busca considerar o ser humano “na plena verdade da sua existência, do seu ser pessoal e ao mesmo tempo do seu ser comunitário e social”(21). No chamado de Deus, o ser humano é solicitado por inteiro, incluída a sua sexualidade, esta que é parte da obra que o Criador viu ser “muito boa” (cf. Gn 1,31). Com isso, está hoje superada a longa herança do dualismo encravado no cristianismo, que separava e até opunha realidades como corpo e espírito, realidades celestes e realidades terrestres, dando origem a uma visão de desprezo do corpo e a uma abordagem negativa da sexualidade.
O Conselho Pontifício para a Família, da Santa Sé (Vaticano), num documento sobre Sexualidade humana: verdade e significado, de dezembro de 1995, afirma taxativamente: “O ser humano é chamado ao amor e ao dom de si na sua unidade corpórea- espiritual”(22). Reiteramos, com isso, que todo dualismo que tende a separar e até a opor a sexualidade do todo do humano, numa impostação negativa, não corresponde à visão semita (bíblica) e, conseqüentemente, também não é cristã. Trata-se antes de uma infiltração grega, de fundo persa-irânico, que causou muito dano à consciência cristã. Nós cristãos e católicos, bebendo da fonte bíblica, só podemos cultivar um ser humano como uno; este só pode ser visto por inteiro, como “tudo aquilo que vive sob forma corporal”(23).
O Concílio Vaticano II, captando a intuição bíblica, fez a seguinte afirmação: Corpo e alma, mas verdadeiramente uno, o homem, em sua própria condição corporal, sintetiza em si os elementos do mundo material, que nele assim atinge sua plenitude e apresenta livremente ao Senhor uma voz de louvor. Não é, portanto, lícito ao homem desprezar a vida corporal, mas, ao contrário, deve estimar e honrar o seu corpo, porque foi criado por Deus e destinado à ressurreição no último dia (24).
Nesta mesma linha, o teólogo da moral Guy Durand assim se expressa: O crente, que deseja ser fiel à fé, deve recusar todo desprezo, toda desvalorização do corpo sexuado. Só pode estar de acordo com uma concepção unitiva do ser humano, onde o corpo esteja intimamente vinculado ao ser, um pouco como o verso e o reverso de uma mesma realidade, ou como a interioridade exteriorizada. Só pode estar satisfeito com uma visão positiva do ser humano, pela qual o corpo, longe de ser uma prisão ou a sede da corrupção, é verdadeiramente significativo do ser (25).
É por inteiro, ou seja, em todas as suas dimensões que a pessoa humana é solicitada a viver a sexualidade. Esta se faz presente “no seu modo de ser, de se manifestar, de se comunicar com os outros, de sentir, de se expressar ou de viver o amor humano”(26). Todo o nosso ser é sexuado; aí estão inscritos os caracteres que nos acompanham rumo à maturidade e em nossa inserção na sociedade. A isso deve prestar atenção a educação.
Na perspectiva cristã, a educação afetivo-sexual deve considerar a totalidade da pessoa e exigir, portanto, a integração dos elementos biológicos, psico-afetivos, sociais e espirituais... Uma verdadeira ‘formação’ não se limita à informação da inteligência; deve dar particular atenção à educação da vontade, dos sentimentos e das emoções. De fato, para encaminhar à maturidade da vida afetivo-sexual é necessário o domínio de si, o qual pressupõe virtudes como o pudor, a temperança, o respeito de si e dos outros, a abertura ao próximo(27).

3.3. A sexualidade é um bem e cresce no amor

A Sagrada Escritura trata da sexualidade com equilíbrio e com um olhar sereno; ela está integrada na vida das pessoas e situada na criação. Trata-se de um dado fundamental do ser humano, homem e mulher. É tranqüila a afirmação, hoje, por parte da Igreja Católica de que “a sexualidade humana é, portanto, um Bem: parte daquele dom criado que Deus viu ser ‘muito bom’, quando criou a pessoa humana à sua imagem e semelhança e ‘homem e mulher os criou’ (Gn 1,27)”(28). A Bíblia aborda a sexualidade em todos os gêneros literários, quer na narrativa e a lei, quer na profecia e a sabedoria e em tantas formas líricas.
Com isso, a Igreja Católica tem claro que a sexualidade humana “é um componente fundamental da personalidade”, bem como “parte integrante da capacidade concreta de amor que Deus inscreveu no homem e na mulher”(29). Assim, ela constitui-se num dom de Deus, numa das maiores riquezas do ser humano. É por meio dela que crescemos como pessoas, como família, como comunidade e como sociedade.
A sexualidade nos reenvia igualmente a algo fundamental no ser humano: o Amor!
A sexualidade nos remete constantemente ao outro, à outra, sendo por isso fator de humanização e de sociabilização. Este caráter relacional, na reciprocidade com o outro, tem no amor e no dom de si os elementos chave para a realização humana. “O amor quer doar, criar o bem, tornar feliz”(30). “O ser humano é chamado ao amor e ao dom de si”(31). Como pessoas de fé, sabemos que a sexualidade enquanto dom encontra sua real fecundidade no amor. Por isso, o posicionamento da Igreja Católica é claro, ao afirmar: A sexualidade deve ser orientada, elevada e integrada pelo amor que é o único a torná-la verdadeiramente humana. Preparada pelo desenvolvimento biológico e psíquico, cresce harmonicamente e realiza-se em sentido pleno somente com a conquista da maturidade afetiva, que se manifesta no amor desinteressado e no total dom de si(32).
Este amor cultiva o bem, quer ver as pessoas felizes, investe numa sociedade justa e fraterna. “O amor é verdadeiro quando cria o bem das pessoas e da sociedade, cria-o e dá-o aos outros”(33). Supera-se, assim, qualquer forma de narcisismo, de individualismo e de indiferença. A sexualidade adquire no amor o ser rosto verdadeiramente humano e humanizante; integra a civilização do amor como caminho natural da Igreja, sendo esta a sua contribuição à sociedade. Vivida assim, a sexualidade aproxima as pessoas, cria comunhão entre elas, constrói o bem, edifica a justiça, cultiva o amor e torna-se inclusive caminho para o próprio Deus. Ela torna visível a imagem e semelhança de Deus em nós.

(*)Continuaremos o artigo.

(*)Prof. Dr. Nilo Agostini.
- Nilo Agostini é frade franciscano (OFM), sacerdote, doutor em Teologia pela Universidade de Ciências Humanas de Strasbourg, França, Professor de Teologia, pesquisador e autor de mais de uma dezena de livros e várias dezenas de artigos em revistas especializadas.

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14 PAULO VI, O valor religioso do Concílio, em B. KLOPPENBURG (org.), Concílio Vaticano II, p. 496.
15 JOÃO PAULO II, Familiaris Consortio, n° 4.
16 IDEM, Carta encíclica Veritatis Splendor, n° 30.
17 Cf. PAULO VI, Encíclica Ecclesiam Suam, n° 67.
18 CONGREGAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO CATÓLICA, A Doutrina Social da Igreja na formação
presbiteral, n° 11, p. 19.
19 JOÃO PAULO II, Carta encíclica Centesimus Annus, n° 53.
20 CONCÍLIO VATICANO II, Constituição Pastoral Gaudium et Spes, n° 1.
21 CONGREGAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO CATÓLICA, op. cit., n° 13, p. 20.
22 CONSELHO PONTIFÍCIO PARA A FAMÍLIA, Sexualidade humana: verdade e significado, n° 10, p. 13
23 Cf. G. DURAND, Sexualidade e Fé, pp. 76-80.
24 CONCÍLIO VATICANO II, Constituição Pastoral Gaudium et Spes, n º 14.
25 DURAND, Guy, op. cit., p. 80.
26 CONGREGAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO CATÓLICA, Orientações educativas sobre o amor humano, n°4.
27 Ibidem, n° 35.
28 CONSELHO PONTIFÍCIO PARA A FAMÍLIA, op. cit., n° 11.
29 Cf. ibidem, n° 10.
30 K. WOJTYLA, Amour et responsabilité, p. 41.
31 CONSELHO PONTIFÍCIO PARA A FAMÍLIA, op. cit., n° 10.
32 CONGREGAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO CATÓLICA, op. cit., n° 6.
33 JOÃO PAULO II, Carta às famílias, n° 14, p. 45.

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