AVE, CHEIA DE GRAÇA! O SENHOR ESTÁ CONTIGO! |
A Anunciação do anjo à Maria marca o início da Redenção humana. Com seu “sim”, Maria divide a história da humanidade em antes e depois, em velho e novo. Ao aceitar o projeto de Deus, Maria se insere definitivamente na aliança de Deus com seu povo: através dela o Filho de Deus se fará homem e se fará presente e atuante em seu tempo e por toda a eternidade.
Com sua atitude, Maria torna-se co-redentora, participando do resgate da humanidade em direção ao coração de Deus.
Através de Maria Deus se fará homem e na vida terrena experimentará o limite da condição humana para revelar-Se Pai amoroso, Filho amado, Espírito amante.
Com o mês dedicado a Virgem, a Nossa Senhora, a Igreja quer celebrar esse momento único em que Cristo começa a ser gerado no ventre de Maria.
A jovem, que questiona o anjo por não entender como tal coisa poderia acontecer já que não conhecia homem, consegue perceber nas palavras do mensageiro a certeza de Deus e Sua verdade. Assim, abre seu coração e seu corpo ao extraordinário, àquilo que assombrará a humanidade por gerações: ser corpo virgem gerará uma vida – mistério insondável de Deus, revelação suprema de Seu poder em tornar possível o impossível aos olhos humanos.
Possamos com essa festa nos abrir ao extraordinário, aceitar com gratidão o projeto de Deus sabendo-nos partícipes da construção de um novo estado de coisas e, sobretudo, testemunhar que desde aquele dia comum, na pequena cidade de Nazaré da Galiléia, o próprio Deus está presente no meio da humanidade.
As referências dos Evangelhos e do Atos dos Apóstolos a Maria, Mãe de Jesus, apesar de poucas, deixam ver muito desta privilegiada criatura, escolhida para tão alta missão. São Paulo, na Carta aos Gálatas (4,4), dá a entender claramente que, no pensamento divino de nos enviar o seu Filho, quando os tempos estivessem maduros, uma Mulher era predestinada a no-Lo dar. Para que se compreenda a presença de Maria nesta predestinação divina, a Igreja, na festa de 8 de dezembro, aplica à Mãe de Deus, aquilo que o livro dos Provérbios (8, 22) diz da sabedoria eterna: “os abismos não existiam e eu já tinha sido concebida. Nem fontes das águas haviam brotado nem as montanhas se tinham solidificado e eu já fora gerada. Quando se firmavam os céus e se traçava a abóboda por sobre os abismos, lá eu estava junto dele e era seu encanto todos os dias”. Era pois a predestinada nos planos divinos.
O terceiro traço de Maria-Mãe é sua corajosa atitude diante do sofrimento. Ao apresentar o seu Jesus no templo, ouve a assustadora profecia do velho Simeão: “uma espada de dor transpassará a tua alma”. Pouco mais tarde, estreitando ao peito o Menino Jesus, deve fugir para o Egito com o esposo, para que a crueldade de Herodes não atingisse a Criança que – pensava ele, Herodes – lhe poderia roubar o trono. Quando seu filho tem doze anos, desencontra-se dele e, ao achá-lo após três dias, queixa-se amorosamente: “por que fizeste isto? Eu e teu pai te procurávamos, aflitos”. Sua coragem se confirma na paixão e crucifixão de Jesus. De pé, ali no Calvário, sofre e associa-se ao sacrifício do redentor. É a mulher forte, a mãe corajosa e firme, a quem a dor não derruba. De fato, a espada de Simeão lhe atravessara a alma e o coração. É a Senhora das Dores.
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