Como seus amores são belos,minha irmã, noiva minha. Seus amores são melhores do que o vinho, e mais fino que os outros aromas é o odor dos teus perfumes. Por isso Eu quero consumir meus dias, no seu amor! ══════ ღೋ♡✿♡ღೋ═══════

Ani Ledodi Vedodi Li


Mais do que qualquer outro motivo, esta é a razão pela qual quero fazer deste blog um caminho para amarmos mais a Deus, por isso seu nome: “Ani Ledodi Vedodi Li”

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Deus o Abençõe !

E que possas crescer com nossas postagens.

É algo louvável esconder o segredo dos Reis; mas há glória em publicar as obras de Deus!

A Igreja não tem pressa, porque ela possui a Eternidade. E se todas as outras instituições morrem nesta Terra, a Santa Igreja continua no Céu.

Não existem nem tempos nem lugares sem escolhas.

E eu sei quanto resisto a escolher-te.

"Quando sacralizamos alguém essa pessoa permanece viva para sempre!"

Sacralize cada instante de tua vida amando o Amado e no Amado os amados de Deus !


Pe.Emílio Carlos

quarta-feira, 9 de junho de 2010

A vocação é um convite, uma proposta à liberdade


“Com Deus existindo, tudo dá esperança: sempre o milagre é possível, o mundo se resolve.
Mas, se não tem Deus, há-de a gente perdidos no vai-vem, e a vida é burra.”
(João Guimarães Rosa, Grande Sertão Veredas, p. 48).


O momento da opção vocacional ou profissional tem se revelado como dotado de uma crescente dificuldade.
A dificuldade do homem contemporâneo de tomar consciência de si mesmo, de posicionar-se diante da realidade e a experiência freqüente de indecisão, são conseqüências de uma mentalidade que, negligenciando a necessidade deste fundamento, não favorece a descoberta de valores, nem um autêntico desenvolvimento humano. Não havendo uma clara hierarquia de valores, a postura assumida diante de situações que exigem soluções imediatas é a de relatividade, sem aprofundamento das razões das escolhas ou atitudes a serem assumidas, levando-se uma vida de superficialidades.
Ao realizar a escolha vocacional ou profissional dentro deste contexto dinâmico e instável é necessário considerar não estritamente a profissão, mas concebê-la dentro de uma dimensão mais ampla e, ao mesmo tempo essencial, que é a da vocação, possibilitando transcender o nível ocupacional inclusive para poder incluí-lo ou transformá-lo.
É necessário que, ao realizar uma opção tão fundamental como a vocacional que, em princípio envolve toda a vida, cada um de nós possa ser convidado a aproximar-se, a perguntar-se sobre o sentido e finalidade de seu existir.
Às questões normalmente colocadas como ‘o que gosto de fazer?’, ‘o que me dá prazer realizar?’, ‘o que sei fazer?’, ‘com qual profissão me darei bem na vida?’, devem ser acrescentadas: ‘a que sou chamado?’, ‘que sentido pode haver no trabalho que desejo realizar?’, ‘qual a finalidade do meu existir?’.
Assim, no processo de orientação vocacional, além das dimensões psico-sociológicas, devem ser igualmente consideradas as dimensões antropológica e filosófica, que são fundamentais para o entendimento da vocação humana.
Considerar uma questão do ponto de vista filosófico significa buscar a verdade sobre ela, exige uma preocupação com o todo e não apenas com sua aplicação, seu uso imediato. Nessa perspectiva, para apreender o que há de essencial acerca da vocação do homem deve-se partir da grande interrogativa sobre o ser do homem, de suas características idiossincráticas. Desta forma, partindo da concepção de pessoa.
A compreensão do que é o homem está vinculada à idéia de pessoa. O conceito de pessoa esteve sempre presente em toda tradição do pensamento ocidental; os pensadores gregos identificaram no ser do homem duas categorias ou dimensões: o corpo e a alma, o espírito e a matéria. É no homem que estas duas dimensões da realidade se acham presentes, constituindo uma unidade indissolúvel.
A pessoa, uma totalidade aberta a outras totalidades, é considerada em toda a tradição judaico-cristã um valor absoluto: a pessoa vale por si. O homem é pessoa, com possibilidades muito precisas de percepção e relacionamento com o real, que podem ser descobertas e utilizadas a partir de um trabalho de humanização.
A pessoa, olhando seu próprio existir, imediatamente reconhece que é criatura, não é capaz de se dar a própria existência. É feita por um Outro, que lhe confere o ser segundo uma certa direção e forma. Ao criar Deus dá o ser às criaturas. Mas as criaturas não são de qualquer maneira; o ser atualiza — torna atual, dá ato, torna real — uma essência, um protótipo ideal pensado, projetado por Deus. Ora, isto significa que o ser dos entes não é caótico e absurdo, mas estruturado, organizado, planejado; poderia ser comparado com um prédio, que é concretização material de uma planta ou projeto arquitetônico. No prédio diferentemente do canteiro de obras, cada tijolo, cada cano, cada fio, tem o seu lugar, e o todo está harmonicamente integrado — ordenado — em função de uma finalidade. Há no homem alguns traços que o impulsionam, uma condição original que o dirige para determinado desenvolvimento que, porém, só será atingido com sua atuação livre e responsável.
A característica própria, distintiva do ser humano é a razão. Por razão entendo o fator distintivo próprio daquele nível da natureza chamado homem, isto é, a capacidade de dar-se conta do real segundo a totalidade dos seus fatores.
Razão é a estrutura interna de compreensão do homem, sua capacidade intelectual de compreensão. Esta forma peculiar de se relacionar e conhecer o real foi chamada pela tradição do pensamento ocidental de capacidade de conhecimento espiritual e é definida como “capacidade de pôr-se em relação com a totalidade das coisas existentes. A essência do espírito não se define tanto pela nota de incorporalidade, mas antes de tudo, pela capacidade de relacionar-se com a totalidade do ser. Espírito significa força de relacionabilidade com a totalidade do ser, tão ampla e compreensiva que o campo de relações que lhe está ordenado transcende essencialmente os limites do mundo circundante. Assim, a possibilidade de relação do homem com a realidade é extremamente ampla e elevada, tornando-o capaz de estar diante da totalidade do real: o ‘mundo’ do espírito é a totalidade do ser.
É no nível espiritual que se encontra uma outra característica distintiva do homem: a busca de sentido. “O homem é um ser que, propriamente e em última instância, se encontra à procura de sentido. Constituído e ordenado para algo que não é simplesmente ele próprio, direciona-se para um sentido a ser realizado (...)”. (Frankl 1990, p. 11). Ao definir o homem como desejo de sentido, Frankl busca superar teorias que concebem o homem como “um ser que reage a estímulos ou obedece a impulsos” (Frankl 1989, p. 23) : além de buscar a satisfação de suas necessidades e seu equilíbrio homeostático, ele tem urgência em encontrar e realizar um sentido. É inerente ao homem o anseio por descobrir um ‘para quê’, uma finalidade última para existência, algo pelo qual valha à pena entregar a vida. A possibilidade de realizar o desejo de sentido, a afirmar um significado último para a existência, está em responder, de forma singular, própria, às situações concretas, cada uma delas única e irrepetível. Uma vida plena de sentido se constrói buscando e encontrando o significado de cada experiência cotidiana.
O ser humano é caracterizado pela capacidade de ir além de si, está dirigido a algo ou alguém diferente de si. Viktor Frankl denominou autotranscendência esta abertura radical do ser humano à realidade. “Ser homem necessariamente implica uma ultrapassagem. Transcender a si próprio é a essência mesma do existir humano.” (1990, p. 11). O homem não se contenta em permanecer fechado em si mesmo, reconhece que lhe corresponde profundamente viver por um ideal, por uma finalidade última.
É na relação com a realidade que o homem descobre suas potencialidades, necessidades e as possibilidades de nela intervir; é no encontro com o real que pode reconhecer a singularidade e unicidade de seu ser. Frankl afirma que a existência humana, a existência pessoal, representa uma forma especial de ser: “ser-pessoa significa um absoluto ser-diferentemente. Com efeito, o essencial e valioso “caráter de algo único” de cada homem não significa senão que ele é precisamente diferente de todos os outros homens”. (Frankl 1989, p. 117). Assim, cada homem é único e irrepetível, tem um modo próprio de existir, um ‘ser-assim’ que lhe permite responder a circunstâncias irrepetíveis, afirmando valores que só ele seria capaz de fazê-lo naquele momento, daquela maneira.
É próprio do homem a capacidade de decidir, de agir e, portanto, de responsabilizar-se. Uma das manifestações da natureza humana é a capacidade de agir com autonomia e responsabilidade, de posicionar-se diante da realidade com autodeterminação. Ser responsável significa assumir decisões e atitudes dentro das circunstâncias concretas da vida, afirmar valores e posicionamentos a partir de critérios que são identificados pela consciência. O ser humano é responsável porque é livre, porque é um ser que decide, escolhe como proceder em sua existência. A liberdade é a capacidade do homem de conduzir-se a si mesmo, de estabelecer, orientado pela consciência, os critérios que nortearão seus atos e escolhas, de decidir-se pelo bem. Para exercer essas potencialidades especificamente humanas como a responsabilidade e a liberdade, é preciso um processo educativo “no qual a pessoa possa desenvolver sua inteligência para descobrir o bem e sua vontade para realizá-lo”.
O conceito vocação tem sido entendido de forma redutiva, na maioria das vezes identificado com o sentido profissional ou muito próximo a ele.
Vocações parciais são aquelas que se referem a alguns aspectos ou facetas da personalidade, comuns a várias pessoas, portanto, genéricas. Seriam formas secundárias de vocação.
A vocação no sentido mais profundo e radical envolve a pessoa em sua totalidade e singularidade: “a vocação concreta é única, rigorosamente pessoal; é a vocação em que cada um consiste mais propriamente, e coincide com o eu de cada um.
A vocação é um convite, uma proposta à liberdade e responsabilidade do homem, à qual ele pode aderir ou não, mas não lhe compete fabricá-la ou modificá-la. É um chamado que vem de encontro ao homem, a ele cabe apenas atender ou não.
A vocação também não é escolhida, porém não seria correto dizer que me encontro com ela; antes ela me encontra, me chama, e correlativamente a descubro; não me é imposta, e sim apresentada, e embora não esteja em minhas mãos ter ou não ter essa vocação, permaneço frente a ela com uma essencial liberdade: posso segui-la ou não, ser fiel ou infiel a ela.

Tampouco as circunstâncias da vida de uma pessoa podem ser escolhidas. Não são decisões suas o lugar ou época em que nasceu, sua família, características físicas, etc... Estas circunstâncias são impostas e é a partir delas que sua vida será configurada; porém, a escolha ou decisão humana incide no modo, no ‘como’ vai construir sua história, na maneira particular, pessoal de se relacionar com o que lhe foi dado. O que se escolhe na vida é algo diferente: não o que se é, e sim quem se vai ser. Há que se precisar um pouco mais: não escolho quem tenho que ser (isto vem definido pela vocação, frente a qual, repito, sou livre porém à custa da inautenticidade, se a uso para afastar-me dela) e sim quem e de que maneira vou ser; em outras palavras, qual vai ser a trajetória efetiva de minha vida, na medida em que permite a circunstância.
Assim, a trajetória é expressão da liberdade da pessoa, é a realização de um caminho pessoal construído a partir da vocação proposta e da circunstância imposta.
A descoberta da vocação antropológica, do chamado a ser si mesmo e a sua realização, através das trajetórias biográficas, esclarece e dá sentido às vocações específicas, como as profissionais, dando-lhes um caráter único e insubstituível. A vocação profissional — que supõe a escolha de uma carreira profissional, bem como seu cumprimento — deve estar subordinada, então, a afirmação de quem a pessoa é e deseja ser: é este ‘alguém’ que dá consistência e significado para o que vai ser realizado.
A busca da realização, a aspiração à felicidade é próprio da pessoa, dos seres espirituais, é um ‘querer’ dado pela natureza afirma-se que queremos a felicidade, por natureza. Nós, isto é, todos os seres espirituais. Somente uma pessoa, um alguém, pode ser feliz ou infeliz. São Tomás não se cansa de exprimir sempre em novas formulações este pensamento: ‘O homem quer a felicidade por natureza e por necessidade’ (I, 94, 1)
O desejo de felicidade é, então, um querer natural, próprio da natureza humana, que a constituiu segundo esta direção e forma. Esta vontade natural de felicidade age como uma força de gravidade, sobre a qual o homem não tem nenhum poder, mas para a qual tende inexoravelmente, irresistivelmente. O homem está instalado na felicidade, e o fato de uma experiência feliz não perdurar para sempre é algo que o afeta exteriormente, mas não em sua condição interna que pede perduração. Ser feliz é pretender continuar sendo feliz. Portanto, a felicidade está vinculada à autenticidade da vida humana, à possibilidade de relacionar e integrar cada aspecto parcial com um ponto unitário, na busca da realização total, da plenitude do viver humano.

Pe.Emílio Carlos Mancini+
O irmão menor.
Grãozinho de areia

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