† NADA DE DESÂNIMO, MAS, CONVERSÃO! Tratar da questão da hipocrisia é sempre desafiante, porém necessário. Afinal, todos nós, os cristãos, somos sujeitos ao engano profundo, à infelicidade de falar bonito e não viver nada. Talvez alguns de nós já tenhamos provado das consequências desta areia movediça. Agarrados por ela agimos como se estivéssemos em terra fixa, mas estamos mesmo é afundando, porque a aparência na vida cristã é uma morte lenta, mas certa.
O “legalismo farisaico”, denunciado por Jesus, apresenta-se a nós sempre como uma tentação. É fato que este legalismo mostra aos outros a fé, no seu desenrolar vivencial, de modo a ser vista como fardo, algo impossível. Bem sabemos que por trás de cobranças e imposições de verdades morais aos outros, não ajudando na reflexão e na conquista para a fé, para o seguimento a Jesus Cristo, pode exatamente não existir em nós a vivência e o testemunho daquilo que cremos e ensinamos. Quem está isento desta areia movediça?
Não somente o profeta Malaquias quando se dirigia aos sacerdotes, mas, principalmente Jesus “pega pesado” em denunciar a hipocrisia dos fariseus. E, é claro, o Evangelho é para nós, é para mim e para ti no hoje da história. Absolutamente ninguém que se diga cristão está isento de cuidar que cada dia a vida se aproxime do que se professa. A responsabilidade redobra quando nós, os anunciadores, passamos a gostar da areia movediça: “Quem anuncia o Evangelho não tem o direito de desmenti-lo por uma vivência falsa”.
O Evangelho nos exorta a uma vida digna, que é um processo de conversão, de aproximação de Jesus pela oração, pela vida sacramental, pela capacidade de novas escolhas, escolhas que edifiquem os outros e não seja para eles “pedra de tropeço”. Não obstante nossas fraquezas, a santidade de vida é possível porque ela se chama coerência entre o creio e o que vivo, e isto se faz caminhando, decididamente por escolher voltar sempre para a terra sólida da graça de Deus. A vida cristã é bonita e possível, vocação para todos os chamados. Nada de desânimo, mas conversão, como assim nos anima a oração do Salmista: “Confia no Senhor, ó Israel, desde a gora e por toda a eternidade!” (Sl 130).
Antonio Marcos |
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