†
Deus à procura da ovelha perdida
Evangelho: Mateus (Mt 18, 12-14)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 12"Que vos parece? Se um homem tem cem ovelhas, e uma delas se perde, não deixa ele as noventa e nove nas montanhas, para procurar aquela que se perdeu? 13Em verdade vos digo, se ele a encontrar, ficará mais feliz com ela, do que com as noventa e nove que não se perderam. 14Do mesmo modo, o Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequeninos”. Palavra da Salvação
Leituras paralelas: Lc 15, 4-7
Comentando
Abra o seu coração de deixe Ele encontrá-lo
Este texto é visto na segunda semana do Advento e na terça-feira, 19ª semana do tempo comum. A ovelha perdida é símbolo das pessoas que Jesus vem procurar e salvar. São os chamados pequeninos na fé (fracos, pobres e humildes). O profeta Ezequiel já dizia: “eu não sinto prazer na morte de ninguém que morre” (Ez 18,32). A ovelha perdida representava os membros da comunidade com risco de se perderem pela falta de amor e de justiça entre os grandes em relação às pessoas menos importantes. Horrorizados com tantos escândalos e falta de justiça, os pequeninos desistem e vão embora. Jesus deixa a comunidade representada por noventa e nove ovelhas e parte na busca daquela que se perdeu (10%). Ele fica mais alegre ao encontrá-la do que com as noventa e nove, que não foram perdidas. Eis que a vontade do Pai é essa: mandar o seu Filho ao mundo para salvar aos que se perderam na vida aqui em nosso meio.
E hoje, quem está perdido: os outros, nós mesmos? Vejamos esta realidade presente:
· Muitos se perdem pelas drogas líticas e ilícitas por pura fraqueza, por falta de base familiar, por falta de emprego, por tantas outras fraquezas latentes;
· Outros se perdem por falta de diálogo, de amor ao próximo. Buscamos a piedade de Deus, mas não somos piedosos com o outro; guardamos mágoas, temos dificuldades em perdoar;
· Há um vazio de Deus no coração das pessoas. Muitos perdem o sentido da vida e Deus só é buscado nas dores, nos sofrimentos;
· Os pequeninos não são apenas os pobres e humildes, se referirmos à periferia, por exemplo. Eles estão nas mansões, nas grandes rodadas sociais, nos círculos acadêmicos, no mundo empresarial e competitivo. Às vezes vivemos apenas de fachada, de aparências, sepulcros caiados. Para usarmos uma expressão brasileira da época: “a ficha não caiu” para muitos ainda, estão perdidos e não sabiam;
· Os grandes escândalos, os crimes mais horríveis, as grandes injustiças sociais, a grande concentração de renda encima de poucos, tudo parece convergir para que um mundo de perdidos surja cada vez mais.
Só a justiça de Deus pode nos fazer enxergar as coisas. O advento nos convida a sairmos dos 10% e voltarmos para a comunidade do Salvador, que veio a mais de dois mil anos atrás e sempre está para vir na sua “data natalícia” para nos salvar. Para sairmos do time dos perdidos precisamos fazer a nossa parte, na busca incessante por Jesus como nosso porto seguro. Abramos o nosso coração e deixemos que Ele nos encontre, caso estejamos fora do caminho da santificação, pois Deus quer que sejamos santos assim como Ambrosio entre tantos!
A†Ω
Para enxergar basta abrir os olhos, mas para ver é preciso fechá-los.
(Frei Anselmo Fracasso)
Nenhum comentário:
Postar um comentário