Como seus amores são belos,minha irmã, noiva minha. Seus amores são melhores do que o vinho, e mais fino que os outros aromas é o odor dos teus perfumes. Por isso Eu quero consumir meus dias, no seu amor! ══════ ღೋ♡✿♡ღೋ═══════

Ani Ledodi Vedodi Li


Mais do que qualquer outro motivo, esta é a razão pela qual quero fazer deste blog um caminho para amarmos mais a Deus, por isso seu nome: “Ani Ledodi Vedodi Li”

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Deus o Abençõe !

E que possas crescer com nossas postagens.

É algo louvável esconder o segredo dos Reis; mas há glória em publicar as obras de Deus!

A Igreja não tem pressa, porque ela possui a Eternidade. E se todas as outras instituições morrem nesta Terra, a Santa Igreja continua no Céu.

Não existem nem tempos nem lugares sem escolhas.

E eu sei quanto resisto a escolher-te.

"Quando sacralizamos alguém essa pessoa permanece viva para sempre!"

Sacralize cada instante de tua vida amando o Amado e no Amado os amados de Deus !


Pe.Emílio Carlos

segunda-feira, 28 de junho de 2010

A Vida Contemplativa III



Nesta terceira parte de nossa exposição sobre a vida contemplativa quero apresentar agora elementos para uma vida contemplativa, claro que isso não significa algo pronto e decisivo é um esboço do que penso:
1. É uma intuição que em seu nível inferior transcende os sentidos. No visível superior, transcende o próprio intelecto. Por isso penso que as almas contemplativas serão sempre incompreendidas.
2. Daí ser ela caracterizada por uma espécie de luz nas trevas, de conhecimento no desconhecimento.
3. Nesse contato com Deus, na obscuridade, deve haver certa atividade amorosa, de ambas as partes. Do lado da alma, deve haver desapego das coisas sensíveis, libertação do espírito de todo ser criado, da imaginação, de todo forte apego emocional e apaixonado às realidades sensíveis.
O “pensamento apaixonado” deturpa a visão intelectual, impedindo que se vejam as coisas como são. Mas devemos ir além da inteligência, não nos apegando sequer a “pensamentos simples”.
Todo pensamento, não importando seu grau de pureza, é ultrapassado na contemplação.
O contemplativo – ou a vida contemplativa deve então estar alerta para desligar-se de qualquer apego sensível ou mesmo espiritual.
São João da Cruz nosso baluarte nos ensinará que o contemplativo deve afastar-se mesmo de visões aparentemente sobrenaturais de Deus e de seus santos, de modo a permanecer nas trevas do “desconhecimento.”
Em qualquer caso, a contemplação pressupõe um esforço generoso e total de renúncia ascética de si mesmo.
A contemplação é uma Obra de amor, e o contemplativo prova que ama deixando todas as coisas, mesmo as mais espirituais, para ir a Deus no nada, no desprendimento e na “noite escura”, Deus só. Não é este o nosso Carisma a ser proclamado e vivenciado ,como é este o Carisma dos anjos . Assim todo desejo é desejo de Deus.
Mas o fator decisivo na contemplação é a livre e imprevisível ação de Deus. Só Ele pode dar o dom da graça mística e de alma contemplativa e fazer-se conhecer pelo contato secreto e inefável que revela Sua presença nas profundezas da alma.
O que importa é o amor de Deus pela alma e não o amor da alma por Deus.
O homem conhece a Deus ao tornar-se um com Ele.
Quem ama a Deus compreende que a maior alegria, a perfeita beatitude, é amar a Deus por aquilo que Deus É, e renunciar a todas as coisas por causa Dele exclusivamente ou exclusivamente por causa do amor, porque Deus é amor.
A vida contemplativa é uma experiência do fato de Deus ser amor infinito e de ter-se dado inteiramente a nós,e de que, doravante, só o amor importa.
O próprio ato de amar é o maior prêmio do amor ( S. Bernando)
Um amor puro e desinteressado pelo Deus que é fonte de todo amor só pode ser a alegria mais pura e a mais perfeita e o maior de todos os prêmios.
A experiência da oração e vida contemplativa e os sucessivos estados de contemplação que se atravessam são todos modificados pelo fato de estar a alma passiva total ou parcialmente sob a direção de Deus.
Assim cheios de Deus e em Deus os nossos consagrados participam da “alegre festa da convivência – da vida fraterna”, transbordamento do meu estar e ser em Deus.
Reconhece que tal festa de Deus é uma pregustação da festa Eterna em Deus e assim deve ser o nosso amor a Deus e a nossa vida consagrada na fraternidade, conseguir portanto de algum modo, antecipar e prefigurar a festa de Deus, festa no céu. Monges peregrinos ou ambulantes, antecipando o dia glórioso da visão Eterna.
O nosso ser chamado a “vida ativa” que sabemos como tal classificação serve para interpretações ambíguas e redutivas não se isola de uma vida contemplativa, mas tanto uma como outra se ajustam, pois não são duas vidas - Contemplativa ou Ativa ou Ativa e contemplativa. Contemplativa ou Ativa se sustentam e uma é prolongamento da outra , pois a oração sustenta a ação e a ação exige a oração para manter-se,está aqui a essência do testemunho da vida de consagrados, no aparente e às vezes artificial esplendor das luzes da festa, percebem o fascínio de uma outra luz que brilha misteriosa nas trevas e ilumina a noite mais escura, e se sentem chamados a ser sinal dessa luz, que é luz verdadeira que ilumina todo homem (Jo 1,9), chamado a acendê-la e a reconhecê-la no coração dos homens, para que as luzes e cores da festa terrena não ceguem os olhos feitos para ver a Deus.
É essa a substância e a originalidade do testemunho de nossa vida comunitária e fraterna de oração, contemplação e ação que passa através de uma partilha. Não somente a partilha das coisas mas da vida.
Assim nosso estilo de vida Contemplativo e Ativo consiste numa nova e específica expressão de fraternidade, que se manifesta agora no respeito e na acolhida dos desejos do homem, na compreensão profunda deles, que nasce, na última análise da consciência e da experiência da própria humanidade; compreensão que permite captar e mostrar a natureza apenas preliminar e provisória desses desejos, como algo que precede uma outra coisa que virá e que é maior, muito maior, como sinal ainda tênue e opaco de uma realidade futura luminosíssima, como saciedade de um desejo terreno que é somente uma pregustação da festa de Deus que virá para saciar todo desejo humano e na verdade todo desejo mesmo de Deus para o homem.
Um relacionamento que se inspira na gratuidade, profundas afinidades, não só pelos laços sanguíneos, mas pelos laços do Espírito, permitem caminhar para uma dimensão maior, na convicção de que o seu único e verdadeiro desejo é aquele de ver a Deus e que todo desejo, inclusive o mais terreno ou aquele que depois toma outra direção, pode se tornar caminho que leva a Deus, mesmo quando o próprio homem não está consciente deles.
Não existem desejos demasiadamente pequenos ou menos nobres para Deus. Assim todo desejo humano é desejo de Deus. De fato, aquilo que o homem deseja pode ser saciado de modo pleno e definitivo somente por aquele Deus que é a fonte e o destino, a pátria e o seio do desejo humano.
Do mesmo modo, porém, devemos dizer se todo consagrado , toda vida consagrada a Deus é hoje também chamado a viver a fraternidade espiritual com o homem desta nossa sociedade, então todo consagrado deveria ter aprendido a reconhecer os desejos do homem, em sua natureza misteriosa e um tanto ambivalente ao estar ao lado do irmão para incentivá-lo em direção aos desejos de Deus; deveríamos estar especializados nessa participação – partilha tipicamente fraterna de alguns momentos significativos da vida humana, não somente da festa, mas também do luto, dos momentos que celebram o amor e daqueles que celebram a dor, das situações de ansiedade e onde mais forte é a tentação do desespero, nos lugares onde Deus aparece ausente ou onde o homem se sente esquecido por Ele.
Em resumo, lá onde o ser humano aspira algo e espera alguém, devemos apontar Deus.
Pois como sabemos o homem é um ser que jamais poderá ser saciado por si mesmo, com suas ações, nem dar para si mesmo a sua plenitude desejada, porque não pode senão receber de outro a vida, a alegria, o amor para o qual é feito – somos de Deus.
O problema é que o homem de hoje parece atrofiado em sua procura, não se propõe a ir mais longe, é inerte, passivo, conformado, às vezes superficial e banal em se contentar com tão pouco; incapaz de viver a benéfica inquietação, a incansável luta da busca, que é a primeira e indispensável condição na procura de Deus.
Assim encontramos pessoas que programam o seu futuro simplesmente deduzindo-o do presente, com base naquilo que são ou naquilo que ouvem ou naquilo que são capazes e seguras de fazer, sem mais nenhum espaço para o mistério, para a busca de uma novidade de ser, para a disponibilidade de “ser mais”, em correr o risco de fazer algo de inédito e grande.
Assim vemos multidões de homens do nosso tempo que não sentem mais necessidade alguma de procurar, nem qualquer saudade da verdade e, conseqüentemente, não podem viver senão uma vida inerte, cinzenta e superficial.
Um ponto que se é preciso frisar é que o dom da fraternidade como tradução da espiritualidade e de nossa vida com Deus na contemplação , que será um transbordamento de Deus, evidentemente não se improvisa nem acontece automaticamente ou de forma a se pautar em esquemas de formação ou horário estipulado em nossos planejamentos de vida comunitária.
Todos os tratados sobre vida fraterna e comunitária podem se reduzir em conversa fiada se os membros de qualquer Instituto ou Sociedade de vida cristã não se convencerem de que o primeiro apostolado é produzir fraternidade, vida de comunhão e que a base de qualquer apostolado é essa capacidade de produzir fraternidade – Comunhão – Koinonia – Vida compartilhada a partir de minha abertura e doação.
Não difunde fraternidade quem não sabe ser irmão dos irmãos que o Senhor colocou ao seu lado.
Não poderemos esquecer jamais que somos chamados a ser estes monges que peregrinam, que transeuntes no mundo levamos Deus, somente Deus em tudo e sempre.
O modelo da fraternidade pode ser participado a outros somente através de contato direto e experiência imediata por parte de quem demonstra que é possível viver nos relacionamentos habituais e cotidianos uma relação humana intensa, mas que não provém da carne nem do sangue ( Cfr. Jo 1,13).
“A primeira tarefa da nossa vida consagrada é tornar visíveis as maravilhas que Deus realiza na frágil humanidade das pessoas chamadas.” ( Cfr. VC 20)
Que a nossa vida comunitária consiga mostrar Deus a si mesma e ao mundo eis nossa grande tarefa.
É claro que isto não é algo que se improvisa, não é algo que se faz por informações ou formações, mas é sobretudo uma aprendizagem experiêncial, fruto de uma conversão, uma metanóia contínua. Que acontece dentro da própria comunidade, como lugar no qual se aprende a comunicação entre irmãos, a se querer bem porque se conhecem, e na qual se constrói comunhão exatamente a partir da partilha de vida, daquilo que é vital e central na vida de uma família consagrada, como bens espirituais e materiais que são partilhados. É bom lembrar que ninguém pode improvisar “fora” aquilo que não aprender a fazer “dentro”. Não pode haver fraternidade onde não há comunicação. O próprio testemunho de fraternidade é um evento comunicativo e pascal, pois é preciso mortes e ressurreições, é transmissão de valores, palavras, sentimentos, afetos, primeiramente dentro da comunidade, dentro da vida que se vive e se celebra o dom do Carisma fundacional e depois, fora dela.
Assim nossa Comunidade com o Dom, com o Carisma recebido, nossa Espiritualidade com nosso estilo de vida contemplativo e apostólico onde um é o complemento do outro deve buscar o equilíbrio.
O Apostolado deverá ser decorrência da contemplação. O que foi Contemplação agora é ação. E a ação exigirá o ir para Contemplação onde iremos nos abastecer para levar: Deus nosso Tudo.
O Apóstolo Alpha e Ômega é antes de tudo um homem unido a Deus, e desta união é que resultam a luz e a vida que levarão Deus, somente Deus em tudo e sempre, às pessoas.
Nosso baluarte São João da Cruz vê na pregação um exercício mais espiritual que vocal porque sua força e eficácia advém do espírito interior.
O grande acerto da Santa Reformadora, Teresa D’Àvila, não conhecido até então praticamente, é que ela quis fazer de suas monjas “orantes – apostólicas”. Exigir Carmelos reformados para que ali se orasse pelos pregadores e defensores da Igreja (Cam 1,1). Nada de oração egoísta.
Tinha uma finalidade mais clara, no entanto, para os seus filhos: queria-os grandes contemplativos, mas também grandes apóstolos que realizassem o que elas, por serem mulheres, não poderiam fazer.
Por sua parte, São João da Cruz, tão grande contemplativo, chegou a fazer suas as palavras do Pseudo-Dionísio: “ Entre todas as coisas, a mais divina é cooperar para a saúde das almas”.
Assim conclamo todos os nossos a que sejamos profundo homens de contemplação, monges peregrinos, para que sejamos eficazes homens no Apostolado.
É isso que agora rezo e suplico ao bom Deus , seja eu um verdadeiro Teoforo=portador de Deus.
Que nosso Apostolado seja o resultado do Deus contemplado e assim todo desejo seja desejo de Deus.
Recordo-me com ardor inicial dos nossos cinco primeiros da Comunidade de Vida que a cinco horas da manhã levantávamos para oração das Laudes e o Louvor matinal, para depois sairmos para o trabalho! Onde estamos agora? Onde está o ardor e o fervor primeiro. Onde estão os cinco primeiros?
E os nossos dez primeiros da Aliança? Quantas “loucuras de amor” no início para estarmos juntos para orar e partilhar a vida? Para onde foi este ardor e fogo abrasador das primeiras horas?
Todo desejo é desejo de Deus, quando as almas estão abrasadas pelo verdadeiro amor e assim uma vez possuídas, por nada se deixam presas ou dominadas.
Penso que somente assim é que estaremos sendo e fazendo a nossa parte, dentro da Graça fundacional que nos foi dada por Deus.
Somente assim nosso Carisma será sempre atual, pois o mundo sempre estará necessitado, ou melhor todo o homem estará necessitado de Deus e só em Deus sua realização e sua plenitude, sempre será tempo e momento de se anunciar com a vida: Deus, somente Deus, em tudo e sempre!
Alpha e Ômega.
Jesus Cristo, ontem, hoje e sempre.
Ao Rei dos séculos imortal e invisível Honra e Glória pelos séculos dos séculos. Amém.
Pe.Emílio Carlos Mancini+
o grãozinho de areia.

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