19º Domingo do Tempo Comum - Ano C
Vivam na fé, esperando a concretização dos dons
futuros que Deus vos reserva.
A Palavra de Deus que a liturgia
de hoje nos propõe convida-nos à vigilância: o verdadeiro discípulo não
vive de braços cruzados, numa existência de comodismo e resignação, mas está
sempre atento e disponível para acolher o Senhor, para escutar os seus apelos e
para construir o “Reino”.
A primeira leitura apresenta-nos
as palavras de um “sábio” anônimo, para quem só a atenção aos valores
de Deus gera vida e felicidade. A comunidade israelita – confrontada com um
mundo pagão e imoral, que questiona os valores sobre os quais se constrói a
comunidade do Povo de Deus – deve, portanto, ser uma comunidade “vigilante”,
que consegue discernir entre os valores efêmeros e os valores duradouros.
A segunda leitura apresenta
Abraão e Sara, modelos de fé para os crentes de todas as épocas.
Atentos aos apelos de Deus, empenhados em responder aos seus desafios,
conseguiram descobrir os bens futuros nas limitações e na caducidade da vida
presente. É essa atitude que o autor da Carta aos Hebreus recomenda aos
crentes, em geral.
O Evangelho apresenta uma
catequese sobre a vigilância. Propõe aos discípulos de todas as épocas
uma atitude de espera serena e atenta do Senhor, que vem ao nosso encontro para
nos libertar e para nos inserir numa dinâmica de comunhão com Deus. O
verdadeiro discípulo é aquele que está sempre preparado para acolher os dons de
Deus, para responder aos seus apelos e para se empenhar na construção do
“Reino”.
LEITURA I – Sab 18,6-9
O “Livro da Sabedoria” é uma obra
de um autor anônimo, redigida na primeira metade do séc. I a.C., provavelmente
em Alexandria – um dos centros culturais mais importantes da Diáspora judaica.
Dirigindo-se aos judeus (que vivem mergulhados num ambiente de idolatria e de
imoralidade), o autor faz o elogio da “sabedoria” israelita, a fim de animar os
israelitas fiéis e fazer voltar ao bom caminho os que tinham abandonado os
valores da fé judaica; dirigindo-se aos pagãos, o autor (que se exprime em
termos e concepções do mundo helênico, para que a sua mensagem chegue a todos)
apresenta-lhes a superioridade da cultura e da religião israelitas,
ridicularizando os ídolos e convidando, implicitamente, à adesão a essa fé mais
pura que é a fé judaica.
O texto que nos é proposto
pertence à terceira parte do livro (Sab 10,1-19,22). Aí, recorrendo a fatos
concretos e a exemplos de figuras tiradas da história, o autor exalta as
maravilhas operadas pela “sabedoria” na história do Povo de Deus. Nos últimos
capítulos desta terceira parte (Sab 16-19), passando do geral ao particular, o autor
mostra como a própria natureza divinizada pelos ímpios se volta contra eles,
enquanto que essa mesma natureza se torna salvação para o Povo de Deus… O
cenário desta reflexão é a comparação entre o que um dia (na altura do Êxodo)
aconteceu aos egípcios e o que, em contrapartida, aconteceu ao Povo de Deus: as
pragas de animais castigaram os egípcios, mas as codornizes foram alimento para
os israelitas (cf. Sab 16,1-4); as moscas e gafanhotos atormentaram os
egípcios, mas a serpente de bronze erguida por Moisés no deserto salvou o Povo
de perecer (cf. Sab 16,5-15); as chuvas e a saraiva destruíram as culturas
egípcias, mas o maná alimentou o Povo de Deus (cf. Sab 16,15-29); as trevas
cegaram os egípcios que perseguiam os israelitas, mas a coluna de fogo iluminou
a caminhada do Povo de Deus para a liberdade (cf. Sab 17,1-18,4); os primogênitos
dos egípcios foram mortos, mas Deus salvou a vida do seu Povo (cf. Sab
18,5-25)…
O nosso texto refere-se, em
concreto, à noite em que foram mortos os primogênitos dos egípcios, à noite do
êxodo (cf. Ex 12,29-30). O autor interpreta essa noite (cf. Sab 18,5) como a
“resposta de Deus” ao decreto do faraó que ordenava a matança das crianças
hebreias do sexo masculino (cf. Ex 1,22). Para os egípcios, foi uma noite
trágica, de ruína, de pesadelo, de destruição, de morte e de luto; para os
judeus, foi uma noite de salvação, de glória e de louvor do Deus libertador. Na
perspectiva do autor deste texto, Deus não só esteve na origem da libertação
mas, através de Moisés, fez saber com antecedência aos hebreus os
acontecimentos da noite pascal (cf. Ex 12,21-28), a fim de que eles ganhassem
ânimo. Tudo isto foi entendido pelo Povo como ação de Deus.
Confrontado com a atuação de Deus
em favor do seu Povo, Israel encontrou forma de responder a Jahwéh e de Lhe
manifestar o seu louvor e agradecimento: os sacrifícios (aqui faz-se alusão ao
sacrifício do cordeiro pascal, entendido como celebração da libertação operada
por Deus), a solidariedade (o autor faz remontar a este momento do Êxodo as
leis sobre a participação de todas as tribos na conquista – cf. Nm 32,16-24 – e
sobre a partilha igual dos despojos – cf. Nm 31,27; Jos 22,8), o cântico de
hinos (alusão ao Hallel – Sal 113-118 – cantados todos os anos durante a ceia
pascal) definem a resposta do Povo à ação de Deus.
A conclusão é óbvia: enquanto que
os egípcios – que divinizavam a natureza e que corriam atrás dos deuses falsos
– se deixaram conduzir por esquemas de opressão e de injustiça e receberam de
Jahwéh o justo castigo, os israelitas – fiéis a Jahwéh e à Lei, que sempre
louvaram Deus e Lhe agradeceram seus dons e benefícios – viram Deus a atuar em
seu favor e encontraram a liberdade e a paz.
ATUALIZAÇÃO
Considerar os seguintes
desenvolvimentos:
• A leitura chama a atenção para
a diferença que há entre o viver de acordo com os valores da fé e o viver de
acordo com propostas quiméricas de felicidade e de bem-estar… O “sábio” que nos
fala na primeira leitura assegura que só a fidelidade aos caminhos de Deus gera
vida e libertação; e que a cedência aos deuses do egoísmo e da injustiça gera
sofrimento e morte. Hoje, como ontem, nem sempre parece fazer sentido trilhar o
caminho do bem, da verdade, do amor, do dom da vida… Na realidade, onde é que
está o caminho da verdadeira felicidade? Na cedência ao mais fácil, à moda, ao
“politicamente correto”, ou na fidelidade aos valores duradouros, aos valores
do Evangelho, ao projeto de Jesus? Como é que eu me situo face às pressões que,
todos os dias, a opinião pública ou a moda me impõem?
• O tema da liturgia deste
domingo gira à volta da “vigilância”. Não se trata de estar sempre com “a
alminha em paz”, “na graça de Deus” para que a morte não me surpreenda e eu não
seja atirado, sem querer, para o inferno; trata-se de eu saber o que quero, de
ter ideias claras quanto ao sentido da minha vida e de, em cada instante, atuar
em conformidade. É esta “vigilância” serena, de quem sabe o que quer e está
atento ao caminho que percorre, que me é pedida. É esse o caminho que eu tenho
vindo a percorrer? A minha vida tem sido uma busca atenta do que Deus quer de
mim?
• O autor do “Livro da Sabedoria”
descreve a resposta do Povo à ação libertadora de Deus como celebração,
solidariedade, louvor e ação de graças. Diante do Deus libertador, que todos os
dias intervém na minha vida e que me aponta caminhos de vida plena e de
felicidade, sinto também a vontade de celebrar, de amar, de comungar, de
louvar, como resposta ao amor de Deus?
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 32
(33)
Refrão: Feliz o povo que o Senhor
escolheu para sua herança.
Justos, aclamai o Senhor,
os corações retos devem
louvá-l’O.
Feliz a nação que tem o Senhor
por seu Deus,
o povo que Ele escolheu para sua
herança.
Os olhos do Senhor estão voltados
para os que O temem,
para os que esperam na sua
bondade,
para libertar da morte as suas
almas
e os alimentar no tempo da fome.
A nossa alma espera o Senhor,
Ele é o nosso amparo e protetor.
Venha sobre nós a vossa bondade,
porque em Vós esperamos, Senhor.
LEITURA II – Heb 11,1-2.8-19
A Carta aos Hebreus é um texto anônimo,
escrito nos anos que antecederam a destruição do Templo de Jerusalém (ano 70).
Destina-se a comunidades cristãs (de origem judaica?) em que a generosidade dos
inícios dera lugar ao cansaço, ao tédio, ao desinteresse e que, por causa das
perseguições e da hostilidade dos não crentes, estavam expostas ao desalento e
ao retrocesso na sua caminhada cristã. Neste contexto, o autor pretende
apresentar aos crentes um estímulo, no sentido de aprofundar a vocação cristã,
até à identificação total com Cristo.
A carta apresenta – recorrendo à
linguagem da teologia judaica – o mistério de Cristo, o sacerdote por
excelência – através de quem os homens têm acesso livre a Deus e são inseridos
na comunhão real e definitiva com Deus. O autor aproveita, na sequência, para
refletir nas implicações desse facto: postos em relação com o Pai por Cristo/sacerdote,
os crentes são inseridos nesse Povo sacerdotal que é a comunidade cristã e
devem fazer da sua vida um contínuo sacrifício de louvor, de entrega e de amor.
Desta forma, o autor oferece aos cristãos um aprofundamento e uma ampliação da
fé primitiva, capaz de revitalizar a experiência de fé, enfraquecida pela
acomodação e pela perseguição.
O texto que nos é proposto está
incluído na quarta parte da epístola (cf. Heb 11,1-12,13). Nessa parte, o autor
insiste em dois aspectos básicos da vida cristã: a fé e a constância ou
perseverança. No que diz respeito à fé, o autor convida a percorrer o caminho
dos “antigos” (cf. Heb 11,1-40); no que diz respeito à constância, exorta a
aceitar com paciência os sofrimentos que a vida do cristão comporta, pois esses
sofrimentos fazem parte das provas pedagógicas através das quais Deus nos faz
chegar à perfeição (cf. Heb 12,1-13).
A exposição começa com a
descrição da fé, aqui entendida como a “garantia dos bens que se esperam e a
certeza das realidades que não se vêem” (Heb 11,1). A “fé” é, nesta
perspectiva, posta em relação com a esperança; ela dirige-se ao futuro e ao
invisível. Alguns autores entendem esta “garantia” (“hypóstasis”) no sentido de
“firme confiança” (Lutero, Erasmo e numerosos autores recentes). A fé seria,
nesta perspectiva, a firme confiança na possessão dos bens futuros, invisíveis
por agora. É uma perspectiva diferente (embora complementar) da que transparece
nos textos paulinos, onde a fé é, sobretudo, a adesão a Jesus – quer dizer, o estabelecimento
de uma relação pessoal entre os crentes e o Senhor.
Na sequência, o autor vai
apresentar uma autêntica galeria de figuras vétero-testamentárias que, por
terem vivido na fé e da fé, são modelo para todos os crentes.
Em concreto, o nosso texto
apresenta-nos as figuras de Abraão e de Sara. Pela fé, Abraão acolheu o
chamamento de Deus, deixou a sua casa e partiu ao encontro do desconhecido e do
incômodo; pela fé, Abraão aceitou estabelecer-se numa terra estranha e aí
habitar; pela fé, Sara pôde conceber e dar à luz Isaac, apesar da sua avançada
idade; pela fé, Abraão não duvidou quando Deus o mandou sacrificar, no alto de
um monte, o filho Isaac, o herdeiro das promessas e o continuador da
descendência… Abraão não viu concretizar-se a promessa da posse da terra, nem a
promessa de um povo numeroso; mas, pela fé, ele contemplou antecipadamente a
realização das promessas de Deus, “saudando-as de longe”. Assim, Abraão assumiu
a sua condição de peregrino e estrangeiro, ansiando constantemente pela cidade
futura, e caminhando ao encontro do céu, a sua pátria definitiva. É
precisamente esse exemplo que o autor da carta quer propor a esses cristãos
perseguidos e desanimados: vivam na fé, esperando a concretização dos dons
futuros que Deus vos reserva e caminhem pela vida como peregrinos, sem
desanimar, de olhos postos na pátria definitiva.
ATUALIZAÇÃO
Para a reflexão, considerar os
seguintes desenvolvimentos:
• O autor deste texto convida o
crente a confiar firmemente na possessão dos bens futuros, anunciados por Deus,
mas invisíveis para já. A nossa caminhada nesta terra está marcada pela
finitude, pelas nossas limitações, pelo nosso pecado; mas isso não pode fazer-nos
desanimar e desistir: viver na fé é, apesar disso, apontar à vida plena que
Deus nos prometeu e caminhar ao seu encontro. É esta esperança que nos anima e
que marca a nossa caminhada, sobretudo nos momentos mais difíceis, em que tudo
parece desmoronar-se e as coisas deixam de fazer sentido?
• A nossa tendência vai, tantas
vezes, do “oito ao oitenta”, da euforia ao desânimo total. Num dia, tudo faz
sentido; no outro, a tristeza e a dúvida afogam-nos e deixam-nos mergulhados no
mais negro pessimismo… No entanto, o cristão deve ser o homem da serenidade e
da paz; ele sabe que a sua existência não se conduz ao sabor das marés, mas que
o sentido da vida está para além dos êxitos ou dos fracassos que o dia a dia
traz. Guiado pela fé, ele tem sempre diante dos olhos essas realidades últimas,
que dão sentido pleno àquilo que aqui acontece.
ALELUIA – Mt 24, 42a.44
Aleluia. Aleluia.
Vigiai e estai preparados,
porque na hora em que não pensais
virá o Filho do homem.
EVANGELHO – Lc 12,32-48
Continuamos a percorrer o
“caminho de Jerusalém”. Desta vez, Jesus dirige-Se explicitamente ao grupo dos
discípulos (designado como “pequeno rebanho” – cf. Lc 12,32). Nas catequeses
anteriores, Jesus falou sobre o desprendimento face aos bens da terra (cf. Lc
12,13-21) e sobre o abandono nas mãos de Deus (cf. Lc 12,22-34); agora, Jesus
vai mostrar o que é necessário fazer para que o “Reino” seja sempre uma
realidade presente na vida dos discípulos e para que os “tesouros” deste mundo
não sejam a prioridade: trata-se de estar sempre vigilante, à espera da vinda
do Senhor. Na realidade, Lucas junta aqui parábolas que devem ter aparecido em
contextos diversos; mas todas estão ligadas pelo tema da vigilância.
O nosso texto começa com uma
referência ao “verdadeiro tesouro” que os discípulos devem procurar e que não
está nos bens deste mundo (vers. 33-34): trata-se do “Reino” e dos seus
valores. A questão fundamental é: como descobrir e guardar esse “tesouro”? A
resposta é dada em três quadros ou “parábolas”, que apelam à vigilância.
A primeira parábola (vers. 35-38)
convida a ter os rins cingidos e as lâmpadas acesas (o que parece aludir a Ex
12,11 e à noite da primeira Páscoa, celebrada de pé e “com os rins cingidos”,
antes da viagem para a liberdade), como homens que esperam o senhor que volta
da sua festa de casamento. Os crentes são, assim, convidados a estarem
preparados para acolher a libertação que Jesus veio trazer e que os levará da
terra da escravidão para a terra da liberdade; e são também convidados a acolherem
“o noivo” (Jesus) que veio propor à “noiva” (os homens) a comunhão plena com
Deus (a “nova aliança”, representada na teologia judaica através da imagem do
casamento).
A segunda parábola (vers. 39-40)
aponta para a incerteza da hora em que o Senhor virá. A imagem do ladrão que
chega a qualquer hora, sem ser esperado, é uma imagem estranha para falar de
Deus; mas é uma imagem sugestiva para mostrar que o discípulo fiel é aquele que
está sempre preparado, a qualquer hora e em qualquer circunstância, para
acolher o Senhor que vem.
A terceira parábola (vers. 41-48)
parece dirigir-se (é nesse contexto que a pergunta de Pedro nos coloca) aos
responsáveis da comunidade. Nas palavras originais de Jesus, a parábola devia
ser uma crítica aos responsáveis do Povo de Israel; mas, na interpretação de
Lucas, a parábola dirige-se aos animadores da comunidade cristã, que devem
permanecer fiéis às suas tarefas de animação e de serviço: se algum deles
descuida as suas responsabilidades no serviço aos irmãos e usa as funções que
lhe foram confiadas de forma negligente ou em benefício próprio, será
castigado. Nos dois últimos versículos, o castigo diversifica-se de acordo o
tipo de desobediência: os que desobedeceram intencionalmente serão mais
castigados; os que desobedeceram não intencionalmente serão menos castigados. A
referência às “vergastadas” deve ser entendida no contexto da linguagem dos
pregadores da época e manifesta a repulsa de Deus por aqueles que negligenciam
a missão que lhes foi confiada. Provavelmente Lucas tem diante dos olhos o
exemplo de alguns animadores cristãos que, pela sua preguiça ou pela sua
maldade, perturbavam seriamente a vida das comunidades a que presidiam. Em
qualquer caso, estas linhas sublinham a maior responsabilidade daqueles que, na
Igreja, desempenham funções de responsabilidade… A última afirmação (“a quem
muito foi dado, muito será exigido, a quem muito foi confiado, mais se lhe
pedirá – vers. 48b) é claramente dirigida aos responsáveis da comunidade; mas
pode aplicar-se a todos os que receberam dons materiais ou espirituais.
ATUALIZAÇÃO
Para a reflexão e a partilha da
Palavra, considerar os seguintes dados:
• A vida dos discípulos de Jesus
tem de ser uma espera vigilante e atenta, pois o Senhor está permanentemente a
vir ao nosso encontro e a desafiar-nos para nos despirmos das cadeias que nos
escravizam e para percorrermos, com Ele, o caminho da libertação. O que é que
nos distrai, que nos prende, que nos aliena e que nos impede de acolher esse
dom contínuo de vida?
• Ser cristão não é um trabalho
“das nove às cinco”, ou um “hobby” de fim-de-semana; mas é um compromisso a
tempo inteiro, que deve marcar cada pensamento, cada atitude, cada opção, vinte
e quatro horas por dia… Estou consciente dessa exigência e suficientemente
atento para marcar, com o selo do meu compromisso cristão, todas as minhas ações
e palavras?
• Estou suficientemente atento e
disponível para acolher e responder aos apelos que Deus me faz e aos desafios
que Ele me apresenta através das necessidades dos irmãos? Estou suficientemente
atento e disponível para escutar os sinais, através dos quais Deus me apresenta
as suas propostas?
• Por vezes, os discípulos de
Jesus manifestam a convicção de que tudo vai de mal a pior, que esta “geração
rasca” está perdida e que não é possível fazer mais nada para tornar o mundo
mais humano e mais feliz… Isso não será, apenas, uma forma de mascararmos o nosso
egoísmo e comodismo e de recusarmos ser protagonistas empenhados na construção
desse “Reino” que é o tesouro mais valioso?
• A Palavra de Deus que hoje nos
é proposta contém uma interpelação especial a todos aqueles que desempenham
funções de responsabilidade, quer na Igreja, quer no governo, quer nas
autarquias, quer nas empresas, quer nas repartições… Convida cada um a assumir
as suas responsabilidades e a desempenhar, com atenção e empenho as funções que
lhe foram confiadas. A todos aqueles a quem foi confiado o serviço da
autoridade, a Palavra de Deus pergunta sobre o modo como nos comportamos: como
servos que, com humildade e simplicidade cumprem as tarefas que lhes foram
confiadas, ou como ditadores que manipulam os outros a seu bel-prazer? Estamos
atentos às necessidades – sobretudo dos pobres, dos pequenos e dos débeis – ou
instalamo-nos no egoísmo e no comodismo e deixamos que as coisas se arrastem,
sem entusiasmo, sem vida, sem desafios, sem esperança?
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